Chamadas de Propostas
Chamada FAPESP no âmbito do Programa de Pesquisa em Educação Básica – PROEDUCA – FAPESP/SEDUC
NOTA 2: O prazo para divulgação dos resultados desta chamada foi alterado para dezembro.
NOTA 1: A SEDUC e a FAPESP ampliaram o prazo de submissão de propostas para o dia 31/05/2022
Diretrizes para submissão de propostas na Chamada FAPESP no âmbito do Programa de Pesquisa em Educação Básica – PROEDUCA – FAPESP/SEDUC
Sumário:
Orientações específicas para pesquisadores do estado de São Paulo interessados em submeter propostas |
|
Modalidades de Apoio: | Auxílio à Pesquisa – Regular Auxílio à Pesquisa – Projeto Temático Auxílio à Pesquisa – Programa de Pesquisa em Políticas Públicas Auxílio à Pesquisa – Programa Ensino Público |
Elegibilidade: | Seguindo as normas e orientações de cada modalidade de apoio, item 4.2 da Chamada |
Submissão: | As propostas devem ser submetidas exclusivamente à FAPESP pelo SAGe |
Data limite para submissão: | 31/05/2022 |
Anúncio de resultados previsto para: | Dezembro de 2022 |
Contato na FAPESP: | Patricia Tambourgi: chamada-proeduca@fapesp.br |
Contato na Secretaria da Educação: | Maria Elisa A. Brandt: proeduca@educacao.sp.gov.br |
1. INTRODUÇÃO: O PROGRAMA DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO BÁSICA – PROEDUCA – FAPESP/SEDUC
1.1. A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (SEDUC) anunciam, em âmbito estadual, a criação do Programa de Pesquisa em Educação Básica (PROEDUCA), iniciativa conjunta para financiamento de pesquisas científicas com potencial para subsidiar políticas públicas em Educação.
1.2. O PROEDUCA – FAPESP/SEDUC nasce, de um lado, da afirmação do papel central da educação como motor de desenvolvimento econômico e equidade social. De outro, do reconhecimento da importância do subsídio da pesquisa científica e tecnológica para o aprimoramento das práticas e políticas educacionais públicas, a partir da abordagem da Ciência da Implementação.
2. OBJETIVOS DO PROEDUCA
Essa parceria da SEDUC com a FAPESP tem por objetivo selecionar e apoiar projetos de pesquisa científica desenvolvidos por pesquisadores de Instituições de Ensino Superior e de Pesquisa, públicas ou privadas, no estado de São Paulo, voltados para subsidiar o aprimoramento e o desenvolvimento de políticas públicas educacionais e de abordagens pedagógicas inovadoras que visem à melhoria do aprendizado e à diminuição das desigualdades educacionais.
2.1. Espera-se que os projetos sejam voltados para o enfrentamento dos principais desafios da educação pública do estado de São Paulo, e que sejam capazes de gerar evidências científicas com potencial para subsidiar, de forma direta, a gestão educacional pública, sempre visando a maior aprendizagem e equidade.
3. DISPOSIÇÕES GERAIS
3.1. O PROEDUCA – FAPESP/SEDUC prevê, inicialmente, a realização de três Chamadas de Propostas de Pesquisa, a serem realizadas entre 2022 e 2025, sendo apresentadas neste documento as especificações da Primeira Chamada.
3.2. As Chamadas de Propostas de Pesquisa serão elaboradas pela FAPESP, com o auxílio da SEDUC, respeitando as diretrizes estabelecidas a seguir.
3.3. As Chamadas de Propostas de Pesquisa deverão convocar pesquisadores de instituições de ensino superior e de pesquisa, públicas ou privadas, no estado de São Paulo, para a apresentação de projetos nas linhas de pesquisa de interesse da FAPESP e da SEDUC.
3.4. Cada Chamada de Propostas de Pesquisa conterá a lista de temas de interesse, acordados entre a FAPESP e a Secretaria da Educação.
3.5. As Chamadas de Propostas de Pesquisa deverão deixar claros:
a) Os temas que serão priorizados em cada Chamada;
b) O formato de apresentação das propostas;
c) O processo de avaliação das propostas; e
d) O cronograma para apresentação de propostas e das fases de avaliação, respeitando as especificidades que constam neste documento.
