21 empresas participam do 4º Treinamento do PIPE Empreendedor

21 empresas participam do 4º Treinamento do PIPE Empreendedor

02 de agosto de 2017

Claudia Izique  |  Agência FAPESP – Empresários e pesquisadores de 21 startups iniciaram, em 31 de julho, uma maratona de treinamento com o objetivo de testar a “robustez” de seu plano de negócio e o seu alinhamento às demandas do mercado. Todas as empresas têm projetos aprovados na fase 1 do Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE) – de validação da ideia de um produto ou processo inovadores – e foram selecionadas para participar do 4º Treinamento PIPE em Empreendedorismo de Alta Tecnologia.

“O objetivo final do Programa é testar se o projeto se sustenta no mercado”, explicou Flávio Grynszpan, membro da Coordenação de Área Pesquisa para Inovação da FAPESP e um dos coordenadores do Programa.

O treinamento – também conhecido como PIPE Empreendedor – tem como base o programa I-Corps, concebido pelo Prof. Steve Blank, referência mundial nas abordagens Lean Startup e Customer Development, e já adotado pela National Science Foundation (NSF) e National Institutes of Health (NIH), entre outras agências federais norte-americanas.

“A metodologia inverte a lógica que, em geral, orienta a cabeça do empreendedor”, ressaltou Grynszpan. “O foco está no cliente. O empreendedor tem que responder àquilo que o cliente quer.” Essa estratégia reduz os riscos de fracasso e aumenta as chances de sucesso do projeto, assim como as chances de essas empresas se candidatarem à fase 2 do PIPE – de desenvolvimento de um produto ou processo inovadores.

Seguindo a metodologia, depois de elaborar um modelo de negócio com base na ferramenta Canvas, empreendedores deverão realizar, até o início de setembro, pelo menos uma centena de entrevistas com potenciais clientes para depois calibrar, modificar ou rejeitar a ideia original.

Cada empresa participante do Programa forma uma equipe com dois representantes que, ao longo do treinamento, será apoiada por um mentor e um comentor indicados pela FAPESP. Mentores e comentores são empresários com experiência de negócios e conhecimento do mercado, que acompanham e orientam as equipes participantes do Programa – sem qualquer custo para a Fundação. A FAPESP já reúne 64 mentores capacitados na metodologia Customer Development, que sustenta o Programa, 42 deles envolvidos nesta edição do Treinamento.

A grande maioria das empresas participantes das três primeiras edições do programa fez mudanças significativas no modelo de negócio inicial, afirmou Grynszpan.

A equipe da Hoobox Robotic, startup que desenvolve tecnologia que traduz expressões faciais em comandos para controle de cadeira de rodas, por exemplo, que participou do 3º Treinamento, realizou 106 entrevistas. “Constatamos que precisávamos incluir os profissionais de saúde como influenciadores na decisão de clientes de adquirir Whellie e Gimme”, contou, na ocasião, Paulo Gurgel Pinheiro, CEO da empresa, à Agencia FAPESP.

Whellie e Gimme são tecnologias robóticas utilizadas pela empresa para traduzir, por exemplo, um arquear de sobrancelhas em comandos que acionam cadeiras de rodas. Durante o treinamento, a empresa também validou a estratégia de escolher como primeiro mercado a Califórnia, estado norte-americano com a rede mais ativa de veteranos de guerra, clientes potenciais e principais influenciadores da tecnologia desenvolvida pela empresa.

Na 1ª edição do PIPE Empreendedor, realizada no primeiro semestre de 2016, a FAPESP teve a parceria da George Washington University (GWU). Na segunda edição, realizada no segundo semestre do ano passado, o treinamento se tornou uma atividade regular do PIPE. Em 2017 estão programados três treinamentos – o primeiro foi realizado em março e o terceiro será em outubro. Em 2018, estão previstas quatro edições. “Em 2016 atendemos 42 startups e, neste ano, serão 63. A expectativa é que em 2018 atendamos um total de 84 empresas. A meta é capacitar cerca de metade dos 170 projetos do PIPE fase 1 apoiados pela FAPESP a cada ano”, prevê Grynszpan.

O PIPE Empreendedor é coordenado por Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP, tendo Grynszpan, Marcelo Nakagawa e Hélio Marcos Machado Graciosa como adjuntos.