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Acordo com Hiroshima University propõe cooperação científica pela paz

Acordo com Hiroshima University propõe cooperação científica pela paz Documento prevê a organização de seminários e encontros científicos entre pesquisadores do Estado de São Paulo e da instituição japonesa (Okamoto e Lafer em reunião na FAPESP / foto:Leandro Negro)

A FAPESP e a Universidade de Hiroshima (HU), no Japão, assinaram, na sexta-feira (29/08), um acordo de cooperação para o apoio a pesquisa em áreas de interesse comum por três anos.

O documento prevê a organização de seminários e outros encontros científicos para promover a interação entre grupos de pesquisa do Estado de São Paulo e da HU para a identificação de áreas de colaboração e implementação de projetos conjuntos.

A busca pela paz é o primeiro dos cinco princípios de ação da universidade japonesa, seguido pela criação de novas formas de conhecimento, cultivo à formação de recursos humanos, colaboração local, regional e internacional e o contínuo desenvolvimento e abertura de seus profissionais e estudantes para o aperfeiçoamento pessoal e para a inovação.

“O Brasil é um país moderno no que diz respeito à paz, porque tem muitas etnias, muitas religiões e não tem guerra, apenas alguns conflitos bastante pacíficos. A cidade de Hiroshima foi completamente destruída e, em seguida, recuperada. Hoje, ela é conhecida como a cidade da paz. Acredito que esse acordo possa promover a paz por meio da colaboração científica”, disse Tetsuji Okamoto, vice-presidente executivo da HU, na cerimônia de assinatura, em São Paulo.

Na visão do vice-presidente da HU, a cooperação com a FAPESP significa “a promoção de uma nova ciência construída sobre a paz e voltada para a paz, em qualquer área do conhecimento, tanto para o avanço da ciência como da inovação”.

“Em um mundo cheio de tensões, a pesquisa tem valores que são compartilhados pelos membros da comunidade científica e a cooperação oferece possibilidades de buscar a paz por meio desses valores”, disse o presidente da FAPESP, Celso Lafer.

“A FAPESP tem sido muito ativa em relação ao desafio da internacionalização do conhecimento, acreditando que a ciência não tem fronteiras geográficas para seu avanço. Nesse sentido, o Japão é uma prioridade para a Fundação”, disse.

Os projetos selecionados e apoiados pelas duas instituições poderão receber até 3 milhões de ienes (cerca de R$ 65 mil) por ano ao longo da vigência do documento.

A cooperação também poderá contar com o suporte da Sociedade Japonesa de Promoção da Ciência (JSPS) e da Agência Japonesa de Ciência e Tecnologia (JST), instituições com as quais a Fundação firmou memorandos de entendimento, com a mesma finalidade, em 2013 e 2014.

Também estiveram presentes à cerimônia de assinatura Yuji Hirano, chefe do Escritório Internacional da HU; Hiromu Onishi, presidente do Centro Cultural Hiroshima do Brasil; e Silvia Natsuko Akutsu, bolsista de mestrado da FAPESP na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Pela FAPESP, participaram José Arana Varela, diretor-presidente do Conselho Técnico-Administrativo (CTA), Hernan Chaimovich, assessor especial da Diretoria Científica, João Grandino Rodas, membro do Conselho Superior, Regina Oliveira, diretora das áreas Biologia, Agronomia e Veterinária, da Diretoria Científica, Gustavo Mônaco, coordenador da Procuradoria Jurídica, e Carlos Eduardo Lins da Silva, consultor em Comunicação.

Foram convidados ainda pela Fundação Marcos Galvão, embaixador do Brasil na Organização Mundial do Comércio (OMC), em Genebra, e ex-embaixador brasileiro no Japão, e os professores Sedi Hirano e Massato Ninomiya, da Universidade de São Paulo (USP).

“O intercâmbio científico é a soft diplomacy, definida como dois olhares diferentes, de duas culturas, para o mesmo problema. Essa troca marca um importante passo para aumentar o impacto social e econômico da ciência no mundo”, afirmou Chaimovich.

“Desde a realização da FAPESP Week em Tóquio, em março de 2013, já avançamos muito na cooperação com as principais agências japonesas e acredito que este acordo abre novas possibilidades de aumentar a cooperação entre pesquisadores no Estado de São Paulo e no Japão. A Universidade de Hiroshima é muito importante para a FAPESP”, disse Varela.

No Brasil, a Hiroshima University mantém acordos de cooperação com a USP, desde 2010, e com a Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH-USP), desde 2013.
 


Página atualizada em 01/09/2014 - Publicada em 01/09/2014