Chamadas de Propostas

BIOEN - Chamada FAPESP-Dedini para Apoio à Pesquisa

Seleção pública de propostas de pesquisa sobre Processos Industriais para a Fabricação de Etanol de Cana-de-Açúcar

1. Fundamentos

O Brasil é o maior produtor de etanol de cana-de-açúcar do mundo e ocupa posição de liderança na tecnologia de sua produção. Os avanços tecnológicos permitem que a produtividade seja destacada e os custos de produção bem inferiores aos dos concorrentes internacionais. Essa liderança e competitividade devem-se ao trabalho de longos anos desenvolvido por pesquisadores em instituições de ensino superior e de pesquisa e em empresas privadas, que resultou em valiosa bagagem de conhecimento e de tecnologia sobre a cana e seus derivados e sobre o processo de fabricação do etanol de cana. As pesquisas têm abordado diversos temas, cabendo destacar o melhoramento genético da planta, o combate às pragas, as técnicas agrícolas e de colheita, os impactos da cultura no meio ambiente, e às tecnologias de fabricação do etanol, incluindo a hidrólise e a fermentação.

Manter a liderança e a competitividade, no momento em que o mundo descobre o bioetanol como uma alternativa energética e muitos países investem maciçamente na tecnologia de sua produção, a partir principalmente da celulose, exige mais esforço brasileiro em pesquisa.

A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) tem, estrategicamente, buscado intensificar as conexões entre os pesquisadores de instituições de ensino superior e de pesquisa, oficiais ou privadas, no Estado de São Paulo, com pesquisadores de empresas. Para isso, a Fundação se associa a empresas que tenham interesse e visão para buscar projetos de pesquisa, realizados em universidades e institutos de pesquisa, de natureza exploratória e que tratem de temas relevantes para sua estratégia de desenvolvimento científico e tecnológico. Esta associação não visa substituir as atividades de P&D próprias da empresa, mas sim a criar condições para que a P&D feita pela empresa tenha pontos de contacto e se beneficie da complementaridade com novas idéias circulando em universidades e institutos de pesquisa.

Atenta à importância da cana-de-açúcar e do etanol na economia paulista, a FAPESP vem contribuindo significativamente para o avanço do conhecimento científico e tecnológico do setor. Ao longo de seus 45 anos, a FAPESP tem incentivado, por meio de suas várias modalidades de apoio aos pesquisadores e programas específicos, um grande número de pesquisas voltadas para temas diversos relacionados à cultura da cana, seu aproveitamento industrial, e ao etanol. Em 1999, por exemplo, a FAPESP criou o projeto Genoma Cana, no âmbito do programa Genoma-FAPESP, para seqüenciamento e análise de genes da cana-de-açúcar relacionados com produtividade, resistência a pragas e doenças e a variações climáticas. Desde 2001, a FAPESP apóia o projeto Dedini Hidrólise Rápida, desenvolvido pela DEDINI em cooperação com instituições de ensino superior e de pesquisa do Estado de São Paulo, que objetiva o desenvolvimento de tecnologia para produção de etanol por hidrólise ácida em escala industrial.

O Convênio FAPESP-Dedini tem como objetivo desenvolver e apoiar projetos de pesquisa científica e tecnológica cooperativos, a serem estabelecidos e desenvolvidos entre pesquisadores de instituições de ensino superior e de pesquisa no Estado de São Paulo, e da Dedini (equipes mistas). Os projetos selecionados deverão contribuir para o avanço do conhecimento e da tecnologia na área de Processos Industriais para a Fabricação de Etanol de Cana-de-Açúcar, no estímulo à formação de recursos humanos altamente qualificados e, simultaneamente, na aplicação do conhecimento gerado no setor industrial, promovendo o desenvolvimento de tecnologia nacional fundamental para o desenvolvimento econômico e social do Estado de São Paulo e do país.


