Chamadas de Propostas

Diretrizes para submissão de propostas na Chamada FAPESP no âmbito do Programa de Pesquisa em Educação Básica – PROEDUCA – FAPESP / SEDUC-SP

Edital 2023

Orientações específicas para pesquisadores do estado de São Paulo interessados em submeter propostas


Sumário

Modalidade de Apoio:

Auxílio à Pesquisa – Regular
Auxílio à Pesquisa – Projeto Temático
Auxílio à Pesquisa – Programa Ensino Público

Elegibilidade:

Seguindo as normas e orientações de cada modalidade de apoio, item 4.2 da Chamada

Submissão:

As propostas devem ser submetidas exclusivamente à FAPESP pelo SAGe

Data limite para submissão:

28 de agosto de 2023

Anúncio de resultados previsto para:

2024

Contatos:

FAPESP: Patrícia Tambourgi – chamada-proeduca@fapesp.br
SEDUC: Maria Elisa A. Brandt – proeduca@educacao.sp.gov.br


INTRODUÇÃO: O PROGRAMA DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO BÁSICA – PROEDUCA – FAPESP / SEDUC-SP.

1.1. A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo (SEDUC-SP) anunciam, em âmbito estadual, a segunda fase do Programa de Pesquisa em Educação Básica (PROEDUCA), iniciativa conjunta para financiamento de pesquisas científicas com potencial para subsidiar políticas públicas em Educação.

1.2. A execução do PROEDUCA – FAPESP / SEDUC-SP, de um lado, afirma o papel central da educação como motor de desenvolvimento econômico e equidade social. De outro, reconhece a importância do subsídio da pesquisa científica para o aprimoramento das práticas e políticas educacionais públicas, a partir das abordagens da Pesquisa Aplicada e da Ciência da Implementação.

2. OBJETIVOS DO PROEDUCA

2.1. Essa parceria da SEDUC-SP com a FAPESP tem por objetivo selecionar e apoiar projetos de pesquisa científica desenvolvidos por pesquisadores de Instituições de Ensino Superior e de Pesquisa, públicas ou privadas, no estado de São Paulo, voltados para subsidiar o aprimoramento e o desenvolvimento de políticas públicas educacionais e de abordagens pedagógicas inovadoras que visem à melhoria do aprendizado e à diminuição das desigualdades educacionais.

2.2. Espera-se que os projetos apoiados sejam capazes de gerar evidências científicas com potencial para subsidiar, de forma direta, a gestão educacional pública, e que seus resultados esperados colaborem para o enfrentamento dos principais desafios da educação pública do estado de São Paulo.

3. DISPOSIÇÕES GERAIS

3.1. O PROEDUCA FAPESP / SEDUC-SP previa, inicialmente, a realização de três Chamadas de Propostas de Pesquisa entre 2022 e 2025. A lista dos projetos aprovados na Primeira Chamada, de 2022, pode ser consultada aqui. Neste documento são apresentadas especificações da Segunda Chamada.

3.2. As Chamadas de Propostas de Pesquisa serão elaboradas pela FAPESP, com o auxílio da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, respeitando as diretrizes estabelecidas a seguir.

3.3. As Chamadas de Propostas de Pesquisa deverão convocar pesquisadores de instituições de ensino superior e de pesquisa, públicas ou privadas, no estado de São Paulo, para a apresentação de projetos nas linhas de pesquisa de interesse da FAPESP e da Secretaria da Educação.

3.4. Cada Chamada de Propostas de Pesquisa conterá a lista de temas de interesse, acordados entre a FAPESP e a Secretaria da Educação.

3.5. As Chamadas de Propostas de Pesquisa deverão deixar claros:

a) Os temas que serão priorizados em cada Chamada;

b) O formato de apresentação das propostas;

c) O processo de avaliação das propostas; e

d) O cronograma para apresentação de propostas e das fases de avaliação, respeitando as especificidades que constam neste documento.