3.6. O PROEDUCA – FAPESP/SEDUC será executado por meio de quatro modalidades de apoio à pesquisa usualmente concedidas pela FAPESP, segundo seus regramentos específicos:
3.6.1. Programa de Pesquisa em Políticas Públicas (https://fapesp.br/politicaspublicas);
3.6.2. Auxílio à Pesquisa Regular (https://fapesp.br/apr);
3.6.3. Auxílio à Pesquisa Projeto Temático (https://fapesp.br/tematico);
3.6.4. Programa Ensino Público (https://fapesp.br/ensinopublico).
3.7. Para coordenar todas as ações decorrentes do PROEDUCA, fica criado o Comitê Gestor do programa, composto por três representantes de cada ente (FAPESP e SECRETARIA), com as seguintes atribuições:
3.7.1. Elaborar os editais de cada processo de Chamadas de Propostas de pesquisas realizado;
3.7.2. Executar os procedimentos conjuntos de seleção dos projetos de pesquisa a serem apoiados, previstos neste edital;
3.7.3. Acompanhar e avaliar os resultados qualitativos dos projetos apoiados, com vistas a apoiar a SEDUC no processo de apropriação de tais resultados como subsídios para a melhoria da política educacional;
3.7.4. Promover a articulação entre pesquisadores e institutos de pesquisa e os agentes individuais e coletivos envolvidos na educação básica pública do estado de São Paulo, atuantes no âmbito do PROEDUCA.
4. ESPECIFICIDADES DA PRIMEIRA CHAMADA DE PROPOSTAS DE PESQUISA PROEDUCA – FAPESP/SEDUC – EDIÇÃO 2022
4.1. EIXOS ESTRATÉGICOS DE PESQUISA
4.1.1. Esta Chamada foi concebida para apoiar a realização de projetos de pesquisa em seis grandes eixos estratégicos, que contemplam linhas prioritárias para o fortalecimento do sistema educacional no estado de São Paulo. São eles:
a) Processo de ensino e aprendizagem na educação básica pública;
b) Formação e desenvolvimento profissional docente;
c) Gestão da aprendizagem e avaliação;
d) Gestão educacional: escolas e a rede de ensino estadual;
e) Equidade, diversidade e redução das desigualdades na educação;
f) Tecnologia, inovação e educação profissional no currículo da educação básica.
Os projetos poderão abarcar mais de uma das linhas prioritárias mencionadas acima. Também poderão eleger um ou mais dos objetos de investigação sugeridos a seguir, ou outros objetos, desde que aderentes aos objetivos enunciados na sequência.
Há, da parte da Secretaria da Educação, interesse em que sejam objeto de investigação projetos, programas e políticas da SEDUC em execução atualmente, afetos aos campos de pesquisa prioritários supramencionados.
4.1.2. O detalhamento de cada eixo estratégico pode ser lido no Anexo I. Os exemplos de objetos de investigação listados junto a cada eixo são ilustrativos das possibilidades de investigação.
4.2. DURAÇÃO E RECURSOS
Modalidade |
Valor máximo de financiamento |
Duração |
“Auxílio à Pesquisa Regular” (APR) |
R$ 300.000,00 |
Até 24 meses, com a possibilidade de prorrogação por até 6 meses adicionais |
“Programa de Pesquisa em Políticas Públicas” (PPPP) |
R$ 350.000,00 |
Até 24 meses, com a possibilidade de prorrogação por até 6 meses adicionais (*) |
“Auxílio à Pesquisa Projeto Temático” (Temático) |
Sem limite máximo |
Até 60 meses, com a possibilidade de prorrogação por até 12 meses adicionais (*) |
“Programa de Melhoria do Ensino Público” (EP) |
Auxílio: sem limite máximo |
De 1 a 4 anos |
(*) Em condições excepcionais com justificativa aceita pela FAPESP.