2. Temas relevantes para esta Chamada de Propostas de Pesquisa

  1. Pesquisa científica ou tecnológica aplicada ao desenvolvimento de tecnologia para o sistema Dedini Hidrólise Rápida (DHR) - conversão do bagaço de cana-de-açúcar via rota química (ácida):o processo DHR tem por finalidade permitir a hidrólise da celulose presente no bagaço da cana-de-açúcar, transformando-a em açúcares fermentescíveis e permitindo o aumento na produção de álcool para uma mesma área de cana plantada. A partir da UDP - Unidade de Desenvolvimento do Processo, instalada e em operação em usina de açúcar no Estado de São Paulo, resultante do Projeto desenvolvido pela parceria entre Dedini-Copersucar-FAPESP, busca-se a otimização do aproveitamento de subprodutos em função do emprego de recursos computacionais e do uso do avanço da tecnologia nos últimos anos ou através da criação de novas tecnologias. Busca-se propostas de pesquisa nos temas abaixo descritos, incluindo a construção de unidade piloto centralizada e comum para os itens 1.a) a 1.j), a qual terá a finalidade de testar e validar o desenvolvimento dos processos e metodologias utilizadas. A unidade piloto deverá ser construída para operação em regime contínuo utilizando o processo Organosolv com reciclo do hidrossolvente para hidrólise ácida. A unidade piloto deverá estar preparada para atender as seguintes etapas: a) recebimento e pré-tratamento do bagaço; b) alimentação de bagaço do reator; c) recuperação do hidrossolvente; d) unidade de fermentação/destilação; e) utilidades.

      a.1. Metodologia analítica: projetos de pesquisa sobre métodos analíticos reconhecidos internacionalmente que possam ser validados para as análises das diversas correntes e fases do processo de hidrólise incluindo geração de amostras, por processo em batelada, de forma que os dados estudados abranjam todo o processo, além da identificação e quantificação dos produtos intermediários, finais e subprodutos;

      a.2. Caracterização e tratamento do bagaço: projetos de pesquisa para desenvolver um processo de pré-tratamento do bagaço que seja compatível com os processos de hidrólise ácida ou enzimática e com a queima otimizada do bagaço. A caracterização do bagaço deverá incluir a sua distribuição dimensional, bem como a análise química do mesmo, incluindo elementos que possam causar problemas de abrasão/corrosão. Preferencialmente, os tratamentos deverão ser a seco, incluindo estudo de impacto ambiental;

      a.3. Estudo da dissolução e ou remoção da lignina da fibra: projetos de pesquisa para a obtenção de parâmetros e bases computacionais para a remoção da lignina da fibra, visando à otimização dos processos de hidrolise ácida ou enzimática. Estudo da deslignificação total e parcial das fibras e da medula.

      a.4. Estudo da cinética química e hidrodinâmica do reator: projetos de pesquisa sobre desenvolvimento de um modelo cinético da hidrólise ácida. Definição do melhor reator para realização da hidrólise; otimização do reator com máxima conversão e mínima formação de subprodutos;

      a.5. Estudo dos finos do processo: Caracterização química e granulométrica dos finos oriundos do processo. Estudo de alternativas via química e/ou enzimáticos para retenção/separação das partículas hidrolisáveis com a finalidade do aumento de eficiência da conversão;

      a.6. Estudo da coluna e validação do modelo termodinâmico: Estudo de modelos matemáticos de simulação termodinâmica da operação da coluna demonstrando as várias correntes de fluídos do processo. Estudo de simulação de uma coluna de separação com minimização de perdas do hidrossolvente que permita retirar do processo subprodutos gerados por reações secundárias. Estudo de otimização do processo de remoção dos solventes, lignina e recuperação do licor e otimização energética dos mesmos;

      a.7. Estudo alternativo de hidrossolvente: projetos de pesquisa visando o emprego de solventes alternativos na deslignificação que resultem em melhor resultado técnico-econômico e ambiental;

      a.8. Estudos de ácidos alternativos: projetos de pesquisa sobre o estudo de ácidos alternativos ao sulfúrico como catalisador e seu grau de eficiência de conversão e vida útil dos materiais. Estudo do impacto ambiental dos ácidos utilizados no processo;

      a.9. Estudo da separação / neutralização / utilização da lignina: projetos de pesquisa sobre as condições que permitam a separação da lignina por meio de processo com baixo custo, redução de perdas e recuperação de possíveis subprodutos. Estudo da queima da lignina em caldeiras. Estudo de alternativas de beneficiamento da lignina para utilização com maior valor agregado;

