As inovações no campo da medicina cardíaca apontam para tratamentos menos invasivos e capazes de aumentar a expectativa de vida do paciente com menos sofrimento. Especialistas no assunto apresentarão no próximo dia 2 suas pesquisas sobre os novos métodos de tratamento durante o evento “Novas Tecnologias para o Coração”, que integra o Ciclo ILP-FAPESP de Ciência e Inovação, na Assembleia Legislativa de São Paulo. As doenças do coração são a principal causa de morte no Brasil e no mundo. Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, ocorre no país uma morte a cada 90 segundos. Os avanços nessa área são consideráveis, mas ainda há um longo caminho a percorrer para que as novas tecnologias estejam ao alcance dos pacientes.
A pesquisadora Idágene Aparecida Cestari, diretora da Divisão de Bioengenharia do Instituto do Coração (InCor), instituição vinculada à Faculdade de Medicina da USP, tem se dedicado à pesquisa no campo do dispositivo de assistência ventricular (DAV) voltado especificamente para crianças que estão à espera de um transplante cardíaco. “Os pacientes cardiopatas pediátricos e juvenis têm necessidades específicas, com demandas e desafios ainda não abordados pelos dispositivos de assistência cardiovascular e oxigenação extracorpórea em uso clínico”, diz.
“O desenvolvimento de suportes e próteses de alta tecnologia e de técnicas inovadoras, entre outras iniciativas, permite a substituição de cirurgias com grandes cortes e período longos de recuperação”, diz Diego Felipe Gaia dos Santos, professor de Cirurgia Cardiovascular da UNIFESP. Segundo ele, parceria entre a Fapesp, a universidade e a empresa Braile Biomédica permitiu o desenvolvimento de uma prótese cardíaca inédita no mundo capaz de substituir uma grande cirurgia na válvula do coração e na artéria aorta. Patricia Braile, presidente da empresa, apresentará mais detalhes sobre a evolução nesse campo durante o Ciclo ILP-FAPESP.
Métodos de engenharia avançados para construção de dispositivos de alto rendimento têm permitido a evolução dessa área. “O desenvolvimento deles também exige a elaboração sistemas de avaliação do seu funcionamento”, diz o pesquisador José Roberto Cardoso, da Escola Politécnica da USP. Para ele, a produção de novos materiais, integração de componentes, conexão móvel para supervisão e dos DAVs são desafios para o futuro. Mas Cardoso é otimista. “A detenção da tecnologia dos DAVs vai tornar esses dispositivos acessíveis à rede pública de saúde”, diz.
“A fabricação de órgãos e tecidos humanos em laboratório revolucionará a medicina porque eles poderão ser utilizados para a realização de transplantes sob demanda e sem o risco de rejeição”, diz Gabriel Liguori, pesquisador do InCor. Liguori e sua equipe trabalham no desenvolvimento de tecnologias nesse campo, como o desenvolvimento de um gel para impressão de órgãos em 3D. Durante a palestra, o pesquisador apresentará mais detalhes sobre os recentes avanços que a sua startup, a TissueLabs, integrante do programa Pesquisa Inovativa em Pequena Empresas (PIPE-FAPESP), tem apresentado.
Evento: NOVAS TECNOLOGÍAS PARA O CORAÇÃO
Data: 02/12/2019
Local: Auditório Teotonio Vilela – Assembleia Legislativa de São Paulo – 1° andar
Horário : das 15h às 17h
Inscrições : https://www.al.sp.gov.br/ilp/detalheAtividade.jsp?id=5349 (inscrição gratuita com vagas limitadas)
Gerência de Comunicação da FAPESP / Assessoria de Comunicação
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Página atualizada em 28/11/2019 - Publicada em 28/11/2019