Chamadas de Propostas

Projetos selecionados na chamada Suplementos de Rápida Implementação contra COVID-19

A FAPESP selecionou os projetos a seguir na chamada Suplementos de Rápida Implementação contra COVID-19 (Coronavirus Disease 2019). Os pesquisadores redirecionaram recursos de seus auxílios para os temas associados à COVID-19 e tiveram aprovados recursos e Bolsa de Pós-Doutorado no Auxílio Regular Suplemento de Rápida Implementação (APR-SRI).

A chamada continua aberta até 22 de junho de 2020 a propostas de pesquisa de até 24 meses como suplementos em auxílios vigentes nas modalidades Auxílio à Pesquisa – Projeto Temático, Jovens Pesquisadores, Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) ou Centros de Pesquisa em Engenharia (CPE).

A chamada de propostas está publicada em: www.fapesp.br/14082.

Projetos selecionados:

Modulação da ECA2 na hipertensão experimental e em resposta ao tratamento com iECA e BRA: potenciais implicações na gravidade e alvos terapêuticos da COVID-19

Processo: 2020/05338-3
Valor: R$ 76.486,50
Acordos de cooperação: COVID-19
Responsável: Adriana Castello Costa Girardi
Instituição sede: Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da FM-USP

Resumo: Evidências clínicas indicam que pacientes hipertensos apresentam alta susceptibilidade à infecção e à gravidade da COVID-19, doença causada pelo novo SARS coronavírus SARS-Cov-2. O SARS-Cov-2 requer a ativação da proteína S viral pela serinoprotease TMPRSS2 e subsequente ligação da proteína S ativa à enzima conversora de angiotensina 2 (ECA2) para ganhar acesso às células pulmonares, cardíacas e renais, entre outras, nas quais a ECA2 é expressa. A ECA2, no entanto, é um componente enzimático crucial do sistema renina angiotensina (SRA). A ECA2 degrada a angiotensina II (Ang II), peptídeo com múltiplas ações que podem levar ao desenvolvimento de hipertensão arterial, e gera a angiotensina-1-7 (Ang-1-7), que antagoniza os efeitos da Ang II. Além disso, estudos experimentais e clínicos sugerem que o bloqueio do SRA por inibidores da ECA (iECA) e antagonistas do receptor de angiotensina II do tipo 1 (BRA) podem aumentar a abundância da ECA2. Em virtude do fato de pacientes com hipertensão arterial, entre outras doenças cardiovasculares, serem rotineiramente tratados com bloqueadores do SRA, uma série de preocupações clínicas surgiram com relação ao potencial aumento do risco destes pacientes serem infectados pelo SARS-Cov-2. Notavelmente, não existem estudos em modelos experimentais ou humanos que tenham examinado os efeitos dos iECA e BRA sobre a abundância proteica e atividade da ECA2 nos pulmões, possível via de infecção. Além disso, os efeitos dos iECA e BRA sobre a modulação da serino protease TMPRSS2 na hipertensão arterial são totalmente desconhecidos. Ademais, não há informações disponíveis na literatura que mostrem que a hipertensão per se ou sexo masculino, fatores que contribuem para o mau prognóstico de pacientes com COVID-19, modulam a TMPRSS2. O presente estudo foi concebido com a finalidade de fornecer evidências científicas sobre a modulação da ECA2 circulante e tecidual na hipertensão arterial experimental e em resposta aos iECA e BRA, além de examinar o potencial envolvimento de diferenças entre gêneros. A influência do bloqueio do SRA, da hipertensão arterial e do sexo na modulação da TMPRSS2 também será elucidada.

Estratégias experimentais na investigação da anosmia induzida pelo COVID-19: há um componente neurodegenerativo envolvido?

Processo: 2020/05416-4
Valor: R$ 180.037,50
Acordos de cooperação: COVID-19
Responsável: Alline Cristina de Campos
Instituição sede: Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP

Resumo: A pandemia causada pelo vírus COVID-19 tem levado a saturação dos sistemas de saúde de todo o mundo devido a severidade de alguns dos seus sintomas respiratórios. No entanto, o relato de pacientes sobre o aparecimento de anosmia (diminuição ou perda do sentido olfativo) com o curso da patologia, leva a hipótese da participação de um componente neural e, talvez neurodegenerativo da SARS-COV-2. Além de um sintoma comum em infecções virais respiratórias, a anosmia também é um sinal clínico inicial de doenças neuroegenerativas, tais como Alzheimer, Esclerose Múltiplas e Parkinson. A via neural que sai do epitélio olfativo e alcança, no sistema nervoso central, o bulbo olfatório constitui-se um nicho neurogênico com capacidade regenerativa mantida na vida adulta. Além disso, esta via tem um importante papel cognitivo e emocional devido a suas conexões com áreas límbicas como córtex piriforme, entohrinal e amigdala. O presente trabalho tem como objetivo estudar, usando estratégias in vitro e in vivo, os mecanismos de invasividade neural do COVID-19 no sistema olfativo sensorial além de caracterizar possíveis alvos terapêuticos e consequências comportamentais associadas a infecção.

Estudo multicêntrico, prospectivo, randomizado, duplo-cego e controlado por placebo para avaliar o efeito da diacereína para prevenção de morte ou disfunção de múltiplos órgãos em pacientes com SDRA secundário ao COVID-19

Processo: 2020/05430-7
Valor: R$ 177.125,50 mais uma Bolsa de PD (R$ 203.497,56)
Acordos de cooperação: COVID-19
Responsável: Andrei Carvalho Sposito
Instituição sede: Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP

Resumo: Desde seu relato pela Organização Mundial da Saúde em fevereiro de 2020, o SARS-CoV-2 se espalhou rapidamente em uma taxa alarmante, tornando-se pandemia em 12 de março de 2020. No início de abril, mais de 1 milhão de casos foram confirmados e não há sinais de desaceleração na transmissão. O Brasil, com mais de 10.000 casos até o início de abril de 2020, é o país mais afetado da América Latina e seu crescimento diário de casos confirmados está em pé de igualdade com o resto do mundo. A piroptose é uma forma inflamatória de morte celular programada que ocorre com mais frequência após a infecção por patógenos intracelulares e tem sido descrita como ocorrendo em infecções graves por coronavírus causadas por SARS-CoV, MERS-CoV e SARS-CoV-2. Através de um efeito direto de proteínas da capsula viral como a viroporina 3a, o NLRP3 inflamassoma é ativado gerando dano e ruptura da membrana celular. Esse processo é intensificado ainda mais com a ativação da caspase-1 e produção de gasdermina D e interleucina 1B (IL1B). Além disso, a morte celular resulta na liberação de DAMPs nas células vizinhas e subsequente ativação do inflamassoma NLRP3, propagando assim a extensão do dano. Nesse contexto, atingir a cascata inflamatória e a piroptose é potencialmente uma maneira viável de controlar a lesão do hospedeiro em casos de COVID-19 grave. A diacereína e seu metabólito ativo, a reina, diminui a produção de IL-1B E a morte celular por piroptose por inibir a caspase-1 E também pode inibir a produção de IL-6. A atenuação DA produção dessas citocinas inflamatórias tem o potencial de diminuir a gravidade da doença, principalmente naqueles que são hospitalizados com COVID-19. Nos modelos celulares, a resposta inflamatória à IL-1B é totalmente revertida com o tratamento com diacereína. Em um modelo de rato de inflamação aguda induzida por sepse, a diacereína reduziu a atividade da caspase e o fator nuclear kappa B. Atualmente, não existem estudos sobre o efeito da diacereína na resposta inflamatória aguda em humanos. No entanto, ao extrapolar os dados de modelo humano e in vitro em animais para pacientes com manifestações graves de COVID-19, pode-se postular que a atenuação da piroptose e ativação inflamatória pode ser um benefício clínico para esses pacientes. A diacereína está no mercado há aproximadamente 20 anos e foi aprovada para uso em osteoartrite e outras condições inflamatórias como a Epidermólise Bolhosa. É acessível e bem tolerado por pacientes com casos raros de distúrbio gastrointestinal. Para isso 300 pacientes serão arrolados num estudo duplo-cego, randomizado, controlado com placebo em que será testado o tratamento com diacereina. O desfecho primário será tempo até piora clínica, definida como o tempo da randomização à mortalidade ou piora da escala de progressão da Organização Mundial da Saúde (OMS). Desfechos secundários e terciários serão destinados à compreensão dos mecanismos de doença e investigação de preditores de risco.

Planejamento Molecular e Síntese de Inibidores da Principal Protease do Coronavírus SARS-Cov-2 Mpro

Processo: 2020/04653-2
Valor: R$ 187.350,00 mais uma Bolsa de PD (R$ 203.497,56)
Acordos de cooperação: COVID-19
Responsável: Carlos Alberto Montanari
Instituição sede: Instituto de Química de São Carlos - USP

Resumo: O presente surto mundial do coronavírus com pandemia declarada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) começa a assolar em terras brasileiras. Essa pandemia instou-nos a iniciar um projeto emergencial na busca de novos inibidores de proteases da principal protease do coronavírus (SARS Cov-2 Mpro) como agentes antivirais de ação sobre o coronavírus. Vários inibidores de cisteíno proteases (CPs) em desenvolvimento em nosso grupo têm similaridade 60-70% na protease SARS 3C do coronavírus (CHEMBL3927), diretamente no coronavírus SARS (CHEMBL612575) e também em coronavírus de felino (CHEMBL612744). Principalmente, nossos inibidores são similares aos novos inibidores de SARS Cov-2 Mpro. Dessa forma, vamos, inicialmente, testar todo o banco de dados do NEQUIMED/IQSC/USP em ensaios fenotípicos que serão realizados no Instituto de Ciências Biomédicas, ICB/USP. Concomitantemente, vamos modificar as estruturas dos nossos inibidores de CPs para melhorar o percentual de similaridade aos melhores inibidores conhecidos e para os quais buscaremos evidências de ação sobre o coronavírus disseminado no Brasil. Além disso vamos, imediatamente, empregar nossas ferramentas de inteligência artificial com aprendizado de máquinas para selecionar candidatos a testes dentre os fármacos atualmente na terapêutica, fármacos experimentais e investigacionais e aqueles candidatos a fármacos que estão em fases clínicas.

Desenho de diferentes fragmentos da proteína de superfície, spike, do SARS-CoV-2, para desenvolvimento de testes rápidos e de vacina

Processo: 2020/04680-0
Valor: R$ 171.630,00
Acordo de cooperação: COVID-19
Pesquisador responsável: Cristiane Rodrigues Guzzo Carvalho
Instituição sede: Instituto de Ciências Biomédicas - USP

Resumo: Nosso grupo de pesquisa em colaboração com o pesquisador Dr. Edison Durigon do ICB USP, estamos desenvolvendo teste rápido para detectar COVID-19. Para isso, nós já conseguimos clonar e expressar 4 fragmentos da proteína de superfície do SARS-CoV-2 e mostramos ser imonogenicos contra o soro de um paciente humano. Para a produção do teste rápido, as proteínas foram produzidas em larga escala para inocular em três animais (rato, coelho e cabra). Iniciamos as inoculações de três proteínas em ratos, cabra e coelho. A previsão é que em 21 dias tenhamos bastante soro para produzir os primeiros testes rápidos. Devido a demanda a a urgência na produção destes fragmentos do spike, estou coordenando um mutirão que envolve também o Prof. Shaker Chuck Farah para produzir os 4 fragmentos de spike em grande quantidade tanto para continuar as inoculações nos animais quanto para fazer outros testes. Também já mandamos sintetizar novos oligos para construção de mais 4 fragmentos da proteína spike do vírus para tentar obter proteínas solúveis para desenvolvimento de vacinas, essa parte do projeto será feita em colaboração com o Prof. Durigon e com a Profa. Ana Marcia também do ICB USP.

Compreensão das bases moleculares e do papel dos fatores de risco na infecção por Coronavírus (SARS-CoV-2 ou COVID-19) em modelos pré-clínicos

Processo: 2020/04746-0
Valor: R$ 169.050,00
Acordo de cooperação: COVID-19
Pesquisador responsável: Daniel Martins-de-Souza
Instituição sede: Instituto de Biologia - Unicamp

Resumo: Rapidamente, infecções virais por SARS-CoV-2 tomou dimensões pandêmicas, levando diversos países a estado de calamidade pública. Utilizando uma metodologia não dirigida por hipótese, baseado em análises proteômicas e metabolômicas, o presente projeto visa a identificar os mecanismos moleculares envolvidos na infecção por SARS-CoV-2 em culturas de macrófagos, epitélio pulmonar bem como neurônios e astrócitos. Investigaremos ainda tecidos de modelos pré-clínicos como cérebro, pulmão e lavado broncoalveolar. Pretendemos prover esclarecimentos acerca da infecção por SARS-CoV-2, propondo novos alvos terapêuticos que possam trazer melhores perspectivas quanto a disseminação da doença e, consequentemente prover melhora na qualidade de vida dos indivíduos infectados.

