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FAPESP-Vitae apóiam divulgação científica
Agência FAPESP – Os seis projetos de pesquisa aprovados na segunda chamada do Programa FAPESP-Vitae sobre Pesquisa em Museus e Centros de Ciências foram apresentados nesta terça-feira (18/11) em workshop realizado na sede da FAPESP, na capital paulista.
Coordenados por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e do Instituto Butantan, os projetos serão apoiados no âmbito de convênio firmado em 2006 entre a FAPESP e a Vitae Apoio à Cultura, Educação e Promoção Social.
O objetivo da iniciativa é apoiar atividades de pesquisa para aprimorar e ampliar atividades educacionais e de divulgação científica de centros interativos de ciências e museus instalados no Estado de São Paulo.
Participaram do encontro os membros do comitê de seleção dos projetos David Ellis, ex-diretor do Museu de Ciência de Boston, Estados Unidos, e Jeter Bertoletti, criador do Museu de Ciências e Tecnologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS).
Em sua apresentação, Ellis tratou dos principais requisitos necessários para elaboração de uma proposta de pesquisa de qualidade e Bertoletti apresentou a história do Museu de Ciências da PUC-RS, inaugurado em 1967, lembrando o grande volume de recursos que obteve junto à iniciativa privada para criar e instalar o museu.
Regina Weinberg, ex-diretora da Vitae, lembrou na abertura do encontro que a preocupação central da organização está refletida nas propostas aprovadas. “A educação científica de jovens sempre foi o foco das atividades da Vitae”, afirmou.
Projetos aprovados
Vanderlei Salvador Bagnato, professor do Instituto de Física de São Carlos, da USP, coordenador do projeto “Ciência para todos: um museu científico itinerante, utilizando kits interativos, TV e internet”, pretende transferir para os cientistas o ônus de ensinar a população.
O grupo coordenado por ele, ligado ao Centro de Óptica e Fotônica (Cepof) de São Carlos – um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (Cepid) apoiados pela FAPESP –, ampliará ainda mais suas atividades de difusão por meio de programas de TV, rádio, jornal, internet e museu itinerante. “As atividades atuais alcançam 8 mil pessoas por semana, mas pretendemos atingir mais gente no interior do estado, onde está a maioria das crianças e jovens em idade escolar”, destacou.
O Museu Exploratório da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) ganhará um impulso para seus projetos em 2009. Coordenado por Marcelo Firer, do Instituto de Matemática, Estatística e Computação da universidade, o projeto “Clima e meteorologia: exposição e metodologia de acompanhamento para avaliação da inserção no espaço escolar” lançará, no próximo ano, sua primeira exposição permanente, a “Praça do Tempo-Espaço”, e fará a primeira edição da Olimpíada da História do Brasil.
Entre os trabalhos a serem feitos estão projetos para documentação e avaliação do impacto e da qualidade das informações transmitidas aos visitantes. Uma das atividades previstas é a criação de uma rede de meteorologistas amadores, em escolas, para identificação de microclimas na cidade.
“Óptica e imagem: do visível ao não visível” é o tema da proposta coordenada por Mikiya Muramatsu, do Instituto de Física da Universidade de São Paulo. O pesquisador pretende ampliar e modernizar o acervo de equipamentos de óptica da Estação Ciência, centro de divulgação científica, tecnológica e cultural da USP do qual é vice-diretor.
Muramatsu também planeja criar ambientes mais modernos e interativos em espaço exclusivo para a óptica. “Queremos relacionar o cotidiano à física”, explicou ao descrever novas áreas em que os visitantes poderão fazer uma espécie de viagem pelo olho humano e entender a transmissão de luz por fibras ópticas.
“Um dia na vida: cronobiologia, comunicação e recepção científica” é a exposição que o professor Luiz Silveira Menna Barreto, do Instituto de Ciências Biomédicas da USP, criará em seu projeto em uma área relativamente nova da biologia, a cronobiologia.
Em contraponto à organização espacial que orienta a biologia tradicional, Menna Barreto propõe um espaço em que o visitante acompanhe 24 horas de atividade do corpo humano: extremos de sono e vigília, variações de temperatura e produção de hormônios, por exemplo. Como atividade de pesquisa, propõe o estudo da percepção de tempo e do próprio corpo e mecanismos de temporização no interior do cérebro.
Marisa Ramos Barbieri, da equipe do professor Dimas Tadeu Covas no Hemocentro de Ribeirão Preto, da USP, vai lidar com o ensino de conceitos básicos da ciência no projeto “Sala Retrô: o básico nas ciências”. “Vamos utilizar conceitos complexos, como o de células-tronco, para superar, de forma prazerosa, as fragmentações do ensino formal”, explicou.
As principais estratégias educacionais para crianças de 4 a 6 anos é o centro das investigações previstas por pesquisadores do Instituto Butantan no projeto “Aprendizagem em museu de ciências: o pequeno visitante no Museu de Microbiologia”. Coordenadas por Milene Tino de Franco, as pesquisas investigam como as crianças percebem a microbiologia e as formas de facilitar a transmissão do conhecimento na área.
- Mais informações sobre a chamada e o convênio FAPESP-Vitae: www.fapesp.br/vitae
- As apresentações do workshop estão em: www.fapesp.br/materia/4681