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University of Cape Town busca parceria com pesquisadores em São Paulo
Representantes da University of Cape Town (UCT) estiveram na FAPESP a fim de estreitar a relação entre as instituições e preparar uma chamada conjunta de propostas para a realização de pesquisas em parceria entre a universidade sul-africana e instituições de ensino superior e pesquisa do Estado de São Paulo.
Max Price, vice-reitor, Danie Visser, vice-reitor de pesquisa e internacionalização, e Carolyn Newton, gerente de internacionalização e visibilidade da UCT, foram recebidos no dia 26 de julho por José Goldemberg, presidente da Fundação, Eduardo Moacyr Krieger, vice-presidente, Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico, e Carlos Eduardo Lins da Silva, assessor especial em Comunicação.
Na pauta de discussões, o apoio institucional foi considerado essencial para ampliar a pesquisa conjunta entre sul-africanos e brasileiros. Para tanto, os representantes da UCT, que mantém um acordo de cooperação com a FAPESP desde 2014, pretendem dar agilidade para que uma chamada com a FAPESP ocorra ainda em 2016.
Para Goldemberg, as similaridades culturais entre o Brasil e a África do Sul são grandes e envolvem a capacidade de pesquisa entre suas universidades. “Somos países que se construíram com base em uma tradição local somada aos imigrantes de várias partes do mundo. Isso nos dá uma similaridade interessante sob diversos aspectos, inclusive culturais, nos quais se insere nossa capacidade de trabalho conjunto, que se refletirá também no campo da pesquisa”, disse.
Price confirmou a importância das pesquisas colaborativas em áreas estratégicas. “Temos excelência em áreas como Mudanças Climáticas, Astronomia, Recursos Naturais e Ciências do Mar, entre outras, e as pesquisas em conjunto ajudarão a somar esforços tanto para o desenvolvimento como para a transferência de tecnologias”, ressaltou.
Vice-reitor da UCT desde 2008, Price também é responsável por determinar e implementar os objetivos estratégicos da universidade.
Danie Visser, vice-reitor de pesquisa e internacionalização, fez uma apresentação sobre a UCT, destacando sua participação em projetos internacionais e sua liderança em pesquisa no continente africano. A delegação também conheceu mais detalhes da FAPESP, incluindo programas e pesquisas apoiadas pela Fundação, bem como sobre o sistema de ciência e tecnologia do Estado de São Paulo, em apresentação feita por Brito Cruz.
Além da UCT, a FAPESP mantém outros dois acordos de cooperação para a pesquisa com instituições sul-africanas. Com a Stellenbosch University, a Fundação firmou um acordo em 2013 a fim de dar apoio a projetos selecionados em chamadas conjuntas, a primeira delas realizada em agosto de 2014, como parte do SPRINT – São Paulo Researchers in International Collaboration, na qual foram aprovados dois projetos conjuntos, um na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz e outro no Instituto de Física de São Carlos, ambos na Universidade de São Paulo (USP) e em andamento.
O outro acordo foi firmado em novembro de 2015 com a National Research Foundation (NRF), com o objetivo de implementar cooperação científica e tecnológica entre pesquisadores dos dois lados do Atlântico.
Sobre a University of Cape Town
Fundada em 1829 na Cidade do Cabo, a University of Cape Town é a mais antiga do país e uma das principais instituições de ensino e pesquisa do continente africano. No fim do século 19, com a descoberta de ouro e diamantes e a demanda por habilidades em mineração, a universidade ganhou impulso financeiro e projeção, com a instalação de seus primeiros laboratórios científicos, nos departamentos de mineralogia e geologia, e com a admissão de mulheres em seus cursos, a partir de 1887.
Em 1918, com a criação dos cursos de Medicina, Engenharia e Educação, a UCT foi formalmente constituída como universidade. Além de estabelecer-se como líder em ensino e pesquisa nas décadas que se seguiram, a UCT, de 1960 a 1990, manteve oposição sustentada ao apartheid.
Na década de 1920 a universidade passou a admitir estudantes negros, mas o número permaneceu relativamente baixo até os anos 1980, quando, com as mudanças no país, a instituição se comprometeu a um processo de transformação interna. Assim, o número de estudantes negros aumentou 35% nos anos 1990, chegando a quase metade dos 20 mil estudantes no início do século 21.
De acordo com informações divulgadas pela universidade, hoje a UCT tem os mais diversos campi da África do Sul, e mantém a discussão sobre diversidade de pessoal, equidade ao acesso de alunos, com ênfase em sua qualidade curricular, de liderança e governança, além de promover mudanças em atitudes e comportamentos, em um processo multifacetado e integrado.
A universidade tem faculdades nas áreas de Comércio, Direito, Ciências, Ciências da Saúde, Direito e Humanidades, mais de 100 mil alunos e três laureados com o prêmio Nobel entre seus docentes.