Utilizando a simulação para a implementação do protocolo de atendimento ao paciente suspeito do COVID-19

Processo: 2020/04909-7
Valor: R$ 199.525,00 mais uma Bolsa de PD (R$ 203.497,56)
Acordo de cooperação: COVID-19
Pesquisador responsável: Dario Cecilio Fernandes
Instituição sede: Faculdade de Ciências Médicas - Unicamp

Resumo: A simulação clínica tem um papel fundamental na atualização e treinamento de novos protocolos. Com o rápido crescimento do contágio do COVID-19 é de extrema importância a capacitação dos profissionais de saúde que irão atender os pacientes supostamente contaminados com COVID-19. Dessa forma, foi criado um treinamento simulado que visa a implementação do novo protocolo de atendimento de pacientes com suspeição do COVID-19 para todos os profissionais de saúde que trabalham no Hospital das Clínicas da Unicamp. Apesar da importância do treinamento, é necessário investigar se esse está sendo eficaz para aquisição de conhecimento, habilidade e a percepção de se sentir capaz frente ao atendimento, relacionamento com os colegas, autonomia e competência. Objetivo: Esse estudo tem como objetivo investigar a eficácia no treinamento simulado para o COVID-19 na aquisição de conhecimento, habilidade e o sentimento de se sentir capaz frente ao atendimento, relacionamento com os colegas, autonomia e competência do profissional de saúde. Método: Este estudo observacional de campo incluirá profissionais da área de saúde do Hospital das Clínicas da Unicamp que aceitem participar da pesquisa. Os profissionais de saúde responderão a dois questionários antes e depois do treinamento. O primeiro questionário conterá 20 questões de conhecimento sobre o protocolo do COVID-19. O segundo questionário conterá 14 questões referentes a autoeficácia, ou seja, quanto o profissional se sente capaz de fazer uma atividade, autonomia, relação com a equipe e competência.

Ativação do inflamassoma pelo SARS-CoV-2 e o papel dessa plataforma na patogênese do COVID-19: estudo prospectivo visando inibição de NLRP3 para tratamento da COVID-19

Processo: 2020/04964-8
Valor: R$ 143.750,00 mais uma Bolsa de PD (R$ 203.497,56)
Acordo de cooperação: COVID-19
Pesquisador responsável: Dario Simões Zamboni
Instituição sede: Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP

Resumo: A COVID-19, causada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2) tornou-se um problema de saúde mundial, com mais de um milhão de casos confirmados e 50.000 óbitos até o inicio de abril de 2020. Nas suas formas mais graves, COVID-19 se manifesta na forma de febre, tosse, fadiga, dispneia, cefaleia e pode progredir para a síndrome do desconforto respiratório e óbito. Os quadros mais graves são caracterizados por intenso processo inflamatório, com importante recrutamento de neutrófilos e macrófagos classicamente ativados. Também encontram-se altas concentrações de citocinas inflamatórias, como IL-6 e IL-1², que é produzida de maneira dependente do inflamassoma, um complexo de proteínas intracelulares que promove processos inflamatórios. A presença de altas concentrações de IL-1² em pacientes sugere importante participação do inflamassoma na patogênese da COVID-19. Dessa forma, pretendemos avaliar a ativação inflamassoma em resposta à infecção pelo SARS-CoV-2 em culturas celulares e em material clínico obtido de pacientes com COVID-19. Pretendemos ainda, monitorar a ativação do inflammasoma em um estudo prospectivo com 60 pacientes internados por SARS-CoV-2 no HC-FMRP que serão tratados por cloroquina em combinação (ou não) com colchicina, uma droga amplamente utilizada para o tratamento de doenças mediadas pelo inflamassoma de NLRP3, como gota. A colchicina impede a formação de dímeros de tubulina, inibindo diversos processos celulares, incluindo a ativação do inflammasoma. Dessa forma, o desenvolvimento do presente projeto de pesquisa deve contribuir diretamente para a compreensão da patofisiologia da COVID-19, além de possibilitar fundamentação mecanística acerca do uso de colchicina como possível tratamento para pacientes com COVID-19.

Estudo da ação de peptídeos sintéticos como antivirais contra o SARS-CoV-2 (COVID-19) e avaliação combinada com anti-inflamatórios comerciais

Processo: 2020/05761-3
Valor: R$ 171.329,25 mais uma Bolsa de PD (R$ 203.497,56)
Acordos de cooperação: COVID-19
Responsável: Eduardo Maffud Cilli
Instituição sede: Instituto de Química de Araraquara - Unesp

Resumo: A persistência de pandemias humanas, vírus emergentes e re-emergentes e a evolução de linhagens virais ditam a busca por novos compostos com potencial antiviral. Pandemias como a atual, causada pelo SARS-Cov-2, afetam diretamente os setores da saúde, economia, comércio, turismo entre outros. Além disso, devido à alta e rápida disseminação do mesmo, há saturação de hospitais e centros de saúde, fato que contribui para o aumento de mortes em todo o mundo. Diante do atual quadro de pandemia e o grande problema de saúde pública mundial que o vírus SARS-CoV-2 representa, além da necessidade de desenvolvimento de tratamentos eficazes para essa doença e possíveis epidemias/pandemias futuras, é de suma importância o estudo voltado para a identificação de novos compostos com ação antiviral contra o SARS-CoV-2. Assim, o objetivo deste estudo será identificar e investigar o potencial de peptídeos em atividades virucida, protetiva e inibidora de replicação viral citoplasmática. Peptídeos e bioconjugados têm mostrado promissores resultados nos diferentes estágios da infecção viral. Ao final dos ensaios, os compostos serão classificados em três grupos (virucidas, protetivos e inibidores de replicação citoplasmática) e identificaremos os possíveis mecanismos envolvidos na regulação da replicação in vitro do SARS-CoV-2. Adicionalmente, avaliaremos os peptídeos selecionados em conjunto com anti-inflamatórios comerciais não esteroides à fim de avaliar um tratamento conjunto para a infecção e para uma possível resposta inflamatória, comum em casos de infecção causadas pelo SARS-CoV-2.

Enfrentamento ao Covid-19: Brazil em perspectiva comparada

Processo: 2020/05230-8
Valor: R$ 58.397,94 mais uma Bolsa de PD (R$ 203.497,56) e uma Bolsa de TT-III (R$ 22.111,20)
Acordo de cooperação: COVID-19
Pesquisador responsável: Elize Massard da Fonseca
Instituição sede: Escola de Administração de Empresas de São Paulo - FGV

Resumo: A epidemia pelo novo coronavírus (COVID-19) tem determinado perdas de vidas e adoecimento de milhares de pessoas, como posto à prova serviços e sistemas de saúde em todo o mundo. De que forma os governos têm respondido à epidemia do novo coronavírus? Qual o tempo de resposta entre os primeiros casos e as ações de enfrentamento da epidemia? Talvez mais importante: como e por que essas medidas foram adotadas? E o que pode ser feito para evitar um desastre semelhante no futuro? Em colaboração com a School of Public Health da University of Michigan, nossa equipe integra um estudo que busca identificar as variáveis explicativas sobre as respostas de diferentes países ao COVID-19. Esse financiamento da Fapesp irá viabilizar a pesquisa de campo no Brasil em três sentidos: (i) explorar a resposta do sistema e política de saúde ao longo do desenvolvimento da epidemia; (ii) investigar as iniciativas de proteção social que têm sido adotadas de forma a viabilizar as ações de saúde pública; (iii) analisar, perspectiva comparada, como e porque essas decisões foram adotadas e propor recomendações. Será empregada metodologia qualitativa combinada com análise de dados epidemiológicos para explorar em que medida os seguintes elementos contribuem (ou não) para compreender as decisões do país: histórico de enfrentamento de emergências de saúde pública; capacidade estatal e gestão de crise em saúde pública; coordenação e iniciativas por parte de partidos políticos. Nosso estudo será uma das primeiras inciativas e conjunto de publicações brasileiras a explorar em profundidade elementos explicativos, balizados por um esforço comparativo e cooperação internacional na área. Além disso, nossas publicações informarão estudos futuros sobre o COVID-19 e ajudarão a definir os debates sobre o que essa epidemia significa para as disciplinas de política pública comparada e gestão de políticas de saúde.

Avaliação dos mecanismos da ativação da hemostasia em COVID-19 e sua modulação por inibidores de bradicinina

Processo: 2020/05985-9
Valor: R$ 173.683,77
Acordos de cooperação: COVID-19
Responsável: Erich Vinicius de Paula
Instituição sede: Centro de Hematologia e Hemoterapia - Hemocentro/Unicamp

Resumo: Formas graves da COVID-19 se caracterizam por intensa ativação da inflamação associada a aumento importante dos níveis de marcadores da ativação da hemostasia. Segundo o modelo teórico da imunotrombose, hemostasia e inflamação são elementos indissociáveis da resposta inata a patógenos. Segundo este modelo, quando regulada, a ativação da hemostasia contribui para a erradicação de patógenos; mas quando desregulada, pode levar a dano secundário, como por exemplo formação de trombos na microcirculação. Interessante destacar que a ativação da hemostasia durante a inflamação ocorre por vias distintas das ativadas como resposta à perda da continuidade da linha endotelial observada em sangramentos pós-traumáticos, e envolve elementos como a expressão de fator tecidual em monócitos e em micropartículas, a ativação da via intrínseca por DNA liberado das redes extracelulares de neutrófilos, entre outros. Além disso, a quebra da barreira endotelial, que também contribui para a resposta do hospedeiro a injúria ao mediar a diapedese, pode ser um mecanismo secundária de lesão, contribuindo para alterações na barreira alvéolo-capilar ou mesmo para a ativação da hemostasia. Neste projeto, avaliaremos um painel de parâmetros ligados à ativação da hemostasia e à regulação da integridade da barreira endotelial em pacientes com COVID-19 incluídos em um estudo clínico que avaliará o efeito de inibidores da bradicinina sobre o curso clínico desta doença. O painel será avaliado em diferentes momentos da evolução da doença (admissão, dias +4, +12 e +28), e a alocação por grupos permitirá conclusões sobre a evolução da doença em pacientes sobre tratamento de suporte, ou sob uso de inibidores de bradicinina, que têm o potencial de modular tanto a regulação da integridade da barreira endotelial, quanto o crosstalk entre a inflamação e a via intrínseca da coagulação.

Estudo da prevalência do Coronavírus COVID-19 na população de doadores de sangue e avaliação dos soropositivos para a produção de soro hiperimune

Processo: 2020/04884-4
Valor: R$ 184.000,00
Acordo de cooperação: COVID-19
Pesquisador responsável: Ester Cerdeira Sabino
Instituição sede: Faculdade de Medicina - USP

Resumo: O COVID-19 é uma doença respiratória aguda causada pelo coronavírus da síndrome respiratória aguda grave 2 (SARS-CoV-2). No Brasil é causa de preocupação por seu impacto nas estruturas de saúde e pela descrição das atuais de taxas de letalidade (especialmente em faixas etárias acima de 60 anos). Um crescimento exponencial de casos é esperado e a avaliação de suas taxas de frequência como morbidade, mortalidade, letalidade, porcentagem de portadores e soroprevalência na população saudável é essencial para estabelecer políticas de ação e vigilância. Objetivos:1.Avaliar a soroprevalência do Coronavírus COVID-19 em doadores de sangue na Fundação Pró-Sangue Hemocentro de São Paulo.2.Avaliar a viabilidade de produzir soro hiperimune com indivíduos que tiveram a infecção confirmada por PCR e dos doadores soropositivos na triagem do banco de sangue.3.Desenvolver um teste in house IgG/IgM que permita a expansão de estudos epidemiológicos. Métodos: Estudo transversal, prospectivo no qual será realizado um teste de pesquisa de anticorpos do tipo Elisa IgG para COVID-19 em 10.000 amostras de soro ou plasma de doadores da FPS- HSP, no período de Abril a Dezembro de 2020. Padronização de testes de pesquisa de anticorpos IgG e subclasses IgG1 e IgG3 anti-SARS-CoV2. Teste PCR em tempo real quantitativo, "in house", que amplifica parte do gene RdRp RNA-dependente RNA-polimerase e Envelope do COVID-19. Atualmente, no Brasil, o rastreio da infecção pelo SARS-CoV-2 é feito por teste em mucosa oral/nasal pelo método de polymerase chain reaction (PCR) somente em pacientes sintomáticos, que se incluam na definição de casos suspeitos oferecidos pelo Ministério da Saúde (MS). A pesquisa de anticorpos IgG pode ser utilizada como marcador para entender a epidemiologia da infecção por SARS-CoV-2 e auxiliar na determinação do nível da resposta imune humoral em pacientes. Embora as infecções de pacientes imunocompetentes geralmente apresentem apenas sintomas leves, idosos, gestantes e pacientes com doenças pré-existentes, desenvolvem doenças mais graves. Até o momento não há um terapia específica para tratamento da infecção pelo COVID-19. A imunoterapia passiva com plasma convalescente, que já foi empregada na epidemia na China pelo MERS e tem sido proposta para o tratamento da infecção pelo COVID-19, talvez seja uma alternativa no tratamento nesses casos.