      a.10. Estudo da influência da mistura do caldo do hidrolisado na fermentação: projetos de pesquisa para determinação quantitativa da influência do hidrolisado no processo de fermentação utilizando os produtos obtidos no processo de hidrólise, incluindo estudo da fermentação clássica e de processos fermentativos das pentoses. Estudo sobre a capacidade das leveduras e/ou outros organismos de fermentação (naturais ou geneticamente modificadas) de metabolização e cinética dos inibidores. Estudo da fermentação dos licores de hidrólise. Estado da arte no desenvolvimento dos processos;

      a.11. Estudo de materiais: projetos de pesquisa de engenharia para identificar os agentes agressivos e estudar materiais alternativos e economicamente viáveis para construção dos reatores de pré-tratamento, hidrólise ácida e seus periféricos, incluindo técnicas para revestimentos;

      a.12. Unidade piloto: construção de unidade piloto com a finalidade de testar e validar o desenvolvimento dos processos e metodologias utilizadas. A unidade piloto deverá ser construída para operação em regime contínuo utilizando hidrólise ácida combinada ao processo Organosolv com reciclo do hidrossolvente. A unidade piloto deverá estar preparada para atender as seguintes etapas: a) recebimento e pré-tratamento do bagaço; b) alimentação de bagaço do reator; c) hidrólise no reator; d) recuperação do hidrossolvente e do licor hidrolisado; e) tratamento do hidrolisado; f) unidade de fermentação/destilação; g) utilidades.

  2. Pesquisa científica sobre hidrólise utilizando rotas químicas e/ou enzimáticas (2ª geração) ou sobre rotas que produzem combustíveis líquidos por gaseificação, produção de gás de síntese e devidas conversões catalíticas (3ª geração), em ambos os casos aplicada ao desenvolvimento de tecnologias aplicáveis à produção de biocombustíveis líquidos a partir da biomassa de cana-de-açúcar

      b.1. Rota biológica: Projetos de pesquisa relacionados ao processo de produção de etanol da biomassa da cana-de-açúcar, envolvendo as etapas de pré-tratamento da biomassa, hidrólise enzimática e fermentação alcoólica, incluindo caracterização qualitativa e quantitativa e estudos cinéticos e catalíticos.

      b.2. Rota termo-química: Projetos de pesquisa relacionados ao processo de produção de biocombustíveis líquidos a partir da gaseificação da biomassa da cana-de-açúcar e possíveis reações de síntese (BTL – Biomass to Liquid), incluindo caracterização qualitativa e quantitativa e estudos cinéticos e catalíticos.

      b.3. Rota química: Projetos de pesquisa alternativos relacionados ao processo de prod ução de biocombustíveis líquidos a partir da biomassa da cana-de-açúcar.

  3. Produção de energia:

      c.1. Avaliação de compostos orgânicos derivados da vinhaça aplicada à lavoura em condições de anaerobiose: projetos de pesquisas que identifiquem e quantifiquem, através de definição de metodologia, os componentes gerados pelo processo de degradação da vinhaça no solo visando a determinação do potencial de créditos de carbono pela digestão da vinhaça.

      c.2. Estudo sobre a queima de vinhaça concentrada em caldeiras: projetos de pesquisas sobre impacto ambiental e créditos de carbono;

      c.3. Estudo da exploração sobre recepção, processamento e uso da palha e lignina de cana-de-açúcar como combustível em caldeiras;

      c.4. Estudo de biodigestão da vinhaça combinada com separação dos seus elementos fertilizantes (principalmente o potássio) utilizando processos biológicos, físicos ou químicos;

      c.5. Estudo sobre queima da glicerina em caldeiras eliminando impactos ambientais (acroleína);

      c.6. Estudo sobre gaseificação do bagaço e respectiva purificação adequada ao seu uso como combustível em turbinas a gás;

      c.7. Estudo para a queima de combustíveis líquidos, gasosos e biomassa em fornalhas de caldeiras em ambiente enriquecido de O2, envolvendo sistema de retirada de N2 do ar de combustão e conseqüente aumento da eficiência térmica do sistema.

  4. Consumo de energia: projetos de pesquisa que explorem a otimização da destilação, incluindo um ou mais dos seguintes temas:

      d.1. Otimização da destilação do etanol: Propor e avaliar novas tecnologias visando maior eficiência dos processos de destilação de etanol hidratado, etanol anidro, etanol neutro e etanol industrial, destacando o aproveitamento dos vapores alcoólicos através de simulações das diferentes alternativas no simulador de processo;

      d.2. Dinâmica de fluídos computacional aplicada à otimização das colunas de destilação: otimização dos projetos das colunas de destilação na produção de etanol hidratado e anidro para redução do custo global dos equipamentos de destilação utilizando a ferramenta CFD (Computacional Fluid Dynamics) ou similar;

      d.3. Maximização da eficiência energética em plantas produtoras de etanol: análise sistemática de todas as etapas de produção utilizando a tecnologia PINCH ou similar com proposta de otimização no balanço térmico global da usina visando redução de custos de produção e maior eficiência energética elétrica com geração de energia elétrica excedente para novas plantas de açúcar e álcool;

      d.4. Processos para produção de etanol hidratado carburante e anidro carburante diretamente do vinho fermentado: propor e avaliar a alternativa tecnológica para a destilação de etanol utilizando pervaporação com membranas que consumem menor quantidade de vapor de processo, uso de peneiras moleculares (zeólitas) ou outras alternativas tecnológicas para obtenção direta do etanol do vinho fermentado. Propostas neste tema podem prever a construção de unidade piloto com a finalidade de testar e validar o desenvolvimento.

  5. Rendimento e eficiência de processos

      e.1. Processos alternativos de fermentação incluindo planta piloto: Projetos de pesquisas com propostas e avaliações do processo de fermentação alternativo que promova a redução de custos em comparação aos processos convencionais;

      e.2. Fermentação com alto teor alcoólico e de alta eficiência, incluindo planta piloto: projetos de pesquisas com propostas e avaliações de alternativas de processos de fermentação com alta eficiência e com alto teor alcoólico, visando a redução do volume de vinhaça produzido através dos processos convencionais, com eliminação de antibióticos e maximizando o rendimento desta etapa do processo de produção do etanol.;

      e.3. Novos materiais para aplicação em equipamentos para produção de açúcar e álcool: projetos de pesquisa sobre desenvolvimento ou aplicação de novos materiais que reduzam desgaste mecânico, aumentem eficiência e processo e reduzam custos de manutenção nos equipamentos utilizados para produção de açúcar e etanol, utilizando novas ligas ou compostos sintéticos;

      e.4. Novas tecnologias para tratamento de Caldo de Cana, Mel e Mosto para produção de açúcar e álcool, incluindo planta piloto: projetos de pesquisas de alternativas para melhoria da qualidade das matérias-primas (caldo da cana-de-açúcar, mel, mosto para fermentação) processada na produção de etanol visando otimização das eficiências dos processos e energética;

      e.5. Ferramentas de software para avaliação do desempenho das operações agrícola e industrial e sua otimização em termos de eficiência energética. A ferramenta deve ser capaz de incorporar novas soluções tecnológicas e ser aplicável a plantas industriais de etanol, açúcar e bioeletricidade, bem como ao projeto de usinas completas;

      e.6. Desenvolvimento de sensores para monitoramento on-line na produção de bioetanol;

      e.7. Produção integrada de etanol e açúcar através da produção direta de açúcar de melhor qualidade e com redução do consumo energético, com validação do desenvolvimento em planta piloto.


3. Chamada de Propostas de Pesquisa

A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, FAPESP, e a Dedini tornam pública a presente Chamada de Propostas de Pesquisa e convidam os pesquisadores interessados, vinculados a instituições de ensino superior e de pesquisa no Estado de São Paulo, a apresentarem propostas de projetos de pesquisa no âmbito do convênio firmado entre a FAPESP e a Dedini, nas formas e condições a seguir estabelecidas.


4. Objetivos

O objetivo desta Chamada de Propostas de Pesquisa é identificar, selecionar e apoiar projetos de pesquisa fundamental e aplicada, de classe mundial, relacionadas aos temas descritos na Seção 2


5. Condições de participação

As condições de participação na Chamada de Propostas de Pesquisa listadas abaixo serão aplicadas rigorosamente. Por favor, leia-as cuidadosamente. Propostas que violem alguma das condições serão excluídas.

  1. As propostas devem ser apresentadas por pesquisadores de instituições de ensino superior e de pesquisa no Estado de São Paulo. Aplicam-se as condições e restrições do Programa FAPESP de Pesquisa em Parceria para Inovação Tecnológica (PITE), excluindo-se aquelas restrições e condições explicitamente excepcionadas nesta Chamada de Propostas de Pesquisa.
  2. Propostas que estejam incompletas, imprecisas, ou que de alguma maneira não estejam aderentes aos termos desta Chamada, segundo análise pelo Comitê Gestor do Convênio FAPESP-Dedini, serão excluídas.


6. Características das propostas de pesquisa

As propostas deverão buscar alguns ou todos os seguintes objetivos de pesquisa:

  1. Soluções novas e criativas: os projetos que se busca não são do tipo engenharia incremental com um resultado garantido, mas sim propostas que explorem e criem nova tecnologia e conhecimento. A FAPESP e a Dedini encorajam abordagens ousadas, originais e não-convencionais para os desafios científicos e tecnológicos centrais nos temas listados na Seção 1.
  2. Relevância imediata: A FAPESP e a Dedini buscam projetos que sejam intensamente conectados ao desenvolvimento de processos de 1ª, 2 ª e 3 ª geração para produção de biocombustíveis líquidos, a partir da biomassa da cana-de-açúcar, (rotas: química, biológica e termo-química); produção e consumo de energia, bem como rendimento e eficiência de processos. Os objetivos devem ser específicos, mensuráveis e orientados a resultados com métricas tangíveis. As tecnologias devem contribuir para a sustentabilidade da cadeia produtiva sucro-alcooleira na produção de biocombustíveis líquidos, em especial, o bioetanol.
  3. Disseminação e comunicação: os resultados da pesquisa devem ser amplamente comunicados nas comunidades científicas relevantes, usando-se canais acadêmicos estabelecidos tais como conferências internacionais e revistas científicas arbitradas. Todos os projetos selecionados devem resultar em presença detalhada na Web e relevantes apresentações em conferências e publicações. Outros canais para o desenvolvimento comunitário podem incluir workshops regionais, seminários de pós-graduação e itens curriculares como cursos ou materiais para cursos.
  4. Propriedade intelectual dos resultados: os direitos de propriedade intelectual sobre os resultados serão objeto de cláusula em convênio entre a FAPESP, a Dedini e a Instituição sede de cada um dos projetos selecionados. A FAPESP, a Dedini e a instituição sede se comprometem a buscar os instrumentos para proteção da propriedade intelectual de tal forma que a obtenção desta, seja por meio de patentes ou outras, não represente obstáculo à comunicação dos resultados em canais científicos e técnicos.
  5. Testes de campo: O objetivo da Chamada de Propostas de Pesquisa é avançar o estado-da-arte das tecnologias. O desenvolvimento de testes de campo é encorajado, embora não requerido, exceto nos itens que envolvem a necessidade de validação em plantas-piloto.


7. Recursos destinados a esta chamada

O total de recursos oferecido pela FAPESP e pela Dedini para atender às propostas selecionadas nesta Chamada de Propostas de Pesquisa é de R$ 20.000.000,00, sendo R$ 10.000.000,00 pela FAPESP e R$ 10.000.000,00 pela Dedini. A adequação do orçamento proposto aos objetivos e à capacidade da equipe proponente é um dos importantes elementos considerados na análise e seleção das propostas. A FAPESP e a Dedini se reservam o direito de propor orçamentos menores do que os solicitados para algumas das propostas selecionadas.

As propostas devem apresentar os itens de orçamento solicitados à FAPESP e à Dedini, buscando manter em torno de 50% a fração do valor total solicitada a cada um dos financiadores. Tal equilíbrio é desejável, mas não é obrigatório, podendo afastar-se dos 50% devido a situações específicas justificadas.

Os itens de orçamento que podem ser solicitados à FAPESP são aqueles tradicionalmente apoiados pela fundação e descritos em https://fapesp.br/1656.

Os itens de orçamento que podem ser cobertos com recursos da Dedini devem estar restritos a:

  1. Recursos aplicados em bens de capital ou equipamentos se estes ficarem sob propriedade das instituições de ensino superior e de pesquisa no Estado de São Paulo após o projeto;
  2. Recursos aplicados em bolsas de estudo para Iniciação Científica, Mestrado, Doutorado e Pós-Doutorado, com valores, no mínimo, iguais aos das bolsas FAPESP para estas modalidades;
  3. Recursos aplicados em custeio de materiais de consumo, viagens e serviços de terceiros diretamente associados ao projeto;
  4. Recursos aplicados na infraestrutura de pesquisa associada ao projeto;
  5. Recursos para complementação salarial dos professores ou pesquisadores contratados pelas instituições de ensino superior e de pesquisa, participantes do projeto;
  6. Recursos para a contratação, pelo prazo do projeto, de pesquisadores ou técnicos de apoio dedicados ao projeto na instituição acadêmica parceira;
  7. As situações especiais ou omissas serão analisadas especificamente, em cada caso, mediante justificativa circunstanciada que deve constar da proposta, pelo Conselho Técnico Administrativo da FAPESP.


8. Duração do Projeto

As propostas deverão ser para projetos com duração de até, no máximo, 48 meses.


9. Apresentação das Propostas

As propostas devem ser apresentadas em papel e acompanhadas de um CD contendo em um único arquivo de formato PDF todo o material.

A proposta deve conter:

  1. Formulário FAPESP-PITE (propostas apresentadas em outros formulários FAPESP serão desqualificadas na autuação);
  2. Súmula Curricular FAPESP (para cada um dos Pesquisadores Principais, inclusive aqueles de empresas parceiras, se houver;
  3. Projeto de Pesquisa: as propostas devem cobrir os itens de c.1) a d.3.12) descritos abaixo. Os itens de c.1) a c.7) devem estar em no máximo 20 páginas, usando tipo de tamanho 12 e espaçamento duplo. Por favor, use os títulos listados em c.1) a c.7) como títulos de seções:

      c.1. Enunciado do problema: Qual será o problema tratado pelo projeto e qual sua importância? Qual será a contribuição para a área se bem sucedido? Cite trabalhos relevantes na área, conforme necessário.

      c.2. Resultados esperados: O que será criado ou produzido como resultado o projeto proposto? Como os resultados serão disseminados?

      c.3. Desafios científicos e tecnológicos e os meios e métodos para superá-los: explicite os desafios científicos e tecnológicos que o projeto se propõe a superar para atingir os objetivos. Descreva com que meios e métodos estes desafios poderão ser vencidos. Cite referências que ajudem os assessores que analisarão a proposta a entenderem que os desafios mencionados não foram ainda vencidos (ou ainda não foram vencidos de forma adequada) e que poderão ser vencidos com os métodos e meios da proposta em análise.

      c.4. Descrição da equipe: todos os participantes do projeto devem ser elencados: além do nome do participante, instituição e entidade devem ser nomeadas, função no projeto deve ser definida, carga horária dedicada ao projeto deve ser atribuída, e assinatura do participante aportada na referida planilha (acessível em www.fapesp.br/chamadas/dedini/equipe_dedini.xls).

      c.5. Cronograma: Quando o projeto será completado? Quais os eventos marcantes que poderão ser usados para medir o progresso do projeto e quando estará completo? Caso o projeto proposto seja parte de outro projeto maior já em andamento, estime os prazos somente para o projeto proposto.

      c.6. Disseminação e avaliação: Como os resultados do projeto deverão ser avaliados e como serão disseminados? Que tipo de licença e em que termos os resultados serão disponibilizados?

      c.7. Outros apoios: Demonstre outros apoios ao projeto, se houver, em forma de fundos, bens ou serviços, mas sem incluir itens como uso de instalações da instituição que já estão disponíveis. Note que os autores das propostas selecionadas deverão apresentar carta oficial assinada pelo dirigente da instituição, comprometendo os recursos e bens adicionais descritos na proposta.

      Em adição, cada proposta poderá conter, como anexos, os documentos relacionados ao item abaixo, se for o caso (este item não deve ser incluído na contagem de 20 páginas mencionada acima):

      c.8. Plano de Trabalho para as Bolsas (Iniciação Científica, Mestrado e Doutorado e Pós-Doutorado) solicitadas:

      Os custos para Bolsas de Iniciação Científica, Mestrado, Doutorado e Pós-Doutorado, cujos prazos devem ser iguais ou menores do que o prazo de duração do projeto poderão ser cobertos com recursos da Dedini, dependendo da análise da proposta e da disponibilidade financeira, a ser verificada no momento da seleção das propostas. Os valores das bolsas deverão ser, no mínimo, iguais aos das bolsas FAPESP para estas modalidades.

      Para cada bolsa solicitada deverá ser apresentado, com a proposta inicial, um Plano de Trabalho com até duas páginas, incluindo Título do Projeto de Bolsa, Resumo e Descrição do Plano. Não é necessário indicar o nome do bolsista na proposta, mas caso o projeto seja aprovado, o Pesquisador Principal deverá providenciar processo seletivo anunciado publicamente para selecionar os bolsistas por mérito acadêmico.

  4. Planilhas de orçamento e cronogramas físico-financeiros: (planilhas disponíveis em www.fapesp.br/chamadas/dedini/planilhas) que, uma vez preenchidas, devem ser apresentadas juntamente com o Projeto de Pesquisa do item (c).

      d.1. Planilha do Orçamento Consolidado, por rubrica e por fonte (FAPESP, Dedini e outras fontes como universidade, institutos, outras agências)

      d.2. Planilhas para itens a serem financiados pela FAPESP:

        d.2.1. Planilha para itens da rubrica Material Permanente Nacional

        d.2.2. Planilha para itens da rubrica Material Permanente Importado

        d.2.3. Planilha para itens da rubrica Material de Consumo Nacional

        d.2.4. Planilha para itens da rubrica Material de Consumo Importado

        d.2.5. Planilha para itens da rubrica Serviços de Terceiros no País

        d.2.6. Planilha para itens da rubrica Serviço de Terceiros no Exterior

        d.2.7. Planilha para itens da rubrica Transporte

        d.2.8. Planilha para itens da rubrica Diárias

        d.2.9. Cronograma físico-financeiro anual dos recursos solicitados à FAPESP

      d.3. Planilhas para itens a serem financiados pela Dedini:

        d.3.1. Planilha para itens da rubrica Material Permanente Nacional

        d.3.2. Planilha para itens da rubrica Material Permanente Importado

        d.3.3. Planilha para itens da rubrica Material de Consumo Nacional

        d.3.4. Planilha para itens da rubrica Material de Consumo Importado

        d.3.5. Planilha para itens da rubrica Serviços de Terceiros no País

        d.3.6. Planilha para itens da rubrica Serviço de Terceiros no Exterior

        d.3.7. Planilha para itens da rubrica Transporte

        d.3.8. Planilha pra itens da rubrica Diárias

        d.3.9. Planilha para Bolsas

        d.3.10. Planilha para Custos de Pessoal, podendo incluir: complementação salarial de professores e pesquisadores, pesquisadores visitantes, e pesquisadores e técnicos de apoio admitidos para o exercício de atividades na instituição acadêmica sede do projeto pelo prazo do projeto; complementação salarial de professores e pesquisadores

        d.3.11. Planilha para Custos com infraestrutura e Instalações associadas ao projeto

        d.3.12. Cronograma físico-financeiro anual dos recursos solicitados à Dedini


10. Comunicações relativas a esta Chamada de Propostas de Pesquisa

10.1. Apresentação das propostas

Todas as propostas deverão ser enviadas exclusivamente em papel. Não serão aceitas propostas submetidas por qualquer outro meio.

As propostas devem ser apresentadas em papel e acompanhadas de um CD contendo em um único arquivo de formato PDF todo o material listado na seção 9.

10.2. Para esclarecimentos

Por favor, envie todas as questões sobre esta Chamada de Propostas de Pesquisa para chamada_fapesp_dedini@fapesp.br. Para atendimento mais eficaz, por favor, inclua “Chamada FAPESP – Dedini” no campo “Assunto” do e-mail.

Dra. Conceição Vedovello
Diretora da Área para Ciências Exatas e Engenharia
FAPESP
E-mail: chamada_fapesp_dedini@fapesp.br
Tel.: (11) 3838 4031

10.3. Para esclarecimentos técnicos com a Dedini

Recomenda-se aos interessados em apresentar propostas contatar a empresa durante a elaboração da mesma. A aderência às orientações oferecidas pela empresa não garante a aprovação da proposta – lembra-se aos interessados que a análise será feita usando-se o sistema de assessoria ad-hoc tradicionalmente usado pela FAPESP.

A solicitação de orientação técnica junto à Dedini deve ser encaminha a:

Engenheiro Fernando César Boscariol
Dedini S/A Indústrias de Base
Rod. Rio Claro – Piracicaba, Km 26,3
Cx.Postal 1249
13414-970, Piracicaba, SP
Telefone: (19) 3403-5343
e-mail: projetos_fapesp_dedini@dedini.com.br


11. Análise e Seleção das Propostas de Pesquisa

Todas as propostas consideradas aderentes aos termos desta Chamada de Propostas de Pesquisa serão analisadas.

A seleção das propostas será realizada por análise de mérito e análises comparativas. Estas serão realizadas usando-se pareceres de assessoria ad-hoc, das Coordenações de Área e Adjuntas da FAPESP de acordo com os critérios para seleção de Auxílios à Pesquisa tradicionais da FAPESP, e do Comitê Gestor da cooperação FAPESP-Dedini.

Não participarão do processo de análise e seleção de propostas pesquisadores participantes em alguma proposta submetida.

Todas as propostas serão analisadas usando-se os seguintes critérios:

  1. Aderência aos termos especificados nesta Chamada;
  2. Originalidade e ousadia da proposta de pesquisa, em relação ao tema Processos Industriais para a Fabricação de Etanol de Cana-de-Açúcar; objetivos de pesquisa bem definidos e que, se atingidos, tem o potencial de ter impacto significativo no campo de pesquisa.
  3. Qualidade do projeto de pesquisa, na especificação clara dos objetivos, dos desafios a vencer e dos meios e métodos científicos, técnicos e materiais para isso, em relação ao estado da arte no campo.

  4. Qualidade e diligência da engenharia, incluindo a definição das interfaces, metodologia de testes e planos para implementação experimental.

  5. Adequação da infraestrutura oferecida pela instituição sede.

  6. Qualificação do pesquisador proponente e sua equipe, demonstrada por histórico anterior de resultados de pesquisa em áreas relevantes a esta Chamada, finalização bem sucedida de projetos anteriores, prêmios e reconhecimentos por atividade docente, e publicações, demonstradas nas Súmulas Curriculares dos pesquisadores principais.

  7. Viabilidade da execução do projeto, incluindo a adequação dos recursos disponíveis, apoio institucional, razoabilidade dos cronogramas, quantidade e qualificação dos participantes, valor, o que inclui o uso eficiente dos recursos solicitados.
  8. Potencial para ampla disseminação e uso da propriedade intelectual criada, incluindo-se planos para publicações científicas, apresentações em conferências, bem como planos para distribuição dos conteúdos em múltiplos formatos e linguagens.
  9. Formação de novos pesquisadores e profissionais, propiciada pela execução do projeto.


12. Cronograma

Evento

Datas

Publicação da Chamada no Portal da FAPESP

03/07/2008

Última data para recebimento de propostas

01/09/2008

Publicação dos resultados do processo de análise e seleção

01/12/2008

13. Resultado da Seleção de Propostas

Os resultados finais serão divulgados no portal da FAPESP (www.fapesp.br) e por meio de comunicado aos interessados.


14. Cancelamento da Concessão

A concessão do apoio financeiro poderá ser cancelada pela FAPESP, por ocorrência, durante sua execução, de fato cuja gravidade justifique o cancelamento, a critério da Diretoria Científica da FAPESP, sem prejuízo de outras providências cabíveis.


15. Concessão, Acompanhamento e Avaliação dos Projetos

Caso a solicitação seja aprovada, será lavrado Termo de Outorga, o qual deverá ser assinado pelo pesquisador principal e pelo responsável pela instituição.

Os resultados obtidos deverão ser demonstrados em relatórios científicos, e prestações de contas deverão ser encaminhas de acordo com o estabelecido no Termo de Outorga.


Página atualizada em 03/04/2020 - Publicada em 01/07/2008