3.6. O PROEDUCA FAPESP / SEDUC-SP será executado por meio de três modalidades de Auxílio à Pesquisa usualmente concedidas pela FAPESP, segundo seus regramentos específicos:

3.6.1. Auxílio à Pesquisa Regular (https://fapesp.br/apr);

3.6.2. Auxílio à Pesquisa Projeto Temático (https://fapesp.br/tematico);

3.6.3. Programa Ensino Público (https://fapesp.br/ensinopublico).

3.7. Para coordenar todas as ações decorrentes do PROEDUCA, fica criado o Comitê Gestor do programa, composto por três representantes de cada ente (FAPESP e SEDUC-SP), com as seguintes atribuições:

3.7.1. Elaborar os editais de cada processo de Chamadas de Propostas de pesquisas realizado;

3.7.2. Executar os procedimentos de seleção dos projetos de pesquisa a serem apoiados, previstos neste edital;

3.7.3. Acompanhar e avaliar os resultados qualitativos dos projetos apoiados, com vistas a apoiar a SEDUC no processo de apropriação de tais resultados como subsídios para a melhoria da política educacional;

3.7.4. Promover a articulação entre pesquisadores, institutos de pesquisa, agentes individuais e coletivos envolvidos na educação básica pública do estado de São Paulo, atuantes no âmbito do PROEDUCA.

4. ESPECIFICIDADES DA SEGUNDA CHAMADA DE PROPOSTAS DE PESQUISA PROEDUCA – FAPESP / SEDUC-SP – EDIÇÃO 2023

4.1. ESCOPO DE PESQUISA PRIORITÁRIO

4.1.1. Esta Chamada foi concebida para apoiar a realização de projetos de pesquisa em seis grandes eixos estratégicos, que contemplam linhas prioritárias para o fortalecimento do sistema educacional no estado de São Paulo. São eles:

a) Processo de ensino e aprendizagem na educação básica pública;

b) Formação e desenvolvimento de pessoas na educação básica pública;

c) Gestão da Aprendizagem e Avaliação;

d) Gestão educacional: escolas, redes e sistemas de ensino;

e) Equidade, diversidade e redução das desigualdades na educação;

f) Tecnologia, inovação e educação profissional no currículo da Educação Básica.

Os projetos poderão abarcar mais de uma das linhas prioritárias mencionadas acima. Também poderão eleger um ou mais dos objetos de investigação sugeridos a seguir, ou outros objetos, desde que aderentes aos objetivos enunciados no Anexo I.

Há, da parte da Secretaria da Educação, interesse em que sejam objeto de investigação projetos, programas e políticas da SEDUC em execução atualmente, afetos aos campos de pesquisa prioritários supramencionados.

4.1.2. O detalhamento de cada eixo estratégico consta do Anexo I. Os exemplos de objetos de investigação listados para cada eixo são ilustrativos das possibilidades de investigação, não se configurando uma lista fechada.

4.2. DURAÇÃO e RECURSOS

Modalidade

Valor máximo de financiamento

Duração

“Auxílio à Pesquisa Regular” (APR)

R$ 300.000,00

Até 24 meses, com a possibilidade de prorrogação por até 6 meses adicionais

“Auxílio à Pesquisa Projeto Temático” (Temático)

Sem limite máximo

Até 60 meses, com a possibilidade de prorrogação por até 12 meses adicionais (*)

“Programa de Melhoria do Ensino Público” (EP)

Auxílio: sem limite máximo

De 1 a 4 anos

(*) Em condições excepcionais com justificativa aceita pela FAPESP.

4.3. ITENS FINANCIÁVEIS DOS PROJETOS

4.3.1. O orçamento do projeto de pesquisa apresentado à FAPESP deverá ser detalhado e cada item justificado especificamente em termos dos objetivos do projeto proposto. Recomenda-se a leitura das Normas para Uso de Recursos e Prestação de Contas de Auxílios e Bolsas, disponíveis em www.fapesp.br/normaspc.

4.3.2. Os itens financiáveis estão descritos nas normas das modalidades de apoio contempladas neste edital. Para mais informações, consultar:

a) APR (https://fapesp.br/apr - item 8)

b) Temático (https://fapesp.br/tematico - item 8)

c) EP (https://fapesp.br/ensinopublico - item 8)

4.4. SUBMISSÃO

4.4.1. As propostas devem ser submetidas somente para a FAPESP até 28 de agosto de 2023 pelo(a) Pesquisador(a) Responsável da proposta no estado de São Paulo, por meio do sistema SAGe (https://sage.fapesp.br/).

4.4.2. Nenhuma proposta será aceita após a data limite para submissão, nem serão aceitos adendos ou comentários adicionais, a menos que sejam explícita e formalmente requisitados pela FAPESP ou pela SEDUC-SP.