Estratégia acelerada por inteligência artificial para reposicionamento de fármacos contra COVID-19

Processo: 2020/05369-6
Valor: R$ 181.470,00
Acordos de cooperação: COVID-19
Responsável: Fabio Trindade Maranhão Costa
Instituição sede: Instituto de Biologia - Unicamp

Resumo: A chegada da COVID-19 no Brasil em março de 2020, com sua rápida disseminação, crescimento exponencial de casos no mundo e com a elevada letalidade dos pacientes infectados, tem gerado pânico na população, desestruturado os sistemas de saúde público e privado e impactado de maneira negativa na economia do Brasil e do mundo. Embora a busca por uma vacina eficaz seja premente, seu desenvolvimento deve requerer pelo menos um ano e meio ate sua aprovação. Dessa forma, fica evidente a necessidade de descoberta de um tratamento que possa ser aprovado rapidamente para uso nos pacientes infectados. O reposicionamento de fármacos oferece uma abordagem potencialmente mais rápida para identificar fármacos já aprovados para uso em humanos. A inteligência artificial (IA) é uma área de fronteira do conhecimento que permite identificar de compostos potencialmente ativos com propriedades farmacocinéticas e toxicológicas adequadas, levando a maior rapidez, maior taxa de sucesso e menor custo na descoberta de novos fármacos. Nesse contexto, com o intuito de transformar a descoberta de fármacos de um processo lento, sequencial e de alto risco para um modelo rápido, integrado e com risco de falha diminuído, pretende-se com esse projeto desenvolver uma plataforma integrada baseada em inteligência artificial para acelerar o reposicionamento de fármacos já aprovados para uso em humanos para o tratamento da COVID-19 com potencial para rápido desenvolvimento clínico, através da integração de computação de alta performance com dados químicos e biológicos e uso de tecnologias emergentes biotecnológicas e experimentais. Para isso, agregamos diferentes expertises de pesquisadores do Instituto de Biologia da UNICAMP e de outras instituições de pesquisa do Brasil e exterior e utilizaremos uma abordagem multidisciplinar que envolverá o desenvolvimento e aplicação de ferramentas de inteligência artificial para guiar e acelerar o reposicionamento de fármacos em uso clínico com base na inibição da entrada do vírus na célula hospedeira através da inibição da interação entre as proteínas Spike viral e ACE-2 humana e testes de atividade antiviral em cultura de células em laboratório de contenção biológica nível 3. Como dados preliminares, em um artigo aceito para publicação, pesquisadores envolvidos nesta proposta desenvolveram modelos computacionais e realizaram uma triagem virtual baseada em docking de todos os fármacos aprovados pelo FDA (~2,400 fármacos) na glicoproteína viral spike complexada com a proteína humana ACE2, com o grid centrado na interface das duas proteínas. Após o docking, os fármacos foram reordenados usando modelos de aprendizado de máquina desenvolvidos utilizando o algoritmo Bayesiano e descritores fingerprints ECFP6 para dados fenotípicos do SARS-CoV. Ao final desta abordagem, foram selecionados 25 fármacos aprovados que serão submetidos aos ensaios in vitro contra SARS-CoV-2 em células Vero.

Neutrophil Extracelular Traps (NETs): importância na patogênese e potencial alvo terapêutico na COVID-19

Processo: 2020/05601-6
Valor: R$ 188.355,00 mais uma Bolsa de PD (R$ 203.497,56)
Acordos de cooperação: COVID-19
Responsável: Fernando de Queiroz Cunha
Instituição sede: Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP

Resumo: A doença causada por coronavírus de 2019 (Covid19) é ocasionada pelo coronavírus-2 da síndrome respiratória aguda grave (SARS-CoV-2) e tornou-se importante problema de saúde em todo o mundo. As alterações pulmonares observadas nos pacientes portadores de Covid-19 são caracterizadas por intenso dano das células epiteliais e endoteliais, replicação viral no tecido pulmonar e extensivo processo inflamatório caracterizado por edema, infiltrado de células inflamatórias, incluindo neutrófilos e aumento das concentrações tissulares de citocinas inflamatórias, como TNF-±, IL-1 e IL-6. Além das alterações pulmonares, observa-se também um quadro de resposta inflamatória sistêmica com lesões importantes em outros órgãos como rins, coração e intestinos. Estudos recentes sugerem que os neutrófilos participam das lesões pulmonares e possivelmente em outros órgãos, mas ainda não está claro quais são os mecanismos envolvidos. Entre os mediadores citotóxicos liberados por este tipo celular destacam-se radicais livres, enzimas e as NETs (de Neutrophil Extracelular Traps) ou, simplesmente, armadilhas extracelulares de neutrófilos, que são redes de DNA conjugada com enzimas antimicrobianas como mieloperoxidase (MPO), elastase e histonas citrulinadas. As NETs são descritas como um dos principais mediadores responsáveis por lesões observadas em diversas doenças autoimunes e também em órgãos vitais durante a sepse. No entanto, o envolvimento das NETs nas lesões observadas na Covid-19 ainda permanece desconhecido. Sendo assim, o objetivo do presente projeto é identificar participação das NETs na patogênese da Covid-19. O possível envolvimento das NETs na patogênese da Covid-19 permitirá propor novas abordagens terapêuticas para essa doença, ou seja, medicamentos que degradem este mediador e/ou inibam sua síntese. Neste sentido estamos propondo também realizar um ensaio clínico aberto tratando pacientes portadores de Covid-19 com Pulmozyme. O Pulmozyme é utilizado na clínica para tratamento de fibrose cística e seu princípio ativo são DNAses que degradam as NETs. Confirmando a viabilidade do projeto, em experimento preliminar, observamos uma exacerbada produção de NETs por neutrófilos isolados e no plasma de pacientes acometidos com Covid-19.

Estudos de interação entre proteínas celulares e proteínas virais do novo coronavírus de 2019 (SARS-CoV-2)

Processo: 2020/05346-6
Valor: R$ 113.832,50 mais uma Bolsa de PD (R$ 203.497,56)
Acordos de cooperação: COVID-19
Responsável: Fernando Moreira Simabuco
Instituição sede: Faculdade de Ciências Aplicadas - Unicamp

Resumo: O SARS-CoV-2 (Severe Acute Respiratory Syndrome Coronavirus 2), assim como o SARS-CoV de 2003 e o MERS-CoV de 2012, faz parte do gênero Betacoronavirus da ordem Nidovirales e é atualmente o vírus causador da pandemia chamada COVID-19 (Coronavirus disease 2019). O SARS-CoV-2 causa uma síndrome aguda severa respiratória ou SARS, caracterizada por febre, tosse, fadiga e quadros graves de pneumonia, tendo atingido até o momento mais de 1,8 milhões de pessoas no mundo. Três das proteínas estruturais do vírus, as proteínas E, M e N, são responsáveis pela montagem da partícula viral, entre outros processos. A proteína N tem alta afinidade pelo RNA viral, formando o nucleocapsídeo viral. Já as proteínas de membrana E e M são responsáveis pela morfologia do virion e por interações tanto com a proteína S, que reconhece o receptor celular, quanto com o nucleocapsídeo viral. O processo de replicação dos coronavírus é altamente regulado, envolvendo diferentes atuações das proteínas não estruturais e estruturais do vírus. Entretanto, pouco se sabe sobre quais são as proteínas celulares que participam da montagem das partículas virais dos coronavírus. Este projeto tem por objetivo identificar o interactoma das proteínas E, M e N do SARS-CoV-2 em células humanas, entendendo suas interações moleculares com proteínas celulares e as vias celulares de que esse vírus se beneficia para completar seu ciclo de replicação. Para tanto, faremos a optimização dos genes que codificam E, M e N para expressão em células humanas, seguida de imunoprecipitação e caracterização por espectrometria de massas de proteínas celulares interagentes. Após validadas, tais interações serão desafiadas com intervenções farmacológicas in vitro, com o intuito de verificar seu potencial de bloquear ou interferir na replicação viral. Esses compostos serão finalmente testados em modelo in vitro de cultura de células humanas infectadas com o SARS-CoV-2, analisando-se carga viral, efeito citopático e alterações moleculares nas células. O presente projeto de pesquisa pretende, portanto, contribuir para um melhor entendimento dos mecanismos moleculares e celulares associados com a replicação do SARS-CoV-2 em células humanas e para a racionalização de potenciais futuras terapias contra o COVID-19.

Glicosilação do SARS-CoV-2 para identificação das características estruturais da COVID-19

Processo: 2020/04923-0
Valor: R$ 108.886,25 mais uma Bolsa de PD (R$ 203.497,56)
Acordo de cooperação: COVID-19
Pesquisador responsável: Giuseppe Palmisano
Instituição sede: Instituto de Ciências Biomédicas - USP

Resumo: SARS-CoV-2 é um vírus humano emergente da família Coronaviridae. O SARS-CoV-2 é o agente etiológico de uma nova pneumonia chamada COVID-19, doença do coronavírus 2019. Devido ao rápido aumento no número de casos que vem afetando diversos países, a OMS classificou o surto de COVID-19 como uma pandemia em curso. Em 1º de abril, existiam 750.890 casos confirmados e 36.405 mortes em todo o mundo. Compreender a dinâmica vírus-hospedeiro é fundamental para o desenvolvimento de estratégias profiláticas, diagnósticas e terapêuticas, além do estabelecimento de medidas para o controle epidemiológico do COVID-19. Muitos aspectos moleculares ainda precisam ser entendidos sobre o comportamento de SARS-CoV-2 e a resposta do hospedeiro durante a infecção, por ex. marcadores moleculares e celulares de infecções graves, leves e assintomáticas, proporcionando maior entendimento da patogênese do COVID-19. Neste projeto, propomos a aplicação de uma abordagem proteômica espacial e temporal para caracterização da interação SARS-CoV-2:hospedeiro, a ser abordada em três frentes interconectadas: (1) avaliação das vias de sinalização ativadas por análise quantitativa sistemática da dinâmica temporal em alterações proteica e de glicosilação durante a infecção de células humanas por SARS-CoV-2; (2) caracterização da diversidade de proteoma e PTMs da SARS-CoV-2; e (3) desenvolvimento de uma plataforma de diagnóstico e prognóstico precoce com base no perfil proteômico de soros de pacientes com diferentes características clínicas. O projeto proposto contribuirá para ampliar o entendimento da patogênese viral e priorizará a descoberta de biomarcadores para testes diagnósticos rápidos.

