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Soluções cooperativas

Soluções cooperativas Primeira edição do Tech Day FAPESP reúne representantes das universidades estaduais paulistas, do IPT e da fabricante de sistemas automotivos Delphi para estimular a pesquisa exploratória (foto: T. Romero)

Por Thiago Romero


Agência FAPESP - Na maior parte das vezes, são grupos de pesquisa que procuram a FAPESP, interessados em saber quais linhas de fomento podem auxiliá-los no processo de transferência de tecnologia para as empresas. Mas o caminho inverso tem se tornado cada vez mais freqüente. Devido a maior compreensão do papel da pesquisa básica e aplicada como vantagem competitiva, as empresas também têm procurado a Fundação para buscar novos meios de interação com a universidade.

Para integrar a demanda das empresas por soluções tecnológicas e a oferta de competências por parte dos centros de pesquisa, a FAPESP acaba de disponibilizar uma nova proposta de interação. A primeira edição do Tech Day FAPESP foi realizada na manhã de segunda-feira (9/10) na sede da Fundação, em São Paulo, reunindo representantes de universidades e de institutos de pesquisa paulistas com a Delphi, empresa produtora de tecnologia para o setor automobilístico.

Estiveram presentes integrantes das agências de inovação da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Universidade Estadual Paulista (Unesp), além do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), que fizeram apresentações sobre a capacidade física e humana instalada em seus laboratórios.

"O Tech Day FAPESP faz parte do esforço de criação de oportunidades para intensificar a conexão entre a pesquisa acadêmica e a pesquisa industrial, buscando temas para pesquisa exploratória que possam ser co-financiados pela Fundação e por empresas", explicou Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP.

A proposta é atrair para os encontros um número crescente de empresas interessadas em executar projetos colaborativos nas modalidades apoiadas pela Fundação, em especial pelo Programa Parceria para Inovação Tecnológica (Pite).

"Estamos em busca de projetos que sejam capazes de gerar pesquisas de boa qualidade e que, simultaneamente, sejam de interesse da indústria. Um dos objetivos do encontro também é promover a elaboração de melhores propostas de projetos a serem submetidos à FAPESP", disse José Ricardo Mendonça, diretor da área de ciências exatas e da terra da diretoria científica da Fundação.


Gargalos tecnológicos

Mesmo com um investimento anual de US$ 2 bilhões em pesquisa e desenvolvimento (P&D) - para um faturamento de US$ 27 bilhões -, a multinacional Delphi não está isenta de problemas de ordem tecnológica a serem superados.

"Temos 32 centros de P&D espalhados pelo mundo, com mais de 17 mil engenheiros trabalhando para encontrar soluções genuínas para os nossos problemas tecnológicos. Mas parcerias com universidades são sempre importantes para atender às necessidades locais", disse Gábor Deák, presidente da Delphi na América do Sul. "Esperamos contar com a capacidade instalada na academia em projetos conjuntos com as nossas dez fábricas hoje instaladas no Brasil."

No Tech Day FAPESP, representantes da Delphi apresentaram problemas em produtos e processos que demandam a busca de soluções tecnológicas. Uma das possibilidades de parceria é a adaptação para o gás natural de injetores de combustível, que hoje funcionam com álcool e gasolina. A parceria incluiria a aplicação de materiais alternativos, mudanças na geometria das peças, tratamento de superfícies e identificação de novos conceitos de válvulas.

Segundo a Delphi, o desenvolvimento e a validação de novas bombas de combustível, considerando os índices atuais de adulteração e o desgaste prematuro das peças, seria outra perspectiva de parceria, ao lado de novos componentes para equipamentos eletrônicos e térmicos de automóveis.

 


Página atualizada em 28/04/2009 - Publicada em 10/10/2006