Treinamento busca ajudar startup a se tornar um negócio lucrativo

Treinamento busca ajudar startup a se tornar um negócio lucrativo

16 de junho de 2023

André Julião | Agência FAPESP – Desenvolvimento de testes para novos medicamentos, uma vacina oral contra o SARS-CoV-2, baterias que usam nióbio e grafeno, um biocurativo 3D contendo células-tronco, uma ferramenta para diagnosticar câncer de pele usando infravermelho, uma plataforma para diagnóstico e gerenciamento de dados de diversidade, equidade e inclusão nas empresas.

Essas são algumas das propostas apresentadas no primeiro dia da 24ª edição do PIPE Empreendedor, realizada em 12 de junho na sede da FAPESP. O treinamento, que busca aprimorar os modelos de negócio e o desenvolvimento de clientes, vai até 31 de agosto.

Com a capacitação, as 21 empresas já apoiadas pelo Programa FAPESP Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE) aumentam as chances de seus projetos serem aprovados na Fase 2 do PIPE – de execução da pesquisa – e de, posteriormente, oferecerem produtos inovadores ao mercado.

“Este é um novo formato do PIPE Empreendedor, em que a FAPESP lança sua própria abordagem, mais alinhada com o empreendedorismo de escala global”, explicou Anapatrícia Morales Vilha, professora da Universidade Federal do ABC (UFABC) e membro da Coordenação Adjunta de Pesquisa para Inovação da FAPESP, durante a abertura do treinamento.

“A FAPESP é uma instituição pública, financiada pelos impostos pagos pelos cidadãos. Por isso, é importante que as startups apoiadas se tornem negócios lucrativos, que gerem empregos e paguem impostos, retroalimentando esse sistema”, ressaltou Cátia Favale, coordenadora de área em Pesquisa para Inovação, que mediou o evento.

As 21 empresas selecionadas para esse 24º ciclo propõem aplicações nas áreas de saúde, agricultura, logística, gestão e meio ambiente, entre outras. “Por enquanto vocês são startups. Queremos que se tornem empresas”, disse Vitor Mondo, também da Coordenação em Pesquisa para Inovação e pesquisador da Embrapa Agricultura Digital.

Outro coordenador, Alberto Ozolins, ressaltou a importância das cem entrevistas com potenciais clientes que cada empresa deverá fazer a fim de aprimorar ou mesmo repensar seu modelo de negócio. Além disso, falou sobre a necessidade do diálogo entre os próprios empreendedores.

“Muitas vezes algum de vocês está com um problema que o outro já enfrentou e resolveu, por isso é importante falarem entre si e trocarem experiências”, disse aos participantes.

Nova abordagem

A partir deste ciclo, o 24º, a FAPESP passa a usar uma abordagem desenvolvida no Programa PIPE Empreendedor, inspirada em metodologias consagradas internacionalmente para a capacitação de negócios baseados em tecnologia. As metodologias são oriundas do Massachusetts Institute of Technology (MIT) e da National Science Foundation (NSF), dos Estados Unidos.

Os fundamentos da abordagem FAPESP consideram o projeto como o objeto central que possibilita a estratégia empreendedora, a estratégia de acesso ao cliente e as rotinas organizacionais e financeiras.

A proposta, agora aperfeiçoada, adiciona conceitos e ferramentas de renomadas referências, como a do programa Lean Launchpad, Disciplined Entrepreneurship, Entrepreneurial Strategy e do próprio programa I-Corps.

Segundo os organizadores, a “tropicalização” da metodologia considera a cultura empreendedora do país e as características que envolvem o perfil dos empreendedores FAPESP. Além disso, complementa o programa com temas de interesse do empreendedor e que são requeridos na submissão de projetos PIPE Fase 2.

Uma das novidades é o incremento de carga horária, além de dinâmicas e atividades práticas para apreensão dos fundamentos de estratégia e de modelo de negócios que dinamizam o processo de entrevistas com potenciais clientes.

Para saber mais sobre o PIPE e o PIPE Empreendedor, acesse: https://fapesp.br/pipe/.

Foto: Anapatrícia Morales Vilha