Desenvolvimento de antivirais para o tratamento da COVID-19

Processo: 2020/04602-9
Valor: R$ 184.000,00 mais uma Bolsa de PD (R$ 203.497,56)
Acordo de cooperação: COVID-19
Pesquisador responsável: Glaucius Oliva
Instituição sede: Instituto de Física de São Carlos - USP

Resumo: A rápida disseminação da pandemia de COVID-19 com crescimento exponencial de casos no Brasil e no mundo, há grande preocupação com a letalidade nos infectados e a saturação de leitos hospitalares para tratar os casos graves. Embora a busca por uma vacina eficaz seja premente, qualquer desenvolvimento deve requerer de um a dois anos até sua aprovação, portanto não há expectativas de que possam ser utilizadas ainda durante esta pandemia global. Neste contexto, além das necessárias medidas sanitárias mitigadoras, há urgente necessidade de pesquisas sobre fármacos com atividade antiviral contra o coronavírus SAR-Cov-2, que possam auxiliar no tratamento dos pacientes infectados. Neste projeto será estabelecido e padronizado ensaio de triagem primária de compostos, em modelo HCS (High Content Screening), utilizando humanas e o coronavírus SARS-Cov-2 isolado de pacientes brasileiros e cultivado em condições de alta segurança biológica (P3) no ICB-USP A previsão é que neste ensaio seja possível avaliar até 4.000 compostos, podendo ampliar este estudo em função da disponibilidade de compostos e recursos para os reagentes e consumíveis dos ensaios. Em seguida vamos avaliar varias coleções de compostos: uma biblioteca de 1500 compostos FDA-approved; todas as coleções de moléculas naturais e sintéticas do CIBFar/CEPID-FAPESP (que incluem os compostos provenientes do NuBBE/IQAr/UNESP/, FCFRP/USP, LSPN- DQ-UFSCar e IQ/UNICAMP); do Consórcio PITE-FAPESP/MMV/DNDi/Unicamp/USP; do NEQUIMED/IQSC/USP. Sondas peptídicas fluorescentes e Inibidores de proteases, produzidos na EPM/UNIFESP, serão produzidas e avaliadas nos ensaios fenotípicos e enzimáticos, baseados nos estudos anteriores sobre a cisteino-protease do coronavirus SARS-Cov e também da serino-protease humana TMPRSS2, envolvida na invasão celular pelo COVID-19. Bibliotecas de compostos da organização internacional Medicines for Malaria Ventures serão disponibilizadas para triagem contra o SARS-Cov-2 neste projeto: são bibliotecas que variam de 400 compostos (Pathogen Box e Pandemic Box) a 20-40.000 ou até 150.000 compostos com grande diversidade química. Todas as proteínas do coronavirus SARS-Cov-2 relevantes como potenciais alvos para fármacos antivirais serão clonadas e expressas na forma recombinante em E.coli, e serão desenvolvidos ensaios bioquímicos e biofísicos para a identificação de inibidores e ligantes. A identificação de hits contra o SARS-Cov-2 será importante não apenas para o seu desenvolvimento futuro como candidatos a novos fármacos antivirais, mas o conhecimento de suas estruturas químicas poderá imediatamente nos auxiliar no esforço emergencial de reposicionamento de fármacos já em uso clínico para outras indicações terapêuticas, pela comparação de seus grupos farmacofóricos ativos e métodos de bioisosterismo. Com a possibilidade do surgimento de mutantes de escape imunológico, será realizado o sequenciamento de genomas de SARS-CoV-2 e isolamento viral durante o período de ocorrência da pandemia no Brasil para identificar eventuais mutantes de escape na região de ligação do receptor. Em outra frente de pesquisas, serão desenvolvidas rotas sintéticas simples e alternativas para os fármacos já aprovados para uso em humanos e que estão sendo identificados como eficazes, ainda que parcialmente, no tratamento da COVID-19.

Desenvolvimento de vacina anti-SARS-CoV-2 utilizando VLPs

Processo:2020/05146-7
Valor: 187.000,00 mais uma Bolsa de PD (R$ 203.497,56)
Acordo de cooperação: COVID-19
Pesquisador responsável: Gustavo Cabral de Miranda
Instituição sede: Faculdade de Medicina - USP

Resumo: O vírus emergente SARS-CoV-2 surgiu na China, com fácil propagação e letalidade significativa. Em menos de três meses de sua identificação já causou mais de 30.000 mortes em todo o mundo e com um crescente número de fatalidades. Como é um vírus novo introduzido na população humana, não há população imune; tem fácil propagação e a letalidade varia de 1 a 16% de acordo com país, faixa etária e comorbidades. Na ausência de uma vacina ou tratamento específico, a pandemia está paralisando continentes inteiros. Neste projeto, visamos utilizar a plataforma de vacinas baseadas em partículas vírus símile (vírus like particles, ou VLP) conjugando sequências peptídicas do SARS-CoV-2 aos Q²VLPs e VP1VLPs da proteína Spike utilizando-os como mecanismo de entrega de antígenos peptídicos aos componentes celulares do sistema imunológico. Vale ressaltar que este projeto foi rapidamente adaptado para o desenvolvimento de uma vacina eficaz e segura anti o SARS-CoV2 ao projeto Jovem Pesquisador, Processo número: 2019/14526-0. Devido a isso, já estamos trabalhando em selecionar os melhores antigenos para ser conjugado aos VLPs devido a enorme urgencia que este momento histórico nos exige.

Interação da Proteína de Superfície (Spike Protein) do SARS-CoV-2 com Heparina: Potencial Terapêutico

Processo: 020/04899-1
Valor: 176.927,62 mais uma Bolsa de PD (R$ 203.497,56)
Acordo de cooperação: COVID-19
Pesquisador responsável: Helena Bonciani Nader
Instituição sede: Instituto de Farmacologia e Biologia Molecular - Unifesp

Resumo: Atualmente, não existem medicamentos comercialmente disponíveis e/ou projetados para tratar e prevenir infecções associadas ao novo surto de coronavírus SARS-CoV-2. Tradicionalmente, o desenvolvimento de medicamentos é lento e ineficaz contra essas ameaças à saúde pública. Portanto, o redirecionamento de medicamentos existentes capazes de prevenir e tratar novas infecções por coronavírus é uma alternativa oportuna e bastante atraente. A heparina, fármaco anticoagulante bem tolerado, tem sido utilizado com segurança na medicina há mais de 80 anos e, juntamente com suas atividades anticoagulantes e anti-inflamatórias, tem conhecida capacidade de prevenir infecções virais, incluindo coronavírus. Dados preliminares mostram que a Proteína de Superfície do SARS-CoV-2 (Spike Protein), proteína responsável pela infecção de células do hospedeiro, se liga a heparina. Também, altos índices de mortalidade por COVID-19 estão associados a coagulopatia e hipercitocinemia (cytokine storm). Portanto, o presente projeto tem como objetivo estudar e explorar as propriedades estruturais da heparina que mediam tal interação como prova de conceito para o desenvolvimento de medicamentos antivirais baseados em heparina.

Pacientes com síndrome respiratória aguda grave por Covid-19 em Serviço de Emergência

Processo: 2020/04738-8
Valor: R$ 101.108,00
Acordo de cooperação: COVID-19
Pesquisador responsável: Heraldo Possolo de Souza
Instituição sede: Faculdade de Medicina - USP

Resumo: A atual pandemia de Covid-19 já acometeu mais de 920.000 pessoas e matou mais de 46.000 em todo o mundo. A maioria dos pacientes acometidos apresenta um quadro leve, mas uma porcentagem pequena, do ponto de visa percentual, mas grande em números absolutos, pode apresentar uma síndrome respiratória aguda grave (SRAG), com febre, tosse, infiltrados pulmonares e hipoxemia, podendo evoluir para insuficiência respiratória e necessidade de ventilação mecânica. O Serviço de Emergência do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP) é o atual centro de referência para o tratamento de pacientes com a forma mais grave da doença. Nossa equipe é a responsável pelo atendimento inicial destes pacientes e, portanto, está bem posicionada para produzir conhecimentos necessários para melhor entendimento e tratamento dessa doença. Desta forma, criamos este projeto, que consta de quatro subprojetos. O primeiro subprojeto tem o objetivo de determinar se marcadores séricos da resposta inflamatória podem predizer, isoladamente ou em conjunto, a evolução dos pacientes com SRAG por Covid-19 para falência respiratória. O segundo procura determinar se a ultrassonografia pulmonar é uma alternativa viável para avaliação da função respiratória nesses pacientes. O terceiro é um ensaio clínico com droga já utilizada em outras situações clínicas e que poderá ser útil na prevenção da falência respiratória nos pacientes com pneumonia por Covid-19. Por último, o quarto foca em modelos estatísticos e estocásticos, que possam melhorar e orientar o atendimento desses pacientes. O estudo será conduzido no Serviço de Emergência do HCFMUSP, que é a porta de entrada da grande maioria dos pacientes com SRAG por Covid-19. Serão incluídos os pacientes com síndrome respiratória aguda grave que não necessitem de ventilação mecânica na admissão. Nos subprojetos 1 e 2, esses pacientes serão somente acompanhados, sem intervenção, realizando exames laboratoriais e ultrassonográficos. No subprojeto 3, os pacientes serão divididos em dois grupos, um recebendo NAC e outro placebo. Em todos os três subprojetos, o desfecho será a mortalidade e necessidade de ventilação mecânica. Nesse momento de pandemia, a busca por um melhor entendimento da doença e por tratamentos que possam reduzir a necessidade de ventilação mecânica nestes pacientes é de extrema urgência e são exatamente esses os objetivos deste nosso projeto.

Mapeamento de epítopos do vírus SARS-CoV-2 para linfócitos T e do receptor da proteína Spike para linfócitos B

Processo: 2020/05256-7
Valor: R$ 170.885,00 mais uma Bolsa de PD (R$ 203.497,56)
Acordo de cooperação: COVID-19
Pesquisador responsável: Jorge Elias Kalil Filho
Instituição sede: Faculdade de Medicina - USP

Resumo: O vírus emergente SARS-CoV-2 surgiu na China, com fácil propagação e letalidade significativa. Em menos de três meses de sua identificação já causou mais de 35.000 mortes em todo o mundo e com um crescente número de fatalidades. Como é um vírus novo introduzido na população humana, não se sabe se há população imune; tem fácil propagação e a letalidade varia de 1 a 16% de acordo com país, faixa etária e comorbidades. Na ausência de uma vacina ou tratamento específico, a pandemia está paralisando continentes inteiros. Sabe-se que a entrada de todos os coronavírus nas células hospedeiras é mediada pela glicoproteína Spike, potencial alvo terapêutico, especialmente a região do domínio de receptor da ligação. O conhecimento da resposta celular frente a este vírus ainda é pouco conhecido. Sendo assim, esse conhecimento é de relevância imediata. Neste projeto, visamos mapear os epítopos de linfócitos T e B reconhecidos por células e anticorpos de pacientes convalescentes de COVID-19, partindo da sequência completa para epítopos T e com foco no receptor da proteína Spike para linfócitos B. Esses dados poderão auxiliar no desenvolvimento de vacinas e imunoterápicos a médio prazo.

Manifestações neurológicas agudas associadas ao vírus SARS-CoV-2

Processo: 2020/05984-2
Valor: R$ 169.100,60
Acordos de cooperação: COVID-19
Responsável: Jorge Simáo do Rosário Casseb
Instituição sede: Faculdade de Medicina - USP

Resumo: Em 2019, surto de doença respiratória associado a um novo coronavírus, SARS-CoV-2, iniciou-se na cidade de Wuhan, China. Desde então, este vírus de alta transmissibilidade tem motivado medidas extremas de isolamento por todo o mundo, na tentativa de mitigar a infecção de populações inteiras, concomitantemente, saturando serviços médicos e colapsando sistemas de saúde. Diversos coronavírus são associados a síndromes neurológicas como encefalite, mielite e síndrome de Guillain-Barré, dentre eles o SARS-CoV-1, filogeneticamente o coronavírus humano mais próximo do SARS-CoV-2. Deste modo, espera-se que manifestações semelhantes acometem pacientes na epidemia vigente. OBJETIVOS: Caracterizar o perfil epidemiológico, clínico, laboratorial, eletrofisiológico e radiológico de pacientes acometidos por mielite, encefalite e/ou polineuropatia periférica aguda em vigência de epidemia associada ao vírus SARS-Cov-2. MÉTODOS: Trata-se de um estudo observacional prospectivo, que avaliará as características epidemiológicas, clínicas, laboratoriais, eletrofisiológicas e radiológicas de pacientes com diagnóstico de encefalite, mielite e/ou polineuropatia periférica aguda durante período de epidemia de SARS-Cov-2, assistidos nas instituições coparticipantes. Serão selecionados pacientes que sejam considerados casos suspeitos de SARS-CoV-2 de acordo com critérios definidos pelo Ministério da Saúde (MS) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em vigência de transmissão comunitária já comprovada, que apresentem suspeita clínica concomitante ou subsequente (até 60 dias após evento associado a SARS-CoV-2) de encefalite viral, mielite viral e/ou polineuropatia periférica aguda.

