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University of Oxford discute cooperação com FAPESP
A University of Oxford pretende intensificar as colaborações em pesquisa com o Brasil. A afirmação foi feita por Andrew Hamilton, vice-reitor da University of Oxford, no Reino Unido, que visitou a FAPESP, no dia 31 de julho, para iniciar entendimentos sobre um acordo de cooperação científica e tecnológica com a Fundação.
Hamilton foi acompanhado por Nina Tomlin, diretora do Escritório de Estratégia Internacional da universidade britânica, e por Wen Hwa-Lee, gerente de alianças estratégicas do Consórcio de Genômica Estrutural (SGC, na sigla em inglês) – parceria público-privada para apoio à descoberta de novos medicamentos por meio da pesquisa de acesso aberto.
“Estamos muito interessados em explorar caminhos para aprofundar os laços que mantemos com a FAPESP há muitos anos. Esperamos estabelecer um acordo muito objetivo e muito forte, que estabeleça áreas específicas e que responda às necessidades de Oxford e da FAPESP”, disse Hamilton.
Entre as áreas potenciais para um futuro acordo levantadas na reunião estão Humanidades e Medicina, em que Oxford tem tradição de pesquisa. Outros temas estratégicos para a universidade são novos materiais, além de terapias e caminhos para a descoberta de novos medicamentos para o tratamento do câncer. “Não se trata apenas de ciência, neste caso, mas de inovação aberta, uma revolução na pesquisa nessa área”, disse Hamilton.
Os representantes da University of Oxford foram recebidos por Celso Lafer, presidente da FAPESP, Eduardo Moacyr Krieger, vice-presidente, José Arana Varela, diretor-presidente do Conselho Técnico-Administrativo, e Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da Fundação.
Ao expor as bases da estratégia de internacionalização da FAPESP, Lafer destacou o interesse da Fundação na criação de uma rede global de colaboração que permita desdobrar as relações entre cientistas e ampliar o número de bons projetos conjuntos.
“Temos, hoje, intensa colaboração com o Reino Unido, que inclui os sete Conselhos de Pesquisa [RCUK], e muitas universidades, com bom número de chamadas de propostas anualmente em escopo amplo de áreas, como Ciências Sociais, Saúde, Biomateriais e Física”, afirmou.
Brito Cruz lembrou que a FAPESP opera com receitas previstas na constituição estadual, o que confere autonomia à instituição em decisões sobre apoio à pesquisa e grande responsabilidade.
“Procuramos, continuamente, manter as conexões entre pesquisa e sociedade. O desafio é manter contato constante com o governo e com a Assembleia Legislativa para entender quais são as prioridades do Estado de São Paulo, e como a FAPESP pode contribuir para atendê-las, como é o caso da pesquisa em bioenergia”, disse.
Segundo o diretor científico, outro desafio enfrentado pela FAPESP, especialmente nos últimos sete anos, é o de desenvolver conexões e oportunidades para que pesquisadores no Estado de São Paulo trabalhem com seus colegas de qualquer lugar do mundo.
“O número de oportunidades e de projetos cresceu muito porque temos procurado investir em projetos concebidos, escritos, propostos e, se aprovados, desenvolvidos por pesquisadores em São Paulo e de outros países. Esse é o cerne de nossa estratégia”, disse.
Um exemplo citado por Brito Cruz é a colaboração entre a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade de Manchester, no Reino Unido, apoiada pela FAPESP e pelo Natural Environment Research Council (Nerc), para pesquisa sobre o balanço de carbono na Amazônia, destacada na capa da revista Nature, no início de fevereiro.
Na conclusão do encontro, representantes da FAPESP e da University of Oxford definiram que, em uma próxima etapa, serão discutidos os termos propostos por cada parte para a redação de um acordo de cooperação científica e tecnológica entre as duas instituições.
University of Warwick
Na terça-feira (29/07), Tim Jones, vice-reitor para as áreas de Ciência, Engenharia e Medicina da University of Warwick, também no Reino Unido, e o assessor para as áreas de relações públicas e política da universidade, Alex Miles, visitaram a FAPESP, para formalizar um acordo de cooperação com a Fundação. Foram recebidos por Lafer, Krieger e Brito Cruz.
“Esse acordo representa o início de um relacionamento forte e duradouro. A FAPESP tem a credibilidade e o conhecimento para promover o trabalho conjunto de cientistas de Warwick e de universidades em São Paulo. A parceria é realmente muito significante e deverá produzir ciência excelente”, disse Jones.
No encontro também foram discutidas possibilidades de desenvolvimento de projetos conjuntos entre pesquisadores ligados à universidade britânica e do Estado de São Paulo. Os temas com potencial interesse destacados pelos representantes de Warwick são Biologia Sintética, Matemática, inovação na indústria automotiva, ciências da vida e a expansão, inclusão e mobilidade nas metrópoles.
A Fundação mantém mais de 100 acordos internacionais de cooperação científica e tecnológica com instituições de fomento, universidades e empresas em 20 países.
Com o novo acordo, a FAPESP passa a manter cooperação cientifica e tecnológica com 17 universidades britânicas. O British Council e os sete Conselhos de Pesquisa do Reino Unido (RCUK, na sigla em inglês) estão entre as agências de financiamento à pesquisa com as quais a FAPESP tem acordos.
O acordo entre as duas instituições oferece até 40 mil libras por ano, por um período de cinco anos, para o financiamento de projetos com duração de até dois anos. A primeira chamada de propostas, divulgada no dia 29, receberá propostas de pesquisa até 27 de outubro.
Outras sete instituições ou consórcios de universidades da França, Argentina, Canadá, Bélgica, Suíça, Reino Unido e África do Sul participam desta Chamada de Propostas, lançada no âmbito do SPRINT – São Paulo Researcher in International Collaboration (www.fapesp.br/programas/sprint).
O SPRINT é uma estratégia de planejamento da FAPESP para promover a aproximação entre pesquisadores no Estado de São Paulo e no exterior, que consiste no anúncio simultâneo de oportunidades de colaboração internacional quatro vezes a cada ano, nos meses de janeiro, abril, julho e outubro.