4.3. ITENS FINANCIÁVEIS DOS PROJETOS
4.3.1. O orçamento do projeto de pesquisa apresentado à FAPESP deverá ser detalhado e cada item justificado especificamente em termos dos objetivos do projeto proposto. Recomenda-se a leitura das Normas para Uso de Recursos e Prestação de Contas de Auxílios e Bolsas, disponíveis em www.fapesp.br/normaspc.
4.3.2. Os itens financiáveis estão descritos nas normas das modalidades de apoio contempladas neste edital. Para mais informações, consultar:
a) PPPP (https://fapesp.br/politicaspublicas - item 8)
b) APR (https://fapesp.br/apr - item 8)
c) Temático (https://fapesp.br/tematico - item 8)
d) EP (https://fapesp.br/ensinopublico - item 8)
4.4. SUBMISSÃO
4.4.1. As propostas devem ser submetidas somente para a FAPESP até 31 de maio de 2022 pelo(a) Pesquisador(a) Responsável da proposta no estado de São Paulo, por meio do sistema SAGe (www.fapesp.br/sage/).
4.4.2. Nenhuma proposta será aceita após a data limite para submissão, nem serão aceitos adendos ou comentários adicionais, a menos que sejam explícita e formalmente requisitados pela FAPESP ou pela SEDUC.
4.4.3. O caminho específico para esta Chamada é:
Nova Proposta Inicial > + Outras Linhas de Fomento > + Acordos de Cooperação > + SEDUC – Secretaria da Educação > + SEDUC – PROEDUCA (modalidade escolhida: Ensino Público, PPPP, APR ou Temático > Chamada de Propostas (2022).
4.4.4. Nenhum documento deve ser enviado à SEDUC.
4.4.5. Não serão aceitas propostas submetidas por outros meios.
4.5. CRONOGRAMA
Lançamento da Chamada |
9 de fevereiro de 2022 |
Data limite para submissão de propostas |
31 de maio de 2022 |
Data prevista para divulgação das propostas concedidas |
Dezembro de 2022 |
4.6. CARACTERÍSTICAS DAS PROPOSTAS
Cada proposta deve ser composta pelo Projeto de Pesquisa e pelo conjunto de documentos e formulários exigidos no sistema SAGe para a modalidade de apoio selecionada.
4.7. AVALIAÇÃO DAS PROPOSTAS
4.7.1. Critérios
Além dos critérios de avaliação de cada modalidade de apoio, a avaliação da FAPESP e da SEDUC na análise das propostas da Chamada PROEDUCA valorizará:
a. Qualidade científica e inovação da Proposta de Pesquisa;
b. Viabilidade da Proposta de Pesquisa;
c. Um componente de inovação derivado da pesquisa será altamente valorizado;
d. Competência e experiência dos pesquisadores;
e. Competência e experiência das equipes;
f. Potencial de aplicabilidade e escalabilidade do conhecimento científico gerado pelo projeto;
g. Estabelecimento de parcerias entre institutos / instituições de pesquisa;
h. Relevância Social:
A relevância social será analisada pelo Comitê Gestor de acordo com as prioridades de pesquisa em Educação, e considerando-se aquelas que melhor atendam aos seguintes critérios:
i. impacto positivo no sistema de educação básica do estado de São Paulo;
ii. consonância com a situação da educação básica relacionada ao fenômeno a ser pesquisado;
iii. lacunas de conhecimento sobre o tema no estado;
iv. consonância com a política nacional e estadual de educação;
v. consonância com as prioridades de pesquisa em educação;
vi. coerência com as demandas específicas da SEDUC-SP.
4.7.2. As propostas que não atenderem aos termos desta Chamada não se qualificarão para análise.
4.7.3. Etapas
Etapa I – Análise pela equipe técnica da FAPESP e pelo Comitê Gestor do PROEDUCA - Enquadramento
a. Esta etapa será realizada pela área técnica da FAPESP e por representantes do Comitê Gestor do PROEDUCA, cujas atribuições estão descritas no item 3.7 deste Edital;
b. Consiste na análise quanto à adequação da proposta à presente Chamada (enquadramento) e na pré-análise das propostas apresentadas;
c. Será verificado o atendimento aos itens financiáveis, critérios de elegibilidade, temas e problemas.
Etapa II – Análise por Assessores ad hoc
a. Esta etapa consistirá na análise da demanda qualificada, quanto ao mérito técnico-científico e relevância social das propostas, a ser realizada por Assessores ad hoc;
b. As solicitações encaminhadas à FAPESP obedecem à sistemática da análise pelos pares. Detalhes deste processo podem ser obtidos através do link https://fapesp.br/analise.
Etapa III – Análise pela Coordenação de Área e pela Coordenação Adjunta
a. As propostas serão analisadas e classificadas nesta etapa, considerando as análises das etapas I e II desta Chamada, pelos membros das Coordenações de Área e Coordenação Adjunta da FAPESP;
b. Após a análise de mérito técnico-científico, relevância social de cada proposta e da adequação de seu orçamento, a Coordenação Adjunta poderá recomendar:
i. a aprovação da proposta, com ou sem cortes orçamentários; ou
ii. a não aprovação da proposta.
Etapa IV – Análise e aprovação final pelo Comitê Gestor do PROEDUCA
a. O Comitê Gestor do PROEDUCA será a instância final de deliberação sobre os projetos aprovados, observados os limites orçamentários desta Chamada;
b. O objetivo precípuo da reunião do Comitê Gestor é a análise de relevância social (conforme item 4.7.1.h acima), a homologação do resultado final e a análise orçamentária dos projetos;
c. Os resultados serão publicados nas páginas da FAPESP (www.fapesp.br) e da SEDUC (https://www.educacao.sp.gov.br/);
d. Nenhum recurso contra qualquer decisão de mérito do Comitê Gestor será aceito.
5. RELATÓRIOS
Além dos Relatórios Científicos e das Prestações de Contas previstos nas normas respectivas de cada modalidade de apoio, os projetos apoiados precisarão entregar, nos mesmos prazos previstos para os Relatórios Científicos anuais e finais, um Relatório de recomendações para a política educacional, voltado à apreciação de gestores da Secretaria de Educação, que contenha:
1) Síntese dos principais achados da pesquisa até o momento;
2) Análise dos principais achados da pesquisa sob a perspectiva de suas implicações para a política educacional pública e seus desafios;
3) Recomendações para o aprimoramento das políticas educacionais executadas pela SEDUC afetas ao tema objeto da pesquisa, que contemplem propostas de medidas para a correção e/ou criação de novos programas, projetos ou atividades, considerando aspectos de viabilidade (custo e chance de replicabilidade).
6. CONTATOS:
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP |
Patrícia Tambourgi |
Secretaria de Educação do Estado de São Paulo - SEDUC |
Maria Elisa A. Brandt |
ANEXO I – DETALHAMENTO DOS EIXOS ESTRATÉGICOS DE PESQUISA (CONFORME ITEM 4.1)
TEMA A: O PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO BÁSICA PÚBLICA
O desempenho acadêmico dos estudantes paulistas na Educação Básica ainda está muito aquém do desejável, mesmo levando em consideração a melhoria constante do IDEB na última década.
A implementação do currículo de São Paulo – o Currículo em Ação (https://efape.educacao.sp.gov.br/curriculopaulista/), fundado da nova Base Nacional Comum Curricular – iniciou-se em 2019, pelo Ensino Fundamental, alcançando o Ensino Médio em 2020, em um contexto de pandemia. A “tradução” das orientações curriculares em práticas de sala de aula adequadas a diversos contextos, que aprimorem a aprendizagem com equidade, e que contribuam para o desenvolvimento efetivo das competências previstas no currículo é necessária e exige a contribuição da pesquisa científica de ponta para que possam ser eficazes para todos os alunos, levando em consideração a diversidade de estudantes, de professores e de contextos das escolas públicas de educação básica.
Espera-se que os projetos de pesquisa produzam evidências que possam apoiar o desenvolvimento de pedagogias que contribuam para a transformação das práticas e para o desenvolvimento de políticas educacionais em larga escala voltadas à melhoria da aprendizagem de todos os alunos.
Exemplos de objetos de investigação: processos de aprendizagem, com especial atenção para a alfabetização, letramento matemático e científico; formas de se ensinar cada uma das habilidades curriculares; materiais didáticos impressos e digitais ofertados aos estudantes (livros didáticos, cadernos “Currículo em Ação”, aulas do Centro de Mídias de São Paulo, materiais de laboratório etc.); aspectos relacionados à atuação docente no processo de ensino e de aprendizagem; mediação tecnológica, ensino híbrido e usos de tecnologias para favorecer a aprendizagem.
TEMA B: FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DOCENTE
A pesquisa acadêmica tem apontado que um dos principais fatores para uma aprendizagem bem-sucedida é a qualidade da atuação docente. No contexto brasileiro, processos de formação continuada realizados pelos sistemas de ensino podem ser e têm sido comumente usados para atualizar a formação inicial. O campo de pesquisa sobre a formação docente pode oferecer evidências para a formulação de políticas de formação mais inovadoras, plurais e eficientes.
De maneira articulada à formação, a busca por qualidade na atuação docente exige também um outro conjunto de medidas, voltadas à gestão de pessoas e ao desenvolvimento profissional do Quadro do Magistério em seus diversos cargos e funções. Há um amplo campo de pesquisa afeto à gestão de pessoas (seleção, desenvolvimento de capacidades, avaliação de desempenho), à gestão por resultados na educação, lógicas de incentivo e reconhecimento, cujas evidências podem contribuir para a concepção de políticas com foco em protagonismo docente e estímulo à carreira.
Exemplos de objetos de investigação: processos de formação docente; interface entre formação inicial, atuação profissional e formação continuada de professores; gestão de pessoas e desenvolvimento profissional dos quadros do magistério (seleção, estágios probatórios nos concursos de ingresso, avaliação de desempenho, regras de incentivo e reconhecimento, etc.).
TEMA C: GESTÃO DA APRENDIZAGEM E AVALIAÇÃO
Uma das principais barreiras à boa gestão da aprendizagem pela escola é a dificuldade de entendimento sobre os diferentes objetivos de cada tipo de avaliação e sobre seus usos. Estudos sobre avaliação estão em grande parte ausentes da formação inicial de professores. Ademais, resultados de avaliações têm sido usados na gestão da aprendizagem na escola e na rede de ensino, em processos associados de planejamento, acompanhamento e avaliação. O campo de estudos sobre avaliação da aprendizagem pode oferecer subsídios para o aprimoramento de políticas voltadas para apoiar professores e gestores na elaboração e no uso das avaliações para a formulação de intervenções pedagógicas e outras medidas voltadas para a melhoria da aprendizagem de todos os alunos.
Além disso, estudos vêm mostrando que uma boa gestão da sala de aula (aspectos relacionados a clima escolar, disciplina, uso do tempo, entre outros) é fundamental para uma aprendizagem bem-sucedida. Esse campo de estudos pode oferecer subsídios para apoiar propostas de organização do trabalho na escola, que levem a um melhor aprendizado e à diminuição das desigualdades.
Esses resultados de pesquisa podem, ainda, oferecer subsídios para a formação dos profissionais da educação.
Exemplos de objetos de investigação: gestão da aprendizagem; gestão da sala de aula; avaliações internas e externas (diagnósticas, somativas, processuais/formativas), o uso de seus resultados e seus efeitos.
TEMA D: GESTÃO EDUCACIONAL – ESCOLAS E REDES DE ENSINO
Vários sistemas públicos de ensino enfrentam desafios comuns para apoiar a gestão de cada escola numa perspectiva sistêmica, que permita coordenação de esforços, eficiência no uso de recursos e redução de desigualdades.
O campo de estudos da gestão educacional pode oferecer subsídios para se avançar na compreensão sobre o trabalho que desenvolvem as equipes escolares, as equipes pedagógicas dos órgãos regionais (Diretorias de Ensino, no caso do estado de São Paulo) e o órgão central, os papéis de diferentes atores no sistema e a coordenação de sua atuação, com vistas a subsidiar políticas voltadas ao aprimoramento do planejamento e da gestão.
Ademais, resultados de pesquisas no campo de sistemas de informação, governança e gestão podem oferecer subsídios para a concepção de estratégias organizacionais e de sistemas gerenciais que articulem a tomada de decisão nos três níveis (escola, Diretoria de Ensino e Administração Central), cruciais para o aumento de eficiência do sistema educacional.
Exemplos de objetos de investigação: gestão escolar / gestão educacional; processos de acompanhamento pedagógico da rede escolar; sistemas informacionais para supervisão e gestão do sistema de ensino.
TEMA E: EQUIDADE, DIVERSIDADE E REDUÇÃO DAS DESIGUALDADES NA EDUCAÇÃO
Na rede estadual de São Paulo, existe uma profunda desigualdade de desempenho entre escolas e entre grupos de estudantes em função de sua condição socioeconômica, do pertencimento étnico-racial e do sexo, e segundo diversos tipos de deficiência.
Além disso, estudos sobre clima escolar apontam para componentes de racismo e sexismo e outras formas de preconceito e discriminação nos conflitos na escola que também contribuem para esses resultados. Inclui-se no mesmo contexto a inserção educacional desigual de imigrantes, quilombolas, indígenas, da população prisional e de jovens em atendimento socioeducativo.
Outro aspecto dessa questão diz respeito à frágil implementação das Leis 10.639/2003 e 11.645/2008, que alteram a LDB para incluir obrigatoriamente nos currículos a temática "História e Cultura Afro-Brasileira e dos povos indígenas''. Até o momento houve baixo impacto dessa legislação nos conteúdos e práticas escolares.
Resultados de pesquisas nesses campos de estudo podem gerar e consolidar evidências para apoiar políticas para uma educação antirracista, medidas voltadas para enfrentar as diversas formas de discriminação, para orientar o tratamento de temas como diversidade e direitos humanos na escola, para apoiar a produção de conteúdos e estratégias pedagógicas de articulação dos conteúdos da BNCC com as temáticas da diversidade étnico-racial e de gênero, de forma a garantir igualdade de oportunidades a todos os estudantes.
Exemplos de objetos de investigação: fatores que influenciam as desigualdades educacionais entre grupos de estudantes e entre escolas; metodologias e práticas pedagógicas antirracistas e antidiscriminatórias em todos os níveis da educação básica e em todas as modalidades de ensino, incluindo: Educação Especial, Educação Escolar Indígena, Educação Escolar Quilombola; Educação de Jovens e Adultos e EJA nos sistemas socioeducativo e prisional; materiais didáticos, paradidáticos e de apoio ao currículo; formação docente; práticas pedagógicas, materiais didáticos e formação docente.
TEMA F: TECNOLOGIA, INOVAÇÃO E EDUCAÇÃO PROFISSIONAL NO CURRÍCULO DA EDUCAÇÃO BÁSICA
Estudos indicam a importância da proficiência em tecnologia e da capacidade de inovar para uma inserção satisfatória no mundo do trabalho contemporâneo. É preciso aprofundar o tratamento progressivo de tais competências no currículo da educação básica, desde o ensino fundamental.
No que tange ao uso de recursos tecnológicos na educação e novas abordagens de ensino como o movimento maker, STEAM (Ciências, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática, em português), há que articular a formação de estudantes e a de professores nesses campos, além de estudar e avaliar as ações que já vêm sendo realizadas na rede.
É preciso considerar, também, as distintas implicações desta formação segundo projetos de vida e itinerários formativos diferenciados de estudantes de ensino médio. A formação técnica e profissional no ensino médio exige abordagens inovadoras, integradas com as necessidades do setor produtivo e capazes de prover chances reais de uma melhor inserção profissional.
Exemplos de objetos de investigação: conteúdos, abordagens e práticas pedagógicas para o desenvolvimento das competências referidas a tecnologia e inovação no ensino fundamental e no ensino médio; conteúdos, abordagens e práticas pedagógicas para o tratamento curricular da relação com o mundo do trabalho nos anos finais do ensino fundamental e no ensino médio; impacto da adoção da tecnologia, educação maker, letramento digital na educação (resultados de aprendizagem, redução de desigualdades, entre outros).