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Exemplos Internacionais English version
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Em resposta à crise da balança de pagamentos decorrente do rápido aumento dos preços do petróleo em meados dos anos setenta, o Brasil lançou uma ampla iniciativa para reduzir a dependência por energia importada. Trinta e quatro anos depois, a economia brasileira – a nona maior do mundo – é aparentemente auto-suficiente em energia. Um componente-chave da estratégia brasileira é utilizar o etanol de cana-de-açúcar para substituir o petróleo importado como uma fonte de combustível para transporte. Desde 1975, a produção de etanol no Brasil aumentou 50 vezes. Hoje o etanol de cana abastece cerca de metade da frota de carros leves do Brasil e 94% dos carros vendidos anualmente no país podem ser abastecidos tanto com álcool como com gasolina (no Brasil a gasolina possui 25% de etanol misturado nela). O Brasil utiliza cerca de 3,5 milhões de hectares de cana-de-açúcar voltados para produção de etanol, representando 1% da terra cultivável do país. As emissões de gases de efeito estufa no ciclo de vida da produção de etanol de cana-de-açúcar estão chegando a uma ordem de magnitude menor do que as da gasolina.
Embora não baseado em biomassa e não alcançando reduções de emissões de gases de efeito estufa, o desenvolvimento da indústria de produção de combustível líquido a partir do carvão mineral na África do Sul, ao ponto dela prover cerca de um terço do combustível para transporte do país, é mais uma indicação de que a substituição em larga escala do petróleo pode ser atingida.
Como resultado dos esforços envolvendo países de todo mundo, grandes avanços em tecnologia de produção de biocombustíveis a partir de biomassa celulósica têm sido feitos. Isto levou ao desenvolvimento de muitos projetos em muitos países direcionados à demonstração e comercialização da produção de biocombustível celulósico, geralmente com a co-produção de eletricidade. O surgimento da tecnologia de biocombustível a partir da celulose também leva a muitas oportunidades novas e inexploradas de integração da produção de alimento/ração e matérias-primas para bioenergia, um foco-chave do projeto proposto. Os países em desenvolvimento fazem parte de muitas das mais promissoras regiões para produção de matéria-prima celulósica, para os quais as importações de petróleo representam um grande peso econômico.