4.4.3. O caminho específico para esta Chamada é:

Exemplo: Nova Proposta Inicial > + Outras Linhas de Fomento > + Acordos de Cooperação > + SEDUC - Projeto de Pesquisa > Chamada de Propostas (2023)

4.4.4. Nenhum documento deve ser enviado à SEDUC-SP.

4.4.5. Não serão aceitas propostas submetidas por outros meios.

4.5. CRONOGRAMA

Lançamento da Chamada

26 de maio de 2023

Data limite para submissão de propostas

28 de agosto de 2023

Data prevista para divulgação das propostas concedidas

Maio de 2024

4.6. CARACTERÍSTICAS DAS PROPOSTAS

Cada proposta deve ser composta pelo Projeto de Pesquisa e pelo conjunto de documentos e formulários exigidos no sistema SAGe para a modalidade de apoio selecionada.

4.7. AVALIAÇÃO DAS PROPOSTAS

4.7.1. Critérios

Além dos critérios de avaliação previstos nas normas de cada modalidade de apoio, na análise das propostas da Chamada PROEDUCA a avaliação da FAPESP e da SEDUC-SP valorizará:

a. Qualidade científica da Proposta de Pesquisa;

b. Componente de inovação da política pública potencialmente derivada da pesquisa;

c. Viabilidade da Proposta de Pesquisa;

d. Competência e experiência dos(as) pesquisadores(as);

e. Competência e experiência das equipes;

f. Potencial de aplicabilidade e escalabilidade do conhecimento científico gerado pelo projeto;

g. Estabelecimento de parcerias entre institutos / instituições de pesquisa;

h. Relevância no âmbito da política educacional pública.

A relevância educacional será avaliada pelo Comitê Gestor de acordo com as prioridades de pesquisa em Educação, considerando os seguintes critérios:

i. impacto positivo no sistema de educação básica do estado de São Paulo;

ii. coerência entre objetivos e resultados esperados e o diagnóstico do cenário da educação básica afeto ao fenômeno a ser investigado;

iii. preenchimento das lacunas de conhecimento sobre o tema no estado;

iv. consonância com a política nacional e estadual de educação;

v. aderência aos Eixos Estratégicos de Pesquisa enunciados no Anexo I deste Edital.

4.7.2. As propostas que não atenderem aos termos desta Chamada não se qualificarão para análise.

4.7.3. Etapas

Etapa I – Análise pela Área Técnica da FAPESP - Enquadramento

a. Esta etapa será realizada pela área técnica da FAPESP;

b. Consiste na análise quanto à adequação da proposta à presente Chamada (enquadramento) e na pré-análise das propostas apresentadas;

c. Será verificado o atendimento aos itens financiáveis, critérios de elegibilidade, temas e problemas.

Etapa II – Análise por Assessores ad hoc

a. Esta etapa consistirá na análise da demanda qualificada, quanto ao mérito técnico-científico e relevância educacional das propostas, a ser realizada por Assessores ad hoc;

b. As solicitações encaminhadas à FAPESP obedecem à sistemática da análise pelos pares. Detalhes deste processo podem ser obtidos através do link https://fapesp.br/analise.

Etapa III – Análise pelas Coordenações de Área e Coordenação Adjunta

a. Nesta etapa, as propostas serão analisadas e classificadas pelos membros das Coordenações de Área e Coordenação Adjunta da FAPESP, considerando as análises das etapas I e II desta Chamada;

b. Após a análise de mérito técnico-científico e relevância educacional de cada proposta e da adequação de seu orçamento, a Coordenação Adjunta poderá recomendar:

i. a aprovação da proposta, com ou sem cortes orçamentários; ou

ii. a não aprovação da proposta.

Etapa IV – Análise e aprovação final pelo Comitê Gestor do PROEDUCA

a. O Comitê Gestor do PROEDUCA será a instância final de deliberação sobre os projetos aprovados, observados os limites orçamentários desta Chamada;

b. O objetivo precípuo da atuação do Comitê Gestor é a análise de relevância educacional (conforme item 4.7.1.h acima), a homologação do resultado final e a análise orçamentária dos projetos;

c. A decisão do Comitê Gestor será encaminhada através do Diretor Científico para análise do Conselho Técnico-Administrativo, que deliberará ad referendum do Conselho Superior da FAPESP;

d. Os Resultados serão publicados nas páginas da FAPESP (www.fapesp.br) e da SEDUC-SP (https://www.educacao.sp.gov.br/);

e. Nenhum recurso contra qualquer decisão de mérito do Comitê Gestor será aceito.

