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O parasita discreto
Em 2010, um grupo de pesquisadores brasileiros trabalhou em conjunto na Universidade de Maryland, Estados Unidos, para concluir um trabalho que detalhou os artifícios que o protozoário Trypanosoma cruzi adota para invadir e ocupar as células humanas, primeiro passo para começar a infecção que caracteriza da doença de Chagas, ainda relativamente comum em alguns países das Américas.
As conclusões a que chegaram indicam que o Trypanosoma cruzi coloca os mecanismos de reparo celular para funcionar a seu favor e ajudam a explicar a afinidade do parasita pelas células musculares, causando a expansão do coração, uma das características da fase crônica da doença. O novo trabalho mostra que, no interior da célula, o cálcio iônico aciona a fusão de compartimentos conhecidos como lisossomos com a membrana externa ao redor do minúsculo buraco que o parasita está abrindo. Ao se fundirem com a membrana, os lisossomos liberam uma enzima chamada esfingomielinase, que induz à formação de outra molécula da membrana, a ceramida. Por sua vez, a ceramida forma uma curvatura na membrana, remove a região lesionada e conserta a membrana, desse modo facilitando a entrada do parasita.
A mortalidade causada por essa enfermidade tem se reduzido nos últimos anos, mas estima-se que de três milhões a cinco milhões de pessoas ainda tenham a forma crônica do também chamado mal de Chagas.
Título do projeto de pesquisa: Estudos moleculares do Trypanosoma Cruzi e de sua interação com células e fatores do hospedeiro in vitro e in vivo.
Coordenador: José Franco da Silveira Filho
Instituição – Universidade Federal de São Paulo – Unifesp
Modalidade: Projeto temático
Investimento: R$ 1.523.719,55
Leia reportagem completa publicada na Pesquisa FAPESP: http://www.revistapesquisa.fapesp.br/?art=4531&bd=1&pg=1&lg=
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