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Apoio inédito a pesquisa

Apoio inédito a pesquisa FAPESP investiu R$ 638 milhões em pesquisa em 2008. O desembolso foi o maior da história da Fundação, com 35% destinados a Bolsas, nas diversas modalidades (foto: Eduardo Cesar)

Por Maria da Graça Mascarenhas

Agência FAPESP – A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) investiu, em 2008, R$ 638 milhões no apoio a pesquisa, maior desembolso na história da Fundação e 16% superior ao realizado em 2007.

De 2001 a 2008, a FAPESP investiu R$ 3,9 bilhões em projetos de pesquisa. Esse desempenho acompanha a evolução da transferência de 1% da receita tributária do Estado de São Paulo para a Fundação, conforme determinado pela Constituição Estadual.

No período, a soma de recursos provenientes das transferências do Tesouro do Estado foi de R$ 3,3 bilhões, passando de R$ 271,4 milhões, em 2001, para os R$ 623,4 milhões em 2008.

Em 2008, a receita total da FAPESP – que compreende ainda recursos próprios e recursos provenientes de convênios – foi de R$ 769,33 milhões, valor 21,6% superior ao de 2007.

Em paralelo ao crescimento do investimento, o número de contratações de Bolsas e Auxílios a Pesquisa também aponta crescente evolução. Em 2008, foram contratados 11.336 novos projetos de pesquisa, volume 7% superior a 2007.

O presidente da FAPESP, Celso Lafer, destaca que, para além dos números do investimento e das realizações de 2008, a Fundação tem uma atuação sólida e sobre ela vem construindo seu trabalho, mas, nos últimos anos, em cima de um novo patamar.

“Uma dessas coisas novas do trabalho é o capítulo da internacionalização, por meio do estabelecimento de uma série de convênios e acordos que visam não apenas a ampliar o volume de recursos para pesquisa, mas a fortalecer o mecanismo de rede entre pesquisadores brasileiros e de outros países”, disse.

Lafer assinala que, até a consolidação da pós-graduação no Brasil, os pesquisadores faziam o mestrado no Brasil e o doutorado no exterior. Dessa forma, criavam-se redes naturais entre pesquisadores. O desenvolvimento e a consolidação da pós-graduação no país quebrou esse processo. “A internacionalização visa, de maneira estruturada, a criar essas redes internacionais”, afirmou.

Uma outra novidade no trabalho da FAPESP a partir do último ano, de acordo com o presidente da Fundação, foi a promoção de um conjunto de atividades – seminários e workshops – relacionadas aos diversos programas.

“Esse conjunto de atividades permite a criação de redes entre os próprios pesquisadores brasileiros, que passam a interagir e a ter conhecimento sobre o que se passa em suas áreas de interesse e sobre as necessidades de pesquisa”, disse Lafer. Daí o estabelecimento pela FAPESP de acordos e convênios com outras fundações de apoio a pesquisa, órgãos e empresas que possibilitam a formalização dessas redes nacionais e o avanço da ciência brasileira.

Segundo o diretor científico da FAPESP, Carlos Henrique de Brito Cruz, os investimentos feitos pela Fundação podem ser classificados em três grandes blocos: “A Formação de Recursos Humanos, com 35% do desembolso, é parte essencial da estratégia da FAPESP para formar as novas gerações de cientistas em São Paulo e no Brasil. O Apoio à Pesquisa Acadêmica, motivada pela curiosidade do cientista, recebeu 56% dos desembolsos. Para a Pesquisa Orientada a Aplicações, na qual se incluem importantes programas como Biota, BIOEN, Mudanças Climáticas, Tidia, Políticas Públicas, CInAPCe, PIPE e PITE, foram desembolsados 9% dos recursos e esse percentual reflete o aumento da oferta por outras agências de recursos para projetos dirigidos a aplicações”.

Mais bolsas

Do total de recursos aplicados em pesquisa pela FAPESP em 2008, 35% – R$ 224 milhões – destinaram-se ao pagamento de Bolsas, nas diversas modalidades. Esse valor foi 25,8% superior ao de 2007.

O investimento em Bolsas, que vem crescendo continuamente desde 2005, tem um forte impacto nacional. “Um estudo recente, coordenado pelo professor Geraldo Di Giovanni, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), mostrou que 18% dos bolsistas da Fundação acabam por ir trabalhar em outros Estados”, disse Brito Cruz.

Corroborando esse dado, o estudo Características do Emprego dos Doutores Brasileiros, feito para o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) pelo professor Eduardo Viotti (Universidade de Brasília) e por Adriano Baessa (Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão), mostrou que de 1996 a 2003, em São Paulo, formaram-se 15.711 doutores. Do total, 6.822 estão trabalhando em outros Estados, sendo 1.296 no Paraná, 1.091 em Minas Gerais e 571 no Rio de Janeiro, entre outros.

Brito Cruz destaca também que, em 2008, a área que recebeu o maior número de concessões de bolsas na FAPESP foi a de Ciências Biológicas, seguida por Humanidades, Ciências Humanas e Ciências Sociais Aplicadas.
 


Página atualizada em 23/06/2009 - Publicada em 23/06/2009