5. RELATÓRIOS

Além dos Relatórios Científicos e das Prestações de Contas previstos nas normas de cada modalidade de apoio, os projetos apoiados precisarão entregar, nos mesmos prazos previstos para os Relatórios Científicos anuais e finais, um Relatório de recomendações para a política educacional, voltado à apreciação de gestores(as) da Secretaria de Educação, que contenha:

1) Síntese dos principais achados da pesquisa até o momento;

2) Análise dos principais achados da pesquisa sob a perspectiva de suas implicações para a política educacional pública e seus desafios;

3) Recomendações para o aprimoramento das políticas educacionais executadas pela SEDUC afetas ao tema objeto da pesquisa, que contemplem propostas de medidas para a correção e/ou criação de novos programas, projetos ou atividades, considerando aspectos de viabilidade (custo e chance de replicabilidade).

6. CONTATOS:

Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP

Patrícia Tambourgi
chamada-proeduca@fapesp.br

Secretaria de Educação do Estado de São Paulo – SEDUC-SP

Maria Elisa A. Brandt

proeduca@educacao.sp.gov.br

ANEXO I – DETALHAMENTO DOS EIXOS ESTRATÉGICOS DE PESQUISA (CONFORME ITEM 4.1)

TEMA A: O PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO BÁSICA PÚBLICA

O desempenho acadêmico dos estudantes paulistas na Educação Básica ainda está muito aquém do desejável, mesmo levando em consideração a melhoria constante do IDEB na última década.

A implementação do currículo de São Paulo, fundado da nova Base Nacional Comum Curricular, iniciou-se em 2019, pelo Ensino Fundamental, alcançando o Ensino Médio em 2020, em um contexto de pandemia. A “tradução” das orientações curriculares em práticas de sala de aula adequadas a diversos contextos, que aprimorem a aprendizagem com equidade, e que contribuam para o desenvolvimento efetivo das competências previstas no currículo é necessária e exige a contribuição da pesquisa científica de ponta para que possam ser eficazes para todos os(as) alunos(as), levando em consideração a diversidade de estudantes, de professores e de contextos das escolas públicas de educação básica.

Espera-se que os projetos de pesquisa produzam evidências que apoiem o desenvolvimento de pedagogias para a transformação das práticas, para o desenvolvimento e aprimoramento de políticas educacionais em larga escala voltadas à melhoria da aprendizagem de todos os alunos e às condições para propiciar a permanência dos estudantes nas aulas.

Exemplos de objetos de investigação: processos de aprendizagem; Novo Ensino Médio; Ensino Técnico integrado com o Ensino Médio; escolas de tempo integral; letramento matemático e científico; formas de se ensinar cada uma das habilidades curriculares; materiais didáticos impressos e digitais ofertados aos estudantes (inteligência artificial; plataformas e tecnologias educacionais; livros didáticos; cadernos de orientação a alunos e professores; materiais de laboratório; etc.); aspectos relacionados à atuação docente no processo de ensino e de aprendizagem; mediação tecnológica; ensino híbrido e usos de tecnologias para favorecer a aprendizagem; implementação do Currículo nas modalidades educacionais; atendimento aos estudantes da Educação Especial.

TEMA B: FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE PESSOAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA PÚBLICA

A pesquisa acadêmica tem apontado que um dos principais fatores para uma aprendizagem bem-sucedida é a qualidade da atuação docente, principalmente durante as aulas. No contexto brasileiro, processos de formação continuada realizados pelos sistemas de ensino podem ser e têm sido comumente usados para atualizar a formação inicial. O campo de pesquisa sobre a formação docente pode oferecer evidências para a formulação de políticas de formação mais inovadoras, plurais e eficientes. Outro conjunto importante de evidências científicas aponta o impacto positivo de diretores escolares com perfil de liderança nos resultados das escolas.

De maneira articulada à formação, a busca por qualidade na atuação de professores e gestores educacionais exige também um outro conjunto de medidas, voltadas à gestão de pessoas e ao desenvolvimento profissional de diversos cargos e funções. Há um amplo campo de pesquisa afeto à gestão de pessoas (recrutamento e seleção, desenvolvimento de competências, avaliação de desempenho), à gestão por resultados na educação, a lógicas de incentivo e reconhecimento, cujas evidências podem contribuir para a concepção de políticas com foco em protagonismo docente e estímulo à carreira.