Avaliação da anfiregulina como biomarcador prognóstico de gravidade e sua participação na fisiopatologia do COVID-19

Processo: 2020/05211-3
Valor: R$ 165.551,25 mais uma Bolsa de PD (R$ 203.497,56)
Acordos de cooperação: COVID-19
Responsável: José Carlos Farias Alves Filho
Instituição sede: Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP

Resumo: A mais recente ameaça à saúde global é o surto em curso da doença respiratória que recebeu o nome de Doença de Coronavírus 2019 (COVID-19), a qual é causada pelo vírus denominado de SARS-CoV-2. Embora cientistas das áreas básicas e clínicas em todo o mundo estejam fazendo grandes esforços no entendimento da fisiopatologia e investigando o efeito de medicamentos com ação antiviral e o reposicionamento de fármacos que apresentam ação anti-inflamatória, ainda não existe um medicamento específico ou tratamento clínico eficaz para a COVID-19. No entanto, sabe-se que a insuficiência respiratória progressiva causada pelo dano maciço das células alveolares, resultante da replicação viral e da inflamação local excessiva, é um dos grandes obstáculos para a recuperação dos pacientes graves com COVID-19. Neste sentido, a defesa do hospedeiro contra infecções depende não apenas dos mecanismos de resistência imune, mas também da capacidade do organismo de tolerar os danos que um determinado patógeno promove. A anfiregulina (AREG) é um fator central que promover reparo e a restauração da integridade do tecido após lesões teciduais associados à inflamação. Animais deficientes de AREG apresentam um comprometimento substancial da capacidade de restauração da função pulmonar em modelos de infecções. Além disso, a administração de AREG recombinante potencializa o processo de reparo tecidual após lesão tecidual decorrente de inflação excessiva. Nossa hipótese de trabalho é que a AREG desempenha um papel fundamental no reparo e restauração da integridade do tecido pulmonar durante a COVID-19 e que o tratamento com AREG recombinante encurte o período de convalescência dos pacientes. Além disso, trabalhamos com a hipótese de que a determinação dos níveis de AREG nos pacientes ainda na forma moderada possa ser um importante biomarcador prognóstico de gravidade em pacientes. Desta forma, propomos no presente projeto realizar um estudo translacional para investigar a participação da AREG na fisiopatologia da COVID-19, utilizando modelos animais de infecção experimental por SARS-CoV-2 e amostras de pacientes diagnosticados com COVID-19. Além disso, pretendemos avaliar o potencial da AREG como um biomarcador prognóstico de gravidade em pacientes com COVID-19.

Estudo diagnóstico e prognóstico de infecção por SARS-CoV-2 e influenza vírus

Processo: 2020/04705-2
Valor: R$ 184.333,50
Acordo de cooperação: COVID-19
Pesquisador responsável: José Carlos Nicolau
Instituição sede: Instituto do Coração do Hospital das Clínicas de São Paulo - SSSP

Resumo: As epidemias causadas por vírus Influenza são reconhecidas pelo seu grande impacto em saúde pública. A identificação de uma nova cepa de coronavírus (SARS-CoV-2) com disseminação pandêmica trouxe novos desafios para diagnóstico, controle e terapêutica. O diagnóstico rápido e de baixo custo de infecções por SARS-CoV-2 e influenza pode permitir adoção de medidas de controle da transmissibilidade tanto no ambiente de Unidades de Saúde como isolamento do contato social na comunidade. A identificação precoce de pacientes com maior risco de óbito também permite uma abordagem terapêutica direcionada com medidas de suporte ventilatório e uso de antivirais específicos contra estes dois vírus. O entendimento de mecanismos fisiopatológicos relacionados à cascata da coagulação, envolvidos nas formas graves de acometimento por vírus respiratórios, proposta do presente projeto, poderá levar ao desenvolvimento de novas possiblidades terapêuticas de modo a se reduzir a alta letalidade desta grave situação clínica. Objetivo: 1) Desenvolvimento de método para diagnóstico rápido e de baixo custo das infecção por SARS-CoV-2 e Influenza vírus; 2) estudo de fatores prognósticos precoces em pacientes com diagnóstico de infecção por SARS-CoV-2 e Influenza vírus; 3) Estudo dos níveis de agregação plaquetária pelo Multiplate-ADP e coagulação em pacientes hospitalizados por desconforto respiratório ocasionado. Método: Serão comparados 4 grupos: pacientes infecção SARS-CoV-2, pacientes infecção por Influenza vírus, pacientes síndrome gripal com testes negativos para COVID-19/Influenza virus e controles saudaveis. Serão arrolados pacientes com quadro clínico suspeito de síndrome gripal (febre acompanhada de um dos seguintes sintomas: tosse, dor de garganta, coriza, cefaleia frontal com início dos sintomas nos últimos 7 dias) atendidos em 2 hospitais públicos de referência. Critérios de exclusão: Idade inferior a 18 anos. O grupo de controles saudáveis será composto de 50 indivíduos profissionais da saúde voluntários pareado por sexo e idade ao grupo de pacientes com infecção SARS-CoV-2. Serão coletadas amostras de sangue periférico, imprint cutâneo e saliva de todos individuos incluídos no estudo. Aqueles que necessitarem de internação hospitalar e apresentarem critérios de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) serão colhidos também segunda e terceira amostra de espécimes não invasivas (imprint cutâneo e saliva) após 3 e 7 dias da inclusão. Será coletado lavado nasal para diagnóstico de infecção por Influenza vírus e SARS-CoV-2 pelo protocolo apenas para aqueles que não realizarem estes testes pela rotina do hospital. Todas amostras serão enviadas para armazenamento (- 80C) no Laboratório de Virologia do Instituto de Medicina Tropical da USP e Laboratório Innovare da UNICAMP. Serão estudados metabólitos por espectrometria de massas em plasma, imprint de pele e saliva e analisados por inteligência artificial. O diagnóstico de infecção por Influenza vírus ou SARS-CoV-2 será considerado positivo (padrão ouro) por teste de biologia molecular positivo em amostra de lavado nasal. O prognóstico dos pacientes será avaliado pelos seguintes desfechos: tempo de hospitalização, necessidade de diálise, necessidade de intubação oro-traqueal ou óbito hospitalar. A agregabilidade plaquetária será estudada por meio dos métodos de Multiplate-TRAP e Multiplate-ASPI, níveis de plaquetas reticuladas (jovens), volume plaquetário médio (VPM), P-selectina, D-dímero, PAI-1, Fibrinogênio, Tromboxano, Tempo de Tromboplastina Parcial ativado (PTTa), Tempo de Protrombina (TP); Peptídeo natriurétrico tipo B (BNP); Troponina ultrassensível, pico de glicemia durante a hospitalização, perfil lipídico quando da hospitalização.

Caracterização de fatores de risco intrínsecos e o desenvolvimento de novas alternativas de diagnóstico e tratamento para COVID-19

Processo: 2020/04558-0
Valor: R$ 184.000,00
Acordo de cooperação: COVID-19
Pesquisador responsável: José Luiz Proença Módena
Instituição sede: Instituto de Biologia - Unicamp

Resumo: A chegada do SARS-CoV-2 no Brasil em março de 2020 impactou de maneira negativa a economia, gerado pânico na população e desestruturado os sistemas de saúde público e privado do nosso país. É evidente a necessidade de métodos de diagnóstico/prognóstico rápido e de alternativas terapêuticas que ajude no enfrentamento dessa pandemia em nosso país. Desse modo, este projeto multidisciplinar e que envolve pesquisadores de diversas unidades da Unicamp e de outras instituições de pesquisa do Brasil e exterior, visa utilizar espécimes clínicos (swab nasofaríngeo, soro e sangue total congelado) já utilizados no diagnóstico e outros exames de rotina e armazenados no Laboratório de Patologia Clínica do HC para: (1) Avaliar a circulação e diversidade genética do Covid-19 em Campinas; (2) Buscar biomarcadores que nos ajude no diagnóstico rápido ou na predição dos casos fatais, usando metodologias de proteômica, metabolômica e imunoensaios multiplex; (3) Identificar novos antivirais através do reposicionamento de fármacos já aprovados para uso em humanos, além de descoberta de novos candidatos a fármacos, por ensaios de triagem computacional e teste de atividade antiviral em cultura de células em laboratório de contenção biológica nível 3.

Ensaio Clínico de Inibição de Bradicinina em Adultos Hospitalizados com COVID-19 Grave

Processo: 2020/04522-5
Valor: R$ 184.000,00 mais uma Bolsa de PD (R$ 203.497,56)
Acordo de cooperação: COVID-19
Pesquisador responsável: Licio Augusto Velloso
Instituição sede:
Faculdade de Ciências Médicas - Unicamp

Resumo: A pandemia do novo vírus de síndrome respiratória aguda grave (SARS-CoV-2) já foi confirmada em mais de 330 mil pessoas sendo responsável por mais de 14 mil mortes em todo o mundo (Organização Mundial de Saúde-dados oficiais do dia 23 de marco de 2020). O tratamento atual para os casos graves se baseia em suporte respiratório, uso de uma variedade de antibióticos com eventual oxigenação extracorpórea; entretanto os resultados ainda são insatisfatórios. Pesquisadores demonstraram que o vírus se liga a Enzima Conversora de Angiotensina 2 (ECA2) para ter acesso às células. Essa enzima é fundamental na inativação da Angiotensina II (ANGII) e da bradicinina. O acúmulo de bradicinina nos pulmões é um efeito comum após o uso de inibidores da ECA com consequência aumento de tosse. Em estudos com modelos animais, a inativação de ECA2 leva a pneumonite grave após administração de lipopolissacarídeos (LPS) e a inibição da bradicinina recupera completamente a função e estrutura pulmonar. Como a pneumonia é o quadro de maior intensidade e marcador da progressão da doença, nossa hipótese é de que o aumento de bradicinina é o principal elo entre a infecção pelo SARS-CoV-2 e a inibição da ECA2 resultando numa síndrome respiratória grave. OBJETIVO: Avaliar a eficácia de dois inibidores farmacológicos da bradicinina, o inibidor de C1 esterase/calicreina (Berinert®, CSL Behring GmbH) e o inibidor do receptor 2 de bradicinina, o icatibanto (Firazyr®, Shire) em pacientes graves hospitalizados por SARS-CoV-2. METODOLOGIA: Este é um ensaio clínico aberto randomizado a ser realizado no Hospital de Clínicas da Universidade Estadual de Campinas, Brasil. Cento e oitenta pacientes serão divididos na proporção 1:1:1 para receber: i, o suporte básico estabelecido por ensaios clínicos já publicados, que incluem suporte de oxigênio, ventilação mecânica invasiva e não invasiva, uso de antibióticos, uso de vasopressor e terapia de suporte renal; ou, ii, Berinert, 20 U/Kg por via endovenosa, uma dose no dia da inclusão no estudo e uma dose no quarto dia; pacientes desse grupo receberão o mesmo procedimento de suporte básico oferecido para o grupo controle; iii, Firazyr, 30 mg por via subcutânea 8/8 h por quatro dias; pacientes desse grupo receberão o mesmo procedimento de suporte básico oferecido para o grupo controle. Os desfechos primários são, recuperação completa com alta hospitalar ou morte; o acompanhamento será feito por 28 dias. Os critérios de inclusão serão: homens e mulheres com idade de 18 anos ou mais com RT-PCR positivo para SARS-CoV-2; pneumonia confirmada por tomografia computadorizada (CT) do tórax; saturação de oxigênio em ar ambiente de 94% ou inferior. Critérios de exclusão: Gestantes ou lactantes; pacientes com doença hepática grave (alanina aminotransferase e/ou aspartato aminotransferase >5x acima do normal); nefropatia grave (transplantado de rim ou dialise), infecção por HIV, câncer, angioedema hereditário, outras imunodeficiências, doença isquêmica do miocárdio pregressa, doença tromboembólica pregressa. Todos os pacientes do estudo e/ou seus parentes serão informados sobre os objetivos e riscos da pesquisa e deverão ler e assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

Avaliação prospectiva da produção de mediadores lipídicos na resposta imune contra COVID-19: busca de biomarcadores e novos alvos terapêuticos na evolução da doença

Processo: 2020/05204-7
Valor: R$ 188.395,93 mais uma Bolsa de PD (R$ 203.497,56)
Acordo de cooperação: COVID-19
Pesquisador responsável: Lúcia Helena Faccioli
Instituição sede: Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto - USP

Resumo: Devido à grande disseminação do novo coronavírus SARS-COV-2 vivemos uma pandemia. A doença COVID-19, causada por este coronavírus, pode cursar com complicações moderadas a graves, especialmente em pacientes homens, idosos e/ou os que apresentam doenças de base. Os casos graves apresentam a "tempestade de citocinas", com resposta inflamatória exacerbada no pulmão, o órgão mais afetado. Este projeto busca, portanto identificar fatores moleculares de suscetibilidade e resistência, assim como biomarcadores de susceptibilidade e da evolução clínica na COVID-19. Para tal, investigaremos o perfil inflamatório dos pacientes detectando equantificando mediadores lipídicos, incluindo eicosanoides, hormônios esteroides e compostos derivados de esfingolipídios e ceramidas, para buscar uma possível associação com os desfechos clínicos da COVID-19 e com componentes da resposta imune, como citocinas, quimiocinas e perfis de N-glicanas de Ecs de IgGs. Em abordagem de estudo caso-controle serão recrutados participantes controles (não infectados e assintomáticos) e pacientes atendidos no Hospital São Paulo da cidade de Ribeirão Preto, que serão avaliados clínica e laboratorialmente pelos médicos responsáveis pelo atendimento; comprovação da infecção com SARS-COV-2 será feita em todos os participantes. Do sangue de participantes será obtido plasma e leucócitos (buffy coat). No plasma serão quantificados mediadores inflamatórios proteicos, como também eicosanoides, hormônios esteroides, compostos derivados de esfingolipídios e ceramidas. Para tanto, através da utilização de espectrometria de massas, propomos uma abordagem multidisciplinar para identificação de biomarcadores lipídicos relacionados com o processo inflamatório na COVID-19. Os perfis de N-glicanas nas Fcs de IgGs serão avaliados, conforme experiência prévia da equipe. As células obtidas serão congeladas em Trizol, para posterior extração de RNA e análise de expressão gênica. Com estes resultados, espera-se compreender de forma mais detalhada, a fisiopatologia da COVID-19, estabelecer marcadores de evolução e morbidade da doença, assim como novos alvos para intervenções terapêuticas nos pacientes infectados por SARS-COV-2.

