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Indicadores de CT&I 2004
7 de maio de 2005
Agência FAPESP - Mais de 40 pesquisadores envolvidos. Pareceristas externos. Um conjunto de 220 ilustrações e 12 robustos capítulos distribuídos em dois volumes. Muito mais do que uma simples apresentação de séries estatísticas, os Indicadores de Ciência, Tecnologia e Inovação em São Paulo – 2004 apresentam uma análise qualitativa de milhares de dados gerados entre 1998 e 2003. A publicação será lançada na terça-feira (10/5), na sede da FAPESP.
“Orientamos os autores a contextualizar as séries estatísticas principalmente do ponto de vista socioeconômico. Os indicadores apresentados foram interpretados também dentro da realidade da ciência e tecnologia nacional e até internacional”, disse Regina Gusmão, coordenadora executiva do projeto de indicadores da Fundação, à Agência FAPESP.
A terceira edição dos indicadores – as anteriores foram publicadas em 1998 e 2001 – aborda alguns assuntos inéditos. Um deles é o foco principal do capítulo 10, Tecnologias da informação e comunicação (TICs) e redes digitais. O estudo revela a enorme concentração dos registros de domínios na internet em São Paulo. Entre 1992 a 2002, o estado teve uma média de 250 domínios “.com.br” e “.org.br” registrados para cada mil estabelecimentos. O resto do país ficou com apenas 140.
“Essa publicação pretende oferecer subsídios para as ações dos gestores e formuladores de políticas de ciência, tecnologia e inovação”, explica Regina. Segundo ela, também é interessante perceber que o livro que será lançado agora não é fruto de um esforço isolado. “Isso faz parte de um projeto maior. Ele está inserido nas atividades regulares da FAPESP, que desde 2001 tem constituído um núcleo voltado especialmente para a produção regular de análises da ciência e tecnologia paulista e brasileira.”
Além dos assuntos novos, o livro aborda diversas dimensões das três grandes categorias de indicadores de ciência, tecnologia e inovação: os de insumo (dispêndios públicos e privados em pesquisa e desenvolvimento; recursos humanos disponíveis e panorama do ensino superior); de produto (produção científica, produção tecnológica, comércio de produtos de alta tecnologia e empresas inovadoras); e indicadores de impacto (socioeconômicos e culturais da C&T em setores específicos, como saúde, tecnologia da informação e percepção pública da ciência).
“Os capítulos fornecem indícios de novas e importantes tendências, em distintas esferas, nem sempre associadas a rupturas significativas. Na maioria das vezes, elas nos remetem ao enfrentamento de velhos desafios que se têm colocado ao longo das últimas décadas para a consolidação do sistema nacional de C&T”, escreveu Regina nas conclusões do primeiro capítulo.
Um dos problemas centrais, de acordo com o livro, é enfrentar o contraste que existe entre o avanço da capacidade de produção científica e a relativa estagnação da capacidade de geração de inovações tecnológicas do país, e ainda do limitado desempenho do setor empresarial em atividades de pesquisa e desenvolvimento.