Exemplos de objetos de investigação: processos de formação docente; formação entre pares; interface entre formação inicial; atuação profissional e formação continuada de professores; gestão de pessoas; desenvolvimento profissional no setor educacional público (seleção, estágios probatórios nos concursos de ingresso, avaliação de desempenho); regras de incentivo e reconhecimento; metodologias efetivas de formação visando o aperfeiçoamento da prática docente em sala de aula e estratégias de acompanhamento presencial da prática docente em sala de aula; com as respectivas metodologias e instrumentos avaliativos.

TEMA C: GESTÃO DA APRENDIZAGEM E AVALIAÇÃO

Uma das principais barreiras à boa gestão da aprendizagem pela escola é a dificuldade de entendimento sobre os diferentes objetivos de cada tipo de avaliação e sobre seus usos. Estudos sobre avaliação estão em grande parte ausentes da formação inicial de professores. Ademais, resultados de avaliações têm sido usados na gestão da aprendizagem na escola e nas redes de ensino, em processos associados de planejamento, acompanhamento e avaliação. O campo de estudos sobre avaliação da aprendizagem e gestão da aprendizagem pode oferecer subsídios para o aprimoramento de políticas voltadas para apoiar professores e gestores no uso das avaliações para o planejamento da ação nas diversas instâncias do sistema educacional, para a formulação de intervenções pedagógicas e outras medidas voltadas para a melhoria da aprendizagem de todos os alunos.

Além disso, estudos vêm mostrando que uma boa gestão da sala de aula (aspectos relacionados a clima escolar, disciplina, uso do tempo, entre outros) é fundamental para uma aprendizagem bem-sucedida. Esse campo de estudos pode oferecer subsídios para apoiar propostas de organização do trabalho na escola, que levem a um melhor aprendizado, desenho de programa de recomposição das aprendizagens e à diminuição das desigualdades de desempenho entre alunos. Esses resultados de pesquisa podem, ainda, oferecer subsídios para a formação dos profissionais da educação.

Exemplos de objetos de investigação: gestão da aprendizagem; gestão da sala de aula; interpretação e uso de avaliações internas e externas (diagnósticas, somativas, processuais/formativas); apropriação de dados e evidências para fins de planejamento; inovação em planejamento escolar e educacional.

TEMA D: GESTÃO EDUCACIONAL – ESCOLAS, REDES E SISTEMAS DE ENSINO

Várias redes de ensino enfrentam desafios comuns no desenvolvimento de capacidades institucionais para apoiar a gestão de cada escola em uma perspectiva sistêmica, que permita coordenação de esforços entre diferentes instâncias, eficiência no uso de recursos e redução da desigualdade de trajetórias escolares no setor público de educação básica.

O campo de estudos da gestão educacional, que compreende de maneira articulada a gestão escolar, a gestão de redes de ensino e a cooperação entre redes no contexto do pacto federativo, pode oferecer subsídios para a inovação das estratégias dos órgãos públicos e aprimoramento das políticas de planejamento e gestão educacional, para o aumento da coordenação da atuação entre diferentes funções e unidades em cada rede, para a cooperação e sinergia de esforços entre sistemas, e para a colaboração entre diferentes setores sociais envolvidos no ecossistema educacional. Espera-se que os projetos de pesquisa se debrucem sobre temas variados de gestão pública, inclusive afetos à gestão das áreas-meio que analisem e proponham o desenvolvimento de capacidades institucionais, buscando contribuir para a otimização da gestão estratégica e de processos, para o aumento da eficiência, eficácia e efetividade da ação estatal no campo educacional, no desenvolvimento de evidências para sustentar os processos decisórios e na promoção da transparência de informações à sociedade.

Exemplos de objetos de investigação: inovação em gestão escolar; práticas de gestão de sistemas de ensino; otimização das estruturas físicas; otimização de serviços escolares; iniciativas para melhoria da gestão estratégica e de processos; mecanismos para estimular a gestão baseada em evidências; mecanismos para estimular a gestão baseada em resultados; estratégias de colaboração federativa; desenhos inovadores para parcerias entre órgãos de governo, sociedade civil e iniciativa privada. Processos de acompanhamento pedagógico da rede escolar; sistemas informacionais para supervisão e gestão do sistema de ensino. Modelos inovadores para a oferta de serviços de apoio aos alunos; de compras e contratações públicas para a operação da rede de ensino. Melhoria do investimento público em Educação; atuação das Associações de Pais e Mestres na gestão; aumento de capacidade organizacional; desenvolvimento de estratégias apoiadas por inteligência artificial que beneficiem o relacionamento com o cidadão e o processo decisório; processos de mudança em organizações públicas, entre outros temas.

TEMA E: EQUIDADE, DIVERSIDADE E REDUÇÃO DAS DESIGUALDADES NA EDUCAÇÃO

Na rede estadual de São Paulo existe uma profunda desigualdade de desempenho entre escolas, muitas vezes no mesmo contexto socioeconômico. Desigualdade de trajetórias escolares entre estudantes em função de sua condição socioeconômica, do pertencimento étnico-racial e do sexo, e segundo diversos tipos de deficiência. São diferentes fenômenos, todos com repercussão na qualidade do ensino oferecido pela escola pública de educação básica, cuja elucidação e tratamento pelo poder público são urgentes.

Estatísticas recentes sobre a educação em países da América Latina e Caribe evidenciam tais desigualdades (ERCE 2019 – Unesco). Estudos sobre a influência do clima escolar e da qualidade das relações humanas na escola na trajetória e desempenho escolar diagnosticam diversas formas de preconceito e discriminação. O cenário é de inserção educacional desigual de pessoas com deficiência, de jovens e adultos com atraso escolar, imigrantes, quilombolas, indígenas, população prisional, população do campo e de jovens em atendimento socioeducativo. Também é consagrado o diagnóstico do baixo impacto da legislação nacional que define diretrizes para a educação das relações étnico-raciais nos conteúdos e práticas escolares.

Resultados de pesquisas nesses campos de estudo podem gerar e consolidar evidências para apoiar políticas que garantam a igualdade de oportunidades educacionais a todas as pessoas, na educação básica pública.

Exemplos de objetos de investigação: fatores que influenciam as desigualdades educacionais entre grupos de estudantes e entre escolas; metodologias para a adequação da prática pedagógica às necessidades diversas de estudantes; metodologias de gestão dos sistemas educacionais para a redução de desequilíbrios entre escolas e regiões; promoção da educação em valores democráticos e antidiscriminatórios na educação básica; aprimoramento da implementação da Política de Educação Especial; Educação Escolar Indígena; Educação Escolar Quilombola; Educação de Jovens e Adultos e EJA nos sistemas socioeducativo e prisional (materiais didáticos; paradidáticos e de apoio ao currículo; formação docente; práticas pedagógicas).

TEMA F: TECNOLOGIA, INOVAÇÃO E EDUCAÇÃO PROFISSIONAL NO CURRÍCULO DA EDUCAÇÃO BÁSICA

Estudos indicam a importância da proficiência em tecnologia e da capacidade de inovar para uma inserção satisfatória no mundo do trabalho contemporâneo e para o desenvolvimento da cidadania digital. É preciso aprofundar o tratamento progressivo de tais competências no currículo da educação básica, desde o ensino fundamental, assim como das competências associadas à prontidão para o trabalho, no currículo do Ensino Médio.

No que tange ao uso de recursos tecnológicos na educação e novas abordagens de ensino como o movimento maker, STEAM (Ciências, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática, em português), há que articular a formação de estudantes e a de professores nesses campos, além de estudar e avaliar as ações que já vêm sendo realizadas na rede.

É preciso considerar, também, as distintas implicações desta formação segundo projetos de vida e itinerários formativos diferenciados de estudantes de ensino médio. A formação técnica e profissional no ensino médio exige abordagens inovadoras, integradas com as necessidades do setor produtivo no território e capazes de prover chances reais de uma melhor inserção profissional.

Exemplos de objetos de investigação: conteúdos; abordagens e práticas pedagógicas para o desenvolvimento das competências referidas a tecnologia e inovação no ensino fundamental e no ensino médio; conteúdos; abordagens e práticas pedagógicas para o tratamento curricular da relação com o mundo do trabalho nos anos finais do ensino fundamental e no ensino médio; organização do espaço escolar para a oferta da educação profissional; impacto da adoção da tecnologia; educação maker; letramento digital na educação (resultados de aprendizagem; redução de desigualdades; entre outros); modelagens inovadoras de parceria entre escola, comunidades e iniciativa privada, no âmbito do ensino profissional e tecnológico.