Desenvolvimento de nanovacinas proteicas que se auto-estruturam contra SARS-Cov-2

Processo: 2020/05204-7
Valor: R$ 168.817,50 mais uma Bolsa de PD (R$ 203.497,56)
Acordo de cooperação: COVID-19
Pesquisador responsável: Luis Carlos de Souza Ferreira
Instituição sede: Instituto de Ciências Biomédicas - USP

Resumo: O surgimento súbito de uma nova pneumonia viral na China no fim de 2019 foi o início de uma série de eventos que levou o mundo a uma pandemia que em três meses infectou mais de um milhão de pessoas ao redor do mundo e atingiu mais de 200 países e territórios. O vírus SARS-CoV-2, da mesma família Coronaviridae à qual pertencem os vírus da SARS e da MERS, desencadeia um quadro respiratório agudo grave que leva ao óbito em aproximadamente 2% dos casos. A doença COVID-19 já gerou impactos globais imensuráveis e acredita-se que só será devidamente contida através do desenvolvimento de vacinas, uma vez que podemos enfrentar novas ondas de disseminação quando as medidas de supressão forem suspensas, o que torna as vacinas uma máxima prioridade de acordo com a Organização Mundial de Saúde. Em um cenário tão frágil que envolve a necessidade de vacinar prioritariamente os grupos de riscos, é preciso priorizar estratégias vacinais mais seguras, como vacinas de subunidades. A baixa imunogenicidade frequentemente observada nessa estratégia pode ser contraposta com o uso de nanopartículas que permitam uma apresentação polivalente de antígenos, gerando assim uma resposta imunológica mais robusta. Neste projeto, propomos a utilização de nanovacinas do tipo SAPN (Self Assembling Protein Nanoparticles), nas quais o antígeno proteico é modificado pela fusão de sequência peptídicas curtas que se auto-estruturam em nanopartículas (NPs) de aproximadamente 100 nm em condições físico-químicas adequadas. Tal abordagem mimetiza a disposição de antígenos de uma partícula viral e já vem sendo utilizada em nosso grupo em modelo de Zika, induzindo uma forte resposta humoral antígeno-específica. Serão selecionados diferentes antígenos estruturais de SARS-CoV-2 para serem transformados em nanovacinas pela estratégia proposta, as quais serão usadas para induzir respostas imunológicas (anticorpos) com capacidade de inibir a infecção viral in vitro para subsequentes testes em modelo murino. Como vantagens adicionais, estas nanovacinas apresentam melhor estabilidade e elevada capacidade de internalização, por possuírem peptídeos que atuam como peptídeos membrano-ativos, mimetizando-se assim características de tamanho e comportamento típicas da partícula viral, o que pode inclusive favorecer a imunidade celular. Esperamos com isso desenvolver uma estratégia vacinal inovadora que possa contribuir significativamente pra esta epidemia e ser brevemente considerada uma ferramenta promissora para limitar o avanço da COVID-19

Estudo translacional sobre o papel dos lipídios pró-resolução como mediadores da tolerância à infecção por SARS-CoV-2

Processo: 2020/05040-4
Valor: R$ 156.742,50 mais uma Bolsa de PD (R$ 203.497,56)
Acordo de cooperação: COVID-19
Pesquisador responsável: Luiz Osório Silveira Leiria
Instituição sede: Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP

Resumo: Devido à sua imensa capacidade de promover o "clearance" de glicose e triglicérides sanguíneos e também por ter sido identificado em quantidades significativas em seres humanos, o tecido adiposo marrom (TAM) tem sido considerado um alvo terapêutico atrativo para o tratamento do diabetes tipo 2, obesidade e doenças correlatas. Não obstante, a ativação do TAM pelo frio resulta na melhora da sensibilidade à insulina e utilização da glicose em outros tecidos tais como fígado e músculo. Estes efeitos distais decorrentes da maior atividade do TAM evidenciam a capacidade desta estrutura de também atuar como um agente secretor e capaz de exercer um papel endócrino importante na regulação do metabolismo energético. Apesar da exposição ao frio resultar em uma adaptação metabólica que traz uma série de benefícios em termos de metabolismo de lipídeos e da glucose, a viabilidade da utilização do frio como terapia é improvável e, neste contexto, a descoberta de substâncias que são produzidas e liberadas no frio e que tem a capacidade de mimetizar seus efeitos benéficos seria de extrema importância. Esta estratégia torna possível a identificação de novas alternativas para o tratamento e/ou prevenção de doenças metabólicas tais como obesidade, diabetes e a doença hepática gordurosa não-alcoólica (DHGNA). A incidência da DHGNA resulta do consumo exacerbado de dietas ricas em gordura e principalmente carboidratos, e possui papel fundamental na conexão entre obesidade/diabetes e doenças cardiovasculares. A recente aplicação de ensaios de metabolômica combinado com o uso de modelos animais transgênicos tem viabilizado a identificação de mediadores lipídicos que servem como agentes mensageiros na camunicação entre tecidos para regular o fluxo energético e a utilização de substratos. O TAM e o fígado possuem a capacidade de se comunicarem através de agentes liberados em ambas direções e que por conseguinte são capazes de modular suas funções. Com base nos nossos dados preliminaries, nós estabelecemos a hipótese segundo a qual o TAM é capaz de biosintetizar e secretar lipídios que regulam a função hepática e o perfil de expressão gênica no fígado. No presente projeto nós propusemos que os metabólitos do omega-3 e induzidos pelo frio que encontramos, sendo estes 12-HEPE, 14-HDHA e Maresina-2, são produzidos no TAM através do aumento da atividade da enzima 12-lipoxigenase (12-LOX) e são então secretados para atuar a nível hepático suprimindo a lipogênese de novo, síntese de triglicérides e produção hepática de glicose por meio do estímulo de receptors acoplados a proteína-G presentes na superfície de hepatócitos. No presente projeto apresentamos uma estratégia víavel e ao mesmo tempo inovadora para elucidar os mecanismos da interação entre TAM e fígado induzida pelo frio e identificar/caracterizar os lipídios do omega-3 com potencial terapêutico para o tratamento da DHGNA e diabetes tipo-2.

CAMeLEOm: Análise Entre Espécies dos Efeitos Metabólicos, na Expectativa de Vida e Ômicas de Miméticos de Restrição Dietética

Processo: 2020/04919-2
Valor: 169.050,00
Acordo de cooperação: COVID-19
Pesquisador responsável: Marcelo Alves da Silva Mori
Instituição sede: Instituto de Biologia - Unicamp

Resumo: COVID-19 emergiu recentemente como uma doença relacionada à idade cujos mecanismos ainda são pouco conhecidos. Usando uma combinação de abordagens orientadas por hipóteses e não supervisionadas baseadas em dados, bem como pacientes e modelos pré-clínicos, esperamos encontrar proteínas e vias candidatas que possam não apenas prever a suscetibilidade à doença, mas também desvendar os mecanismos moleculares através dos quais o envelhecimento contribui para a infecção por SARS-Cov-2. Também esperamos propor fármacos aprovados pela FDA e ANVISA que possam potencialmente alvejar essas vias para prevenir, mitigar ou eliminar a infecção viral. Nosso objetivo geral é elucidar como o envelhecimento constitui o principal fator de risco para a COVID-19, fornecendo possíveis soluções para sua pandemia.

Mapeando a disseminação de SARS-CoV-2: dimensão do surto, dinâmica de transmissão, desfechos clínicos da infecção e duração das respostas de anticorpos em uma pequena cidade amazônica

Processo:2020/04505-3
Valor: R$ 183.704,45 mais uma Bolsa de PD (R$ 203.497,56)
Acordo de cooperação: COVID-19
Pesquisador responsável: Marcelo Urbano Ferreira
Instituição sede: Instituto de Ciências Biomédicas - USP

Resumo: O vírus SARS-CoV-2 disseminou-se globalmente e representa agora um importante desafio para os países de baixa e média renda, onde a infraestrutura de saúde pode rapidamente tornar-se sobrecarregada. Esta proposta parte de nossas pesquisas de campo em andamento, financiadas pela FAPESP, para investigar a epidemiologia e o controle da infecção por SARS-CoV-2 em Mâncio Lima, uma pequena cidade amazônica. Tem-se como objetivo geral traduzir as informações geradas pelo estudo de campo em evidências para orientar o controle de COVID-19 em uma das regiões mais pobres do Brasil. Partimos da hipótese de que muitas infecções por SARS-CoV-2 permanecem despercebidas e os portadores assintomáticos de infecção podem continuar disseminando o patógeno em suas interações sociais cotidianas até sua eliminação espontânea, tornando-se imunes a reinfecções ou, pelo menos, à doença grave. Os meios propostos para testar esta hipótese são: (a) utilizar ensaios sorológicos seriados para detectar retrospectivamente eventos de soroconversão, estimar o tamanho do surto de SARS-CoV-2 e identificar fatores de risco associados à soroconversão na comunidade; (b) identificar as interações sociais e os espaços compartilhados, como o domicílio, o local de trabalho, as escolas e as igrejas, que possam ter contribuído para a transmissão local de SARS-Cov-2; (c) calcular a proporção de infecções por SARS-CoV-2 diagnosticadas retrospectivamente que permaneceram assintomáticas ou cursaram com sintomas leves, geralmente sem diagnóstico prévio, e aquelas associadas à doença (COVID-19), resultando em visitas a serviços de saúde e até mesmo em hospitalização, e (d) determinar a proporção de indivíduos que, ao se tornarem soropositivos durante o surto, permanecem com anticorpos contra SARS-CoV-2 ao longo dos 12 meses seguintes.

Impacto da microbiota intestinal e seus metabólitos na infecção por SARS-Cov-2

Processo: 2020/04583-4
Valor: R$ 168.130,00
Acordo de cooperação: COVID-19
Pesquisador responsável: Marco Aurélio Ramirez Vinolo
Instituição sede: Instituto de Biologia - Unicamp

Resumo: A pandemia do Covid-19 tem impactado à saúde pública dramaticamente em vários países. Nesse contexto, entender os fatores relacionados as formas graves do Covid-19 é essencial para prevenção e, possível, tratamento dos infectados. Trabalhos recentes mostram que a microbiota intestinal e seus produtos têm papel fundamental nas infecções respiratórias por outros vírus incluindo vírus sincicial respiratório e vírus da Influenza. Contudo, não se sabe se há relação entre alterações da microbiota e a infecção por COVID-19. Neste projeto utilizaremos abordagens experimentais já empregadas pelo grupo para entender a relação entre microbiota intestinal/seus produtos e infecção viral respiratória. Brevemente, usaremos modelos animais nos quais alteramos a microbiota intestinal e sua produção de metabólitos através de uso de antibióticos, suplementação com metabólitos da microbiota ou dietas que alteram a produção endógena desses produtos e analisaremos a sua resposta frente a infecção por SARS-CoV-2. Camundongos mantidos em diferentes condições experimentais (dietas, suplementação oral com metabólitos ou antibióticos) serão infectados com SARS-CoV-2 e analisados quanto a evolução da doença (variação do peso e sinais clínicos) e, posteriormente, eutanasiados para análise da carga viral, mediadores inflamatórios, celulares, e alterações histológicas no pulmão. Além disso, analisaremos a quantidade de vírus presente nas fezes e a produção intestinal de ácidos graxos de cadeia curta e composição da microbiota intestinal. Os dados obtidos serão complementados por análises realizadas com linhagens celulares humanas e de amostras de pacientes infectados.

Modelagem da COVID-19 in vitro e in silico

Processo: 2020/05289-2
Valor: R$ 184.494,50 mais uma Bolsa de PD (R$ 203.497,56)
Acordo de cooperação: COVID-19
Pesquisador responsável: Marimélia Aparecida Porcionatto
Instituição sede: Escola Paulista de Medicina - Unifesp

Resumo: O novo coronavírus SARS-CoV-2 emergiu em dezembro de 2019 na China e se disseminou por diversos países, causando uma doença respiratória aguda denominada COVID-19 (Coronavirus disease 2019). A COVID-19 pode evoluir para infecções respiratórias graves resultando em alto índice de mortes para indivíduos acima de 60 anos e também pacientes que apresentam doenças crônicas, como diabetes e doenças cardiovasculares. A COVID-19 foi declarada pandemia pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em março de 2020. Neste momento em que a pandemia de COVID-19 se amplia globalmente, vimos a oportunidade de contribuir com nossa expertise em duas vertentes distintas, porém intimamente relacionadas com projetos de pesquisa desenvolvidos por nosso grupo: 1) desenvolvimento de plataforma para modelar a infecção por SARS-CoV-2 in vitro utilizando bioimpressão 3D; e 2) produção de um modelo in silico para estudos da propagação do contágio por SARS-CoV-2 no Brasil. Propomos um estudo multidimensional que visa proporcionar ferramentas que poderão ser utilizadas para estudos in vitro da infecção e testes de fármacos, e um modelo in silico para avaliação e predição do impacto da COVID-19. Uma vez validados, os modelos in vitro estarão disponiveis para uso por pesquisadores que tenham interesse em estudar mecanismos de infecção pulmonar e cerebral, novos tratamentos para combater a infecção por SARS-CoV-2, entre outras possibilidades. A modelagem in silico da pandemia de COVID-19 poderá ser uma importante ferramenta para estabelecimento de políticas públicas para enfrentamento da pandemia, tanto nos aspectos de saúde coletiva quanto na mitigação dos impactos sociais e econômicos.

Estudo clínico e epidemiológico de SARS-CoV-2 em uma coorte prospectiva populacional e hospitalar em São José do Rio Preto, São Paulo, Brasil, durante pandemia de 2020

Processo: 2020/04836-0
Valor: R$ 173.399,50 mais uma Bolsa de PD (R$ 203.497,56)
Acordo de cooperação: COVID-19
Pesquisador responsável: Maurício Lacerda Nogueira
Instituição sede: Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto - SDE

Resumo: Em um contexto global, a COVID-19 é a maior ameaça sanitária da atualidade. Em pouco mais de quatro meses, o SARS-CoV-2 se espalhou por 171 países alcançando status de pandemia. A maioria dos pacientes com COVID-19 tem um curso leve da doença, no entanto, aproximadamente 20% desenvolvem doença grave com alta taxa de mortalidade que estão associados à idade avançada, comorbidades e imunossupressão. Estudos epidemiológicos auxiliam a revelar a extensão da propagação viral nas residências, comunidades e hospitais. Assim, medidas preventivas e de controle podem ser estabelecidas pelas autoridades. Este projeto propõe utilizar uma coorte populacional pré-estabelecida contendo quatro anos de coletas de dados sobre os participantes. A coorte é realizada em um bairro restrito no munícipio de São José do Rio Preto, presente na região noroeste do estado de São Paulo. Para tal, os participantes ativos neste estudo serão monitorados quanto ao aparecimento de sintomas relacionados a COVID-19. Um número de acesso rápido à equipe será disponibilizado para o caso do surgimento de sintomas agudos e, caso necessário, encaminhamento para o serviço de saúde da região. Também será realizado um monitoramento dos pacientes hospitalizados no Hospital de Base da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (FAMERP), que apresentem suspeita ou confirmação de COVID-19. Amostras serão coletadas para posterior análise de citocinas pró-inflamatórias, possíveis marcadores biológicos que indicam agravamento da doença.

Uma plataforma de detecção viral livre de reagente

Processo: 2020/05497-4
Valor: R$ 156.402,22 mais uma Bolsa de PD (R$ 203.497,56) e uma Bolsa de TT-IV (R$ 22.354,56)
Acordos de cooperação: COVID-19
Responsável: Paulo Roberto Bueno
Instituição sede: Instituto de Química de Araraquara - Unesp

Resumo: Esta é uma proposta que envolve uma Parceria Conjunta (JP) entre a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade do Estado de São Paulo (UNESP) e terá como foco principal a pesquisa no desenvolvimento de dispositivos eletroquímicos portáteis de diagnóstico para a detecção rápida de infecções virais de relevância para o Brasil (flavivírus) e mundial (SARS-Covid-2) usando métodos capacitivos sem reagentes, já demonstrados viáveis (em nosso projeto temático) para detectar infecções por DENV em amostras sorológicas de pacientes infectados. Portanto, estamos incluindo nesta proposta o uso dessa plataforma para diagnosticar o COVID-19. A proposta prevê o uso de um potenciostato do tamanho de um pen-drive que possa ser acoplado a telefones celulares. O maior desafio é desenvolver sensores robustos e sem reagentes para esse tipo de dispositivo, o que pode efetivamente permitir um meio eletrônico de vigilância de vírus em todo o mundo. A proposta é focada em superar o desafio da fabricação dos sensores.

Estudo sobre fatores de risco associados à maior gravidade a COVID-19 e mapeamento de vias metabólicas necessárias para a resposta anti-SARS-CoV-2

Processo: 2020/04579-7
Valor: R$ 178.559,00 mais uma Bolsa de PD (R$ 203.497,56)
Acordo de cooperação: COVID-19
Pesquisador responsável: Pedro Manoel Mendes de Moraes Vieira
Instituição sede: Instituto de Biologia - Unicamp

Resumo: A pandemia do novo vírus da síndrome respiratória aguda grave (SARS-CoV-2) já foi confirmada em mais de 700 mil pessoas em todos os continentes e vem sendo responsável por mais de 20 mil mortes em todo o mundo (Organização Mundial de Saúde - dados oficiais do dia 27 de marco de 2020). A única forma de tratamento dos casos graves consiste no suporte respiratório com resultados ainda insatisfatórios. Ate o momento, não existe nenhum tratamento farmacológico eficiente para modificar a história natural de evolução de COVID-19 que resulta na mortalidade de aproximadamente 2% dos pacientes diagnosticados, sendo que mais de 20% destes evoluem com redução de saturação de O2 abaixo de 94% e pneumonia. Embora o mecanismo de ação da SARS-CoV-2 ainda não esteja completamente claro, alguns grupos parecem ser mais susceptíveis a forma grave desta infecção. Entre eles estão pessoas com condições médicas pré-existentes, principalmente distúrbios relacionados à homeostase da glicose (diabetes) e a idade (hipertensão, doença cardíaca, doença pulmonar, câncer e diabetes) e pessoas idosas. Sabe-se que o SARS-Cov-2 infecta células epiteliais pulmonares e macrófagos. Ainda, diferentes várias famílias virais, ao infectarem células alvo, alteram o metabolismo celular, induzindo vias favoráveis à sua replicação. Isso torna a modulação de vias metabólicas específicas algo extremamente promissor para induzir a produção de interferons e melhorar a resposta antiviral, acarretando na diminuição da carga viral. Neste projeto temos como objetivos determinar as vias metabólicas com potencial terapêutico para o tratamento de SARS-CoV-2que interferem com a replicação viral e com a indução de interferons e identificar os fatores responsáveis pela maior gravidade da COVID-19 em pacientes diabéticos. Com este estudo esperamos obter esclarecimento sobre os mecanismos relacionados a infecção pelo SARS-CoV-2 para que melhores tratamentos sejam dispostos à população visando controlar a disseminação da doença e melhorar a qualidade de vida dos indivíduos infectados.

Uso de plasma de doador convalescente para tratar pacientes com infecção grave pelo SARS-CoV-2 (COVID-19)

Processo: 2020/05367-3
Valor: R$ 168.854,50
Acordo de cooperação: COVID-19
Pesquisador responsável: Rodrigo do Tocantins Calado De Saloma Rodrigues
Instituição sede: Fundação Hemocentro de Ribeirão Preto - SSSP

Resumo: A pandemia pelo vírus SARS-CoV-2 afeta o mundo todo e agora atingiu o Brasil. Ainda se desconhecem a magnitude e as consequências da epidemia da covid-19 no país. Neste estudo, avaliaremos o impacto da transfusão de plasma de convalescente da covid-19 em pacientes com quadro clínico grave dessa doença. O quadro clínico da infecção pelo SARS-CoV-2 é heterogêneo, com apresentação clínica leve e oligossintomática, ou mesmo assintomática, na maioria dos casos, mas uma parcela de pacientes apresenta evolução grave, com insuficiência respiratória, quadro responsável pela maioria das mortes. Não há até o momento terapia específica para a covid-19. Uma alternativa potencialmente promissora é a infusão de anticorpos pré-formados, oriundos de indivíduos convalescentes da covid-19. Essa forma de terapia, por meio da infusão de soro ou de plasma, é a única forma de conferir imunidade imediata, até que o próprio organismo afetado tenha tempo de montar a sua própria resposta imune (imunidade adaptativa). Os primeiros relatos dessa modalidade de tratamento remontam há quase um século, para tratar doenças como a poliomielite, o sarampo, a caxumba e a influenza. Mais recentemente, em 2009 e 2010, foi usado soro de convalescente para tratar pacientes com quadro de grave de influenza pelo H1N1, em que se mostrou que o grupo de pacientes transfundidos (n= 20) apresentou menor taxa de mortalidade que a observada no grupo não transfundido (n= 73) (20.0% vs 54.8%; P = 0,01). Além disso, o grupo de pacientes transfundidos apresentou carga viral e níveis de citocinas inflamatórias (IL-6, TNF±) nos dias 3, 5 e 7 significativamente inferiores aos observados no grupo de pacientes não transfundidos (P < 0,05). A primeira epidemia pelo coronavírus (SARS-CoV), que também se originou na China, em 2002 e 2003, proporcionou informação a respeito da factibilidade de usar plasma convalescente, em que se identificaram anticorpos neutralizantes do vírus. A segunda epidemia por coronavírus ocorreu no Oriente Médio, em 2012, e depois na Coreia do Sul. Em ambas as epidemias, a taxa de mortalidade foi muito alta. Oitenta pacientes com a síndrome respiratória aguda grave causada pelo coronavírus foram tratados com plasma convalescente, com desfecho clínico mais favorável nos pacientes transfundidos. O plasma foi obtido dos convalescentes a partir do sétimo dia da sua recuperação, a fim de que contivessem altos títulos de anticorpos. Metanálise recente sugeriu que a transfusão de plasma convalescente reduziu a mortalidade nos grupos de pacientes com síndrome respiratória aguda grave de causa viral, por coronavírus e pelo vírus da influenza. Os autores identificaram 32 estudos, em sua maioria de baixa qualidade metodológica e com elevado risco de viés. A hipótese é de que transfusão de plasma de doador convalescente da covid-19 poderá resultar em evolução clínica mais favorável e aumentar a taxa de sobrevida de indivíduos com acometimento grave pela doença. Serão tratados com plasma convalescente 40 pacientes com a forma grave da covid-19, que terão seus desfechos comparados com grupo controle constituído de 80 pacientes com a mesma doença, com características e gravidade clínica semelhante. Cada paciente receberá uma dose aproximada de 10 mL/kg/dia de plasma convalescente (600 mL/dia para os adultos), por 3 dias consecutivos. O objetivo principal é comparar a curva de sobrevida entre os dois grupos até o dia 30 e, depois, até o dia 60 da randomização em grupo de pacientes com covid-19 tratados com plasma de convalescente dessa infecção com a observada em grupo de pacientes submetidos a tratamento convencional (de suporte). Os objetivos secundários mais importantes são avaliar nos dois grupos a carga viral, a influência da idade na taxa de sobrevida e a ocorrência de eventuais reações adversas à transfusão de plasma.

Avaliação de compostos com potencial terapêutico para SARS-CoV-2: enfoque em compostos com atividade estrogênica, moduladores da autofagia e ECA2

Processo: 2020/04709-8
Valor: R$ 169.151,25 mais uma Bolsa de PD (R$ 203.497,56)
Acordo de cooperação: COVID-19
Pesquisador responsável: Rodrigo Portes Ureshino
Instituição sede: Instituto de Ciências Ambientais, Químicas e Farmacêuticas - Unifesp

Resumo: A pandemia do SARS-CoV-2 (severe acute respiratory syndrome coronavirus 2) tornou-se uma grande preocupação mundial, principalmente devido aos impactos nos sistemas de saúde de diversos países e o grande número de mortes em um curto espaço de tempo. Muitos estudos recentes em modelos celulares e ensaios clínicos têm apontado que apontado que a hidroxicloroquina, um medicamento utilizado no tratamento da malária, lúpus e artrite reumatoide, é uma possível escolha terapêutica farmacológica. Este composto tem sido capaz de reduzir a carga viral em amostras de alguns pacientes, porém há necessidade de estudos adicionais para se comprovar a eficácia deste fármaco, cujo mecanismo de ação é a alteração do pH lisossomal, e consequentemente inibição do processo da autofagia. A autofagia é um processo catabólico altamente regulado e fundamental para a manutenção da homeostase celular. Nosso grupo de pesquisa tem estudado o papel de moduladores do processo autofágico para combater doenças neurodegenerativas, metabólicas e oncológica. O acúmulo das evidências epidemiológicas indicam que a população idosa é a mais vulnerável e sob maior risco de sofrer complicações da doença, além de indicar maior prevalência de óbitos em pacientes do sexo masculino. Trabalhos anteriores apontam para diferenças na gravidade da doença de acordo com o gênero, e indicam que o estrógeno possa ter uma relação de proteção fisiológica contra o coronavírus. Portanto, os objetivos deste projeto serão: 1) avaliar fármacos e protocolos de tratamento laboratoriais focados na modulação da autofagia e sinalização estrogênica; 2) avaliação da vulnerabilidade celular e sua relação com a expressão da ECA2 (Enzima conversora da angiotensina 2); 3) estudo de vias de sinalização celulares na infecção pelo SARS-CoV-2. Com a colaboração de uma equipe multidisciplinar iremos inicialmente cultivar o vírus e identificar a linhagens celulares que possam suportar a replicação viral, dentre elas: HEK293T, BEAS, A549, entre outras. A produção viral será avaliada quantitativamente por qPCR. A viabilidade celular será acessada por ensaios de MTT e citometria de fluxo (7-AAD). Para a identificação de compostos com potencial antiviral, uma biblioteca de compostos com atividade estrogênica e compostos que modulam o processo autofágico será utilizada para tratar as células durante a infecção por SARS-CoV-2, avaliando a carga viral e viabilidade celular. Também será avaliada a expressão da ECA2, que age como receptor do vírus para a infecção, e cuja atividade pode ser reduzida pelo estrógeno. Em uma segunda etapa, iremos superexpressar a ECA2 em linhagem celular escolhida, verificando se ocorrerá a potencialização da infecção, simulando uma situação de sensibilização da célula para a infeção viral, quadro associado a pacientes mais vulneráveis ao óbito como diabéticos e portadores de imunodeficiências. Os mecanismos de ação dos fármacos serão avaliados em etapa posterior, considerando: o tipo de receptor e a via de sinalização. Assim, com a iniciativa e esforços de pesquisadores de diferentes áreas de conhecimento (virologia, fisiopatologia pulmonar, farmacologia celular e molecular) iremos selecionar alvos para terapia que possam ser aplicadas imediatamente, focando no reaproveitamento de fármacos através do uso "off-label" objetivando reduzir a capacidade de replicação viral em laboratório que eventualmente poderá ser traduzida como alternativa terapêutica para pacientes internados, principalmente de grupo de alto risco.

Desenvolvimento de um dispositivo simples e de baixo custo para o diagnóstico rápido do novo coronavírus (SARS-CoV-2)

Processo: 2020/04635-4
Valor: R$ 67.914,25 mais uma Bolsa de PD (R$ 203.497,56)
Acordo de cooperação: COVID-19
Pesquisador responsável: Ronaldo Censi Faria
Instituição sede: Centro de Ciências Exatas e de Tecnologia - UFSCar

Resumo: Com a recente pandemia causada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2) o diagnóstico e isolamento precoce de pacientes infectados tornaram-se medidas essenciais para reduzir e retardar a disseminação viral. No entanto, o número insuficiente de testes diagnósticos para a infecção tem limitado enormemente a capacidade de clínicos e especialistas em saúde pública de determinar e rastrear com precisão a prevalência, gravidade, mortalidade e transmissibilidade dessa doença. Neste projeto, é proposto o desenvolvimento de um dispositivo microfluídico descartável, simples e de baixo custo para a detecção de três sequências de RNA do gene N1 do vírus SARS-CoV-2, visando o diagnóstico rápido e preciso do COVID-19. A atuação de nosso Grupo de Pesquisa tem se pautado no desenvolvimento de dispositivos como este para a detecção de biomarcadores proteicos visando o diagnóstico de doenças com a parceria de Grupos de Pesquisa da área da saúde o que tem gerado importantes resultados com forte impacto em inovação. A construção da plataforma microfluídica proposta fará uso de materiais de fácil acesso e equipamentos simples e permitirá a análise de diferentes amostras simultaneamente. O dispositivo constará de vários canais microfluídicos, cada um contendo quatro regiões sensoras independentes, que permitirão a detecção por eletroquimiluminescência dos três RNAs do vírus além de um RNA humano, que será utilizado como controle interno do dispositivo. A aplicabilidade dos dispositivos a serem construídos será avaliada inicialmente em amostras padrão contendo sequencias sintéticas (positivas e negativas) e, num segundo momento, em amostras de pacientes infectados pelo SARS-CoV-2 fornecidas pelo Hospital Universitário da UFSCar. O projeto tem como objetivo, também, a formação de recursos humanos nos diferentes níveis e a publicação de artigos em periódicos nacionais e internacionais indexados bem como o depósito de patentes. Portanto, o desenvolvimento de um dispositivo para detecção rápida, seletiva e de baixo custo do RNA viral permitirá o diagnóstico precoce da infecção pelo SARS-CoV-2, ao passo que atende uma necessidade de saúde pública internacional.

Aspectos genômicos e epidemiológicos COVID-19 nas populações nativas brasileiras

Processo:2020/05326-5
Valor: R$ 189.301,50 mais uma Bolsa de PD (R$ 203.497,56)
Acordo de cooperação: COVID-19
Pesquisador responsável: Tábita Hünemeier
Instituição sede: Instituto de Biociências - USP

Resumo: As populações nativas americanas estão desde o contato com colonizadores europeus expostas à uma miríade de patógenos dos quais ficaram isoladas por mais de 15 séculos, desde sua diferenciação na Beríngia. Exemplos são abundantes de epidemias que assolaram a América pós-contato, levando à extinção de diversos povos. Estudos recentes envolvendo amostras antigas e atuais mostram uma diminuição de variabilidade genética entre 50% e 90% após a chegada dos europeus. A principal causa de morte em nativos brasileiros atualmente são complicações respiratórias decorrentes de infecção. Sendo assim, dada a atual epidemia da COVID-19, torna-se importante o estudo dessas populações historicamente vulneráveis, contribuindo para o melhor entendimento do impacto das epidemias (passadas e presente) sobre essas populações, e voltado à investigar a existência de diferenciação genética nesses indivíduos relacionada com a evolução da infecção por SARS-CoV-2. O presente -projeto pretende estudar a COVID-19 sob os aspectos genômicos e epidemiológicos em 550 indivíduos pertencentes a duas populações nativas, Tupiniquim e Guaraní-Mbyá, residentes no Espírito Santo, com diferentes níveis de exposição à sociedade urbana. Dados os extensos estudos nessas populações ao longo das últimas décadas, será possível avaliar a evolução da epidemia, se a resposta está relacionada ao perfil genético dessas populações e qual a contribuição de achados clínicos preexistentes (i.e. tuberculose, diabetes). Além disso, será importante a transferência dos achados nesses indivíduos nativos para avaliar se o potencial de infecção pode estar relacionado à ancestralidade nativa na população brasileira.

Rastreio do genoma global com bibliotecas de CRISPRko para identificação de fatores essenciais na infecção e replicação SARS-COV2

Processo: 2020/04860-8
Valor: R$ 189.743,75 mais uma Bolsa de PD (R$ 203.497,56)
Acordo de cooperação: COVID-19
Pesquisador responsável: Thiago Mattar Cunha
Instituição sede: Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP

Resumo: A presente década começa com uma emergência sanitária mundial, a pandemia do novo coronavírus, o causador da síndrome respiratória aguda grave 2 (COVID-19), também conhecido por SARS-Cov2. Até o momento, são mais de 900 mil casos positivos que resultaram em mais de 44 mil mortes em 180 países. Tendo em vista esses dados epidemiológicos, faz-se necessárias estratégias para contenção da transmissão do vírus e principalmente alternativas eficazes no tratamento desta doença. Nesse contexto, com o projeto visamos avaliar a versatilidade da utilização de uma biblioteca CRISPRko na identificação de fatores críticos para infecção e replicação do SARS-Cov2. Essa biblioteca consiste no agrupamento de 77.441 guias direcionadas para aproximadamente 19 mil genes humanos. Essa ferramenta nos permitirá um rastreio global do genoma humano, por meio deleção gênica mediado por CRISPR/Cas9 em células epiteliais de pulmão humano. Após seleção contra genes essenciais para a viabilidade celular, submetemos as células a cinco rodadas de infecção letal com isolado humano (do Brasil) de uma cepa de SARS-Cov2. Finalmente, poderemos determinar genes e vias envolvidos na replicação e infecção viral, pelo sequenciamento das células sobreviventes e detecção das guias presentes naquela população. Com essa estratégia de alta cobertura, acreditamos que poderemos apontar novos alvos potenciais para o desenvolvimento de terapêuticas para essa doença.

Papel da morte de células epiteliais alveolares humanas na inflamação causada pelo 2019-nCoV e comprovação por análise do transcriptoma de pacientes infectados

Processo: 2020/05270-0
Valor: R$ 170.882,75
Acordo de cooperação: COVID-19
Pesquisador responsável: Vânia Luiza Deperon Bonato
Instituição sede: Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP

Resumo: A infecção por 2019-nCoV resulta em pneumonia marcada por intensa inflamação. Ainda não há tratamento específico para a doença COVID 19. O fato de que a infecção por 2019-nCoV causa intensa inflamação patológica mostra que sobreviver à infecção é mais uma questão de tolerar o dano pulmonar (tolerância ao dano) do que propriamente controlar a carga viral (tolerância ao patógeno). Novas perspectivas para o tratamento de pneumonias envolvem as terapias direcionadas ao hospedeiro (Host directed therapies), e devem incluir medidas terapêuticas voltadas aos mecanismos de tolerância ao dano. O dano pulmonar na infecção por 2019-nCoV envolve a destruição de alvéolos pulmonares, como consequência da morte de células epiteliais alveolares infectadas, e a tempestade de citocinas. Comorbidades, como doenças pulmonares crônicas, obesidade, hipertensão, doenças cardiovasculares, entre outras, agravam a infecção causada pelo novo coronavírus. Este projeto tem três objetivos bem definidos: i. estudar o papel da morte de células epiteliais alveolares humanas infectadas por 2019-nCoV, como mediadoras diretas da ativação de macrófagos; ii. analisar o transcriptoma de pacientes com ou sem comorbidades com o propósito de relacionar os achados in vivo e in vitro; iii. estabelecer correlações dos transcritos com as comorbidades. Esses objetivos alinham-se aos objetivos do Projeto Temático sob minha coordenação, visando à investigação de mecanismos que exacerbam a comorbidade asma e pneumonia aguda bacteriana e a comorbidade diabetes e tuberculose. Ao final do desenvolvimento do projeto, nosso propósito será elencar alvos moleculares a serem investigados como agonistas ou antagonistas farmacológicos em imunoterapias direcionadas para o hospedeiro com COVID-19 com ou sem comorbidades, visando à tolerância ao dano. Este projeto é uma proposta multicêntrica, que resulta da colaboração entre FMRP-USP, FCFRP-USP e Hospital São Paulo de Ribeirão Preto, em um esforço coletivo para compreender melhor a imunopatologia associada à COVID-19. As amostras de sangue periférico de pacientes e de indivíduos do grupo controle serão compartilhadas para a realização de diferentes metodologias e os dados coletados também serão compartilhados, caracterizando uma pesquisa robusta e fortalecendo vínculos de colaboração científica.