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A festa do nº 100 de Pesquisa FAPESP

A festa do nº 100 de Pesquisa FAPESP Mariluce Moura no lançamento do nº 100 da revista
(Foto: Eduardo Cesar)

O evento em comemoração ao nº 100 de Pesquisa FAPESP reuniu nesta segunda-feira (14/06) jornalistas, pesquisadores, intelectuais, estudantes e políticos no Instituto Tomie Ohtake, em Pinheiros, São Paulo. A festa pela centésima edição marcou também o lançamento do livro Prazer em conhecer (edição Instituto Uniemp/FAPESP), uma seleção com 26 entrevistas escolhidas entre as mais significativas publicadas pela revista. A obra será vendida em livrarias ao preço de R$ 38,00.

"Esta revista sempre foi feita por jornalistas, mas não existiria sem a colaboração decisiva dos pesquisadores e sem o apoio da FAPESP", disse a diretora de Redação, Mariluce Moura. Em breve discurso, ela lembrou o auxílio de diretores que passaram pela Fundação e ajudaram a firmar a revista, como Francisco Romeu Landi - morto em abril deste ano ainda como diretor presidente do Conselho Técnico-Administrativo da Fundação -, Nelson de Jesus Parada, diretor na gestão sob a qual foi lançado, em agosto de 1995, o boletim Notícias FAPESP, embrião da revista atual, e Carlos Henrique de Brito Cruz, ex-presidente da Fundação e atual reitor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Mariluce também agradeceu ao atual diretor administrativo, Joaquim J. de Camargo Engler, a José Fernando Perez, diretor científico, e a Carlos Vogt, presidente.

"Pesquisa FAPESP é sobretudo um marco na publicação de ciência e tecnologia no Brasil. A comemoração do nº 100 é muito importante, principalmente pela permanência e expansão editorial que a revista conheceu nestes anos", disse Carlos Vogt durante o evento. "Trata-se de uma leitura indispensável para o acompanhamento da produção científica e tecnológica no país, pautando a mídia e o cotidiano do leitor interessado na área."

Para José Fernando Perez, a revista é parceira importante da comunidade científica não apenas paulista, mas nacional. "Pesquisa FAPESP transformou os projetos de pesquisa em fonte inesgotável de inspiração para a prática do jornalismo científico. Garantiu a qualidade da informação científica, pela interação e colaboração com os pesquisadores", afirmou o diretor científico.

O nº 100

A revista chegou às bancas com 172 páginas. A reportagem de capa, O salto quântico da ciência brasileira, mostra o avanço conseguido na última década pela pesquisa nacional. Há muitos dados animadores. No período, a quantidade de cientistas triplicou e a porcentagem de doutores cresceu 9 pontos. Em 2002, 50% dos pesquisadores brasileiros tinham doutorado. Também em 2002, um em cada 65 artigos científicos publicados em periódicos internacionais indexados era brasileiro, o que corresponde ao dobro de 1990.

A edição traz entrevistas com o físico Roberto Salmeron e com o bioquímico Fernando Reinach. O primeiro passou pelo Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), pelo Centro Europeu de Pesquisas Nucleares e pela Escola Politécnica de Paris, na qual se aposentou. Aos 82 anos e radicado em Paris há três décadas, Salmeron fala sobre sua trajetória, que se confunde com a história da física brasileira.

Reinach, aos 47 anos, é um dos responsáveis pelo primeiro projeto genoma brasileiro, o da Xylella fastidiosa, que contribuiu decisivamente para mudar os padrões da pesquisa nacional. É diretor executivo da Votorantim Ventures, fundo de capital de risco destinado a fomentar empresas de base tecnológica. Na entrevista, Reinach fala sobre o processo de mudança por que vem passando a pesquisa no Brasil, suas facilidades e seus grandes obstáculos.

O número 100 de Pesquisa FAPESP traz outro presente aos leitores: textos de alguns dos maiores escritores brasileiros. Millôr Fernandes, Moacyr Scliar, Ruy Castro e Heloisa Seixas são alguns dos autores que se revezam pelas páginas da edição especial.


Página atualizada em 21/01/2020 - Publicada